Missionário da Consolata na Colômbia e no Equador...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"Alegres na esperança" - testemunho sobre o Pe. Franco Piccoli

Por: Pe. Urio Girardi- IMC

"Ci vedremmo in paradiso" (encontrar-nos-emós no céu), foram as últimas palavras que o Pe. Franco me disse, ao despedir-se, no hospital Cotolengo, em Turim- Itália, onde fui visitá-lo, no dia 09 de julho passado. Expressão que revela não só a consciência da gravidade da doença, mas principalmente a grande fé na esperança do encontro definitivo com Deus.

Pe. Franco Piccoli pode ser definido como homem de fé e esperança, missionário zeloso e incansável, um verdadeiro filho da Consolata e Allamano, plenamente identificado com sua família missionária.

Conheci Pe. Franco nos anos 70, em Manaus, na Paróquia Santa• Luzia: jovem entusiasta, amante do povo simples e sofredor, zeloso, sempre preocupado em animar ou socorrer alguém, com preferência os mais necessitados. Como bom pastor,recém chegado da Europa, tentava conhecer seu "rebanho". Gostava de caminhar por aquelas ruas, melhor, becos poeirentos, sujos e quentes, contatando centenas de crianças, visitando famílias, consolando doentes e idosos.

Depois de trabalhar em Roraima, como Pároco da Catedral de Boa Vista e, na Itália, como animador vocacional, onde deixou um testemunho de dedicação, entusiasmo e competência, encontrei-o no Rio de Janeiro, na Paróquia Nossa Senhora Consolata, mais idoso, mas sempre zeloso,entusiasta, incansável, subindo e descendo morros das favelas. Sua paixão era a missão: doar-se gratuitamente. Organizar e acompanhar conselhos comunitários, pastorais e movimentos. Um cuidado especial reservava à catequese e ao dízimo, como caminho da maturidade da Comunidade. Programar e realizar cursos de formação de Iíderes.A preparação e celebração dos sacramentos era feita com extrema dedicação, priorizando a iniciação cristã. Tudo com ótica missionária. "Vocacionalizar" todas as pastorais e movimentos, era seu lema. A infância missionária, o grupo vocacional, os leigos missionários são expressão desta preocupação. O atendimento diário no seu "sagrado" expediente, era o lugar e o instrumento adequado para semear luzes, orientações, consolações, coragem. Nas dificuldades, nas horas críticas, o desabafo: "ma santa polenta!!!" e logo emendava: "avanti, para frente, na alegria da esperança !"

A Paróquia de São Braz, em Salvador- BA, foi o derradeiro lugar de sua paixão missionária. O pouco tempo que ali trabalhou foi suficiente para ele aprender a amar aquele povo e para o povo aprender a amar o padre Franco. Quando estive com ele, há poucos dias, já gravemente doente, colocou em minhas mãos um envelope, dizendo: "entregue-o à Comunidade de Nossa Senhora do Mabaço. É o Corporal sobre o qual celebrei a Missa do Jubileu dos 50 anos do meu Sacerdócio." Esse é o coração deste heróico missionário da Consolata que, no caminho do calvário, ofereceu ao Senhor sua vida para as vocações missionárias. "Arrivederci in paradiso", padre Franco.


2 comentários:

  1. Realmente este foi um exemplo de missionário para qualquer vocacionado. Com seu jeito simples de ser conseguiu nos ensinar a enxergar a vida e a missão com olhos de perseverança, coragem e oração. Atraves da "Santa Polenta" nos fazia ver que qualquer tribulação sempre era possível vencer e recomeçar se apoiando sempre em Jesus e Maria (nosso porto seguro). Com certeza Deus já o acolheu em seu Reino.
    A nós, só nos resta levar a frente o nosso trabalho lembrando sempre do seu exemplo - "animados na esperança ... sempre com Maria".

    Jeanice Maria Menezes - Leiga Missionária da Consolata / Paróquia Na. Sra. Consolata RJ.

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  2. Realmente era um homem santo, dedicado ao serviço missionário. Trabalhou aqui na Paróquia São Brás-Salvadpor, e tentou "revolucionar", fazer dela uma paróquia missionária. Sempre tinha uma palavra de conforto e esperança. Senti muito quando se ausentou para se tratar da doença, principalmente quando soube que havia falecido. Por pouco tempo que o conheci consegui constatar que ele era realmente um homem de Deus. Andresa Ribeiro

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