Missionário da Consolata na Colômbia e no Equador...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Advento

“Ergam a cabeça, porque a libertação de vocês está próxima!”

Por: Francisco Rubeaux, omi *

Com o último domingo do mês de novembro vamos iniciar um novo ano litúrgico. De maneira cíclica, cada ano, revivemos os grandes momentos da história da nossa salvação. O tempo do Advento tem por objetivo de nos colocar nas mesmas atitudes, e mesmos sentimentos que estavam muitas pessoas antes do nascimento de Jesus Cristo. Por isso três pessoas se destacam neste tempo de Advento: o Profeta Isaías, João, o Batista e Maria de Nazaré.

1.  Isaías pronunciou muitas profecias em relação ao Messias. Estes oráculos são reunidos nos capítulos 6 a 12 do livro de Isaías, que são chamados “Livro do Emanuel”. O Profeta proclama que Deus não abandona o seu Povo, porque Ele é o “Deus conosco” (= Emanuel). Esta presença amorosa de Deus, sempre ao nosso lado, o Profeta a vê numa criança que será ungida (=Messias). No contexto histórico da época de Isaías, o Profeta se refere, provavelmente, ao nascimento do futuro rei Ezequias. O seu nascimento foi visto como uma prova que Deus não abandonava a dinastia de Davi, mas que sempre cuidaria que houvesse no trono de Judá um descendente de Davi. 
A primeira profecia é muito conhecida: “Eis que a virgem dará á luz um filho e ele será chamado: Emanuel- Deus conosco (Isaías 7, 14). Mateus retomou esta profecia para falar do nascimento virginal de Jesus (Mateus 1, 22-23).
A segunda profecia é lida ainda hoje como primeira leitura de missa de Natal: “O Povo que andava nas trevas viu uma grande luz, um menino nasceu, um filho nos foi dado” (Isaías 9, 1).
A terceira profecia descreve a missão desta criança quando crescer: “Um ramo sairá do tronco de Jessé, sobre ele repousará o Espírito de Deus (Isaías 11, 1).
Jesus será a prova clara e evidente que Deus não abandona o seu Povo, ao contrário lhe revela o seu amor, enviando o seu próprio Filho que manifestará este amor do pai pela sua misericórdia e compaixão. A Encarnação é a plena certeza de que Deus nos quer bem: “Glória a Deus e paz na terra aos homens que Ele ama” (Lucas 2, 14).

2.  A outra pessoa que marca este tempo de Advento é João Batista, o maior entre todos os Profetas. Ele espera também a vinda do enviado de Deus, preparando os seus caminhos, preparando os corações para acolher “Aquele que vinha em nome do Senhor”. Além de anunciar a chegada próxima do Messias, ele teve a alegria de designá-lo: “Eu não o conhecia... mas agora eu vi e dou testemunho que é ele: eis o cordeiro de Deus (João 1, 31. 34. 36). Para João sua alegria foi comparável à alegria do amigo do esposo: “Quem tem a esposa é o esposo, mas o amigo do esposo que está presente e o ouve, é tomado de alegria à voz do esposo. Essa é a minha alegria, e ela é completa” (João 3, 29).

3.  Sem dúvida nenhuma a maior e mais profunda espera foi de Maria de Nazaré. Ela esperava que um dia Deus atenderia os apelos do seu Povo por libertação, era a mística (espiritualidade dos “Pobres de Javé”, os anawim). Mas ela viveu a espera de uma mãe, durante nove meses esperando a criança nascer. Foi a espera de todas as mães até hoje. O Evangelista Lucas que mais nos fala de Maria, silenciou os sentimentos maternos de Maria na espera do nascimento do seu filho. Mas nos deu de conhecer estes sentimentos pelas palavras que ele empresta a Maria no seu hino de louvor: “Minha alma engrandece o Senhor e meu espírito exulta em Deus meu Salvador. Sim sua misericórdia perdura de geração em geração, santo é seu nome” (Lucas 1, 46 e 50).
Neste tempo de Advento são estes sentimentos que precisamos reavivar em nós: a confiança que nasce da certeza de que Deus nunca abandona o seu Povo, principalmente o seu povo empobrecido e sofrido. Deus é fiel, não falha nem falta. Temos que aprender a reconhecer os sinais que nos provam esta presença misericordiosa. Ele está no meio de nós, Ele caminha conosco, é o motivo de nossa alegria: “Alegrem-se sempre no Senhor, eu repito alegrem-se” (Filipenses 4, 4). Nossa alegria não é só de esperar sabendo que Deus não falha, mas é alegria se confessar (proclamar0 que de fato Ele veio na pessoa de Jesus de Nazaré e que ele há de vir de novo na sua glória para nos chamar a partilhar plenamente de sua vida. Então sim a nossa alegria será completa e “ninguém poderá tirar dos nossos corações esta alegria” (João 16, 22).

Possamos entrar nos mesmos sentimentos de Isaías, João Batista e Maria e viver com intensidade este tempo de Advento.



sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A Águia e as Galinhas

Um camponês criou um filhote de águia junto com suas galinhas.

Tratando-a da mesma maneira que tratava as galinhas, de modo que ela pensasse que também era uma galinha.

Dando a mesma comida jogada no chão, a mesma água num bebedouro rente ao solo, e fazendo-a ciscar para complementar a alimentação, como se fosse uma galinha.

E a águia passou a se comportar como se galinha fosse.

Certo dia, passou por sua casa um naturalista, que vendo a águia ciscando no chão, foi falar com o camponês:
- Isto não é uma galinha, é uma águia !

O camponês retrucou:
- Agora ela não é mais uma águia, agora ela é uma galinha !

O naturalista disse:
- Não, uma águia é sempre uma águia, vamos ver uma coisa...

Levou-a para cima da casa do camponês e elevou-a nos braços e disse:
- Voa, você é uma águia, assuma sua natureza !

Mas a águia não voou, e o camponês disse :
- Eu não falei que ela agora era uma galinha !

O naturalista disse:
- Amanhã, veremos...

No dia seguinte, logo de manhã, eles subiram até o alto de uma montanha.

O naturalista levantou a águia e disse :
- Águia, veja este horizonte, veja o sol lá em cima, e os campos verdes lá em baixo, veja, todas estas nuvens podem ser suas.

Desperte para sua natureza, e voe como águia que és...

A águia começou a ver tudo aquilo, e foi ficando maravilhada com a beleza das coisas que nunca tinha visto, ficou um pouco confusa no início, sem entender o porquê tinha ficado tanto tempo alienada.

Então, ela sentiu seu sangue de águia correr nas veias, perfilou, de vagar, suas asas e partiu num vôo lindo, até que desapareceu no horizonte azul.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Lectio Divina do texto de Mt 24,37-44 - 1º Domingo do Advento - ANO A

Por: Patrick Silva, imc

A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. Nos dias antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, homens e mulheres casavam-se, até o dia em que Noé entrou na arca. E nada perceberam até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem. Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada. Vigiai, portanto, pois não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. “Ficai certos: se o dono de casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que sua casa fosse arrombada. Por isso, também vós, ficai preparados! Pois na hora em que menos pensais, virá o Filho do Homem. (Mateus 24,37-44)

1. LECTIO – Leitura

E de novo recomeçamos o ciclo! A liturgia propõe a cada ano um ciclo que nos faz seguir os passos de Jesus, desde o seu nascimento até à sua morte e ressurreição. Com este domingo damos início à caminhada de mais um ano litúrgico. Como no início de toda a caminhada é sempre pensar em quais os objetivos se pretende alcançar, creio que não estamos muito habituados a esta maneira de pensar no campo da espiritualidade, mas esta é mais uma oportunidade para progredirmos em nossa vida espiritual.

Os capítulos 24 e 25 do evangelho de Mateus apresentam o quinto e último discurso de Jesus. A questão central deste discurso é a vinda do Filho do homem e das atitudes que devem ser adotadas pelos discípulos para preparar esta vinda. Mateus escreve por volta da década de 80, dez anos se passaram após a destruição da cidade de Jerusalém, a comunidade continua esperando a segunda vinda de Jesus, que parece tardar… As comunidades cristãs estão desanimadas e desiludidas… O evangelista observa com preocupação os sinais de desleixo, de esfriamento que começam a serem evidentes nas comunidades e sente que é preciso renovar a esperança. Assim, Mateus usa as palavras de Jesus para animar a comunidade. Oferecendo uma certeza: a vinda do “Filho do homem” é uma certeza, até que se concretiza, todos são convidados a preparar-se para este grande evento. A linguagem destes capítulos é estranha e enigmática… É a linguagem “apocalíptica”, seu objetivo é “revelar algo escondido” (a palavra “apocalipse” significa “revelação”. Na Sagrada Escritura é uma linguagem usada para comunidades que vivem situações de sofrimento, perseguição, com o intuito de ser motivo de ânimo e esperança.

Para o evangelista, a vinda do Senhor é certa, embora ninguém saiba o dia nem a hora (veja Mt 24,36); aos cristãos resta permanecer vigilantes, preparados e comprometidos… Mateus usa três exemplos para iluminar a sua catequese… O primeiro (37-39) é o exemplo da época de Noé: as pessoas viviam uma vida descomprometida; quando o dilúvio chegou, apanhou-as de surpresa e impreparadas… O segundo (40-41) apresenta duas situações da vida quotidiana: o trabalho agrícola e a moagem do trigo… Os compromissos e trabalhos necessários à subsistência da pessoa também não podem ocupá-la de tal forma que a levem a negligenciar o essencial: a preparação da vinda do Senhor. O terceiro (43-44) coloca-nos frente ao exemplo do dono de uma casa que adormece e deixa que a sua casa seja roubada pelo ladrão… Os cristãos não podem, nunca, adormecer e esquecer que a vinda do Senhor acontecerá num dia e numa hora que ninguém conhece. A questão fundamental é, portanto, estar sempre vigilante, atento, preparado, para acolher o Senhor que vem. São muitas as situações que podem fazer perder a oportunidade de acolher o Senhor que vem. Portanto, é tempo de estar vigilantes e atentos que é certo que o Senhor virá.

2. MEDITATIO – meditação

O que significa vigiar e ficar atentos para acolher o Senhor? Significa, fundamentalmente, acolher todas as oportunidades de salvação que Deus nos oferece continuamente… É um convite a realizar a missão que nos foi confiada por Deus da melhor maneira que nos é possível. É isso que estou realizando?

O Evangelho recorda alguns motivos que nos impedem de “acolher o Senhor que vem”… Fala de não ter tempo nem espaço para Deus; fala do viver obcecado com o trabalho, esquecendo tudo o mais; fala do adormecer, do instalar-se, não prestando atenção às realidades mais essenciais. E eu: o que é que na minha vida me distrai do essencial e me impede, tantas vezes, de estar atento ao Senhor que vem?

Neste tempo de preparação para a celebração do nascimento de Jesus, sou convidado a “recentrar” a minha vida no essencial, a redescobrir aquilo que é importante, a estar atento às oportunidades que o Senhor, dia a dia, me oferece, a acordar para os compromissos que assumi para com Deus e para com os irmãos, a empenhar-me na construção do “Reino”…

3. ORATIO – oração

Em nosso dia a dia tão corrida são muitas as vezes em que nos falta tempo para o essencial, corremos muito, talvez até demais, mas será que estamos apostando no mais importante? Em sua oração peça perdão pelas oportunidades de salvação perdidas. No entanto, agradeça a Deus que sempre vem ao encontro.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
Deus vem, esta é a certeza que consola o coração. No silêncio sinta este Deus que se aproxima.

5. MISSIO – missão
“É muito importante que nos preparemos bem para o Natal. Por isso, mergulhemos a fundo no espírito do Advento e digamos com fervor: ‘Vinde, Senhor Jesus’” José Allamano

Disponível semanalmente em www.consolata.org.br

 

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Papa justifica o preservativo em alguns casos, mas confirma o Magistério


Esclarecimento vaticano às palavras que aparecerão em seu livro-entrevista

Por Jesús Colina * 

CIDADE DO VATICANO, domingo, 21 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – As palavras de Bento XVI no livro-entrevista a ser lançado reconhecem o uso do preservativo em “casos singulares justificados”. De qualquer forma, não supõem “uma mudança revolucionária” no ensinamento da Igreja; são uma confirmação de seu Magistério, esclareceu a Santa Sé.

É o que explica o padre Federico Lombardi S.J., diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, em um comunicado emitido este domingo, para comentar a grande quantidade de informação veiculada no mundo após o L’Osservatore Romano antecipar nesse sábado algumas palavras que o Papa dedica ao tema da sexualidade, no livro-entrevista “Luz do mundo”.

Ao final do capítulo décimo do volume, realizado pelo escritor e jornalista alemão Peter Seewald, que chega às livrarias no dia 23 de novembro em vários idiomas, o pontífice responde a duas perguntas sobre a luta contra a SIDA/AIDS e o uso do preservativo, que se remontam à discussão que seguiu às palavras pronunciadas pelo Papa no avião que o levava a Camarões e Angola, a 17 de março de 2009.

Com as declarações que o livro publica – esclarece o porta-voz vaticano –, “o Papa não reforma ou muda o ensinamento da Igreja, mas o reafirma, colocando-se na perspectiva do valor e da dignidade da sexualidade humana, como expressão de amor e responsabilidade”.

“Ao mesmo tempo – acrescenta –, o Papa considera uma situação excepcional em que o exercício da sexualidade representa um verdadeiro risco para a vida do outro. Nesse caso, o Papa não justifica moralmente o exercício desordenado da sexualidade, mas considera que a utilização do preservativo para diminuir o perigo de contágio é ‘um primeiro ato de responsabilidade’, ‘um primeiro passo para o caminho para uma sexualidade mais humana’, em lugar de não utilizá-lo, colocando em risco a vida de outra pessoa”.

Neste sentido – sublinha –, o raciocínio do Papa “não pode ser definido como uma mudança revolucionária”

De fato, recorda o porta-voz, “vários teólogos moralistas e autorizadas personalidades eclesiásticas afirmaram e afirmam posições análogas”.

O padre Lombardi não cita nomes, mas entre eles destaca-se o cardeal Georges Cottier, que foi teólogo da Casa Pontifícia de João Paulo II e do próprio Bento XVI, que em uma entrevista concedida em 2005 afirmou que “em situações particulares, e penso em meios onde circula a droga, ou há uma grande promiscuidade humana e muita miséria, como ocorre em algumas zonas da África e Ásia, nesses casos, o uso do preservativo pode ser considerado como legítimo”.

Sobre este tema, o cardeal Javier Lozano Barragán, presidente emérito do Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde, anunciou em coletiva de imprensa de 21 de novembro de 2006 a entrega de um estudo à Congregação para a Doutrina da Fé, em resposta ao interesse do Papa.

"Humanae Vitae" hoje

As antecipações de L'Osservatore Romano apresentam também uma apreciação do Papa sobre a Humanae Vitae, a encíclica que Paulo VI publicou sobre esses temas em 1968.

“As perspectivas da Humanae Vitae continuam sendo válidas, mas outra coisa é encontrar caminhos humanamente praticáveis – assegura o Papa –. Creio que haverá sempre minorias intimamente convencidas da exatidão dessas perspectivas e que, vivendo-as, ficarão plenamente satisfeitas de modo que poderão ser para outros um fascinante modelo a seguir. Somos pecadores”.

“Mas não deveríamos assumir este fato como uma instância contra a verdade, quando essa alta moral não é vivida. Deveríamos buscar fazer todo o bem possível, e apoiar-nos e suportar-nos mutuamente. Expressar tudo isso também desde o ponto de vista pastoral, teológico e conceitual, no contexto da atual sexologia e pesquisa antropológica, é uma grande tarefa à qual é necessário se dedicar mais e melhor”, acrescenta o Papa no livro.

Uma vez esclarecido que o Papa confirmou o Magistério até agora exposto, ao fazer referência às palavras sobre o uso do preservativo em “casos singulares justificados”, o comunicado do padre Lombardi assinala que “é verdade que não as havíamos escutado ainda com tanta clareza dos lábios de um Papa, se bem de uma maneira coloquial e não magisterial”.

Com estas novas declarações, considera o sacerdote jesuíta, “Bento XVI nos dá, portanto, com valentia, uma contribuição importante para esclarecer e aprofundar uma questão debatida há tempos”.

“É uma contribuição original – indica –, pois por um lado mantém a fidelidade aos princípios morais e demonstra lucidez na hora de rejeitar um caminho ilusório, como a ‘confiança no preservativo’; e, por outro lado, manifesta no entanto uma visão compreensiva e de amplo horizonte, atenta para descobrir os pequenos passos – ainda que sejam só iniciais e ainda confusos – de uma humanidade espiritual e culturalmente com frequência muito pobre para um exercício mais humano e responsável da sexualidade”.

Em referência em concreto às palavras que o Papa pronunciou em sua viagem à África, seu porta-voz esclareceu que com esta nova intervenção, o sucessor de Pedro “confirma com clareza que nessa ocasião não tinha querido tomar posição sobre o problema dos preservativos em geral, mas que tinha querido afirmar com força que o problema da SIDA/AIDS não se pode resolver unicamente com a distribuição de preservativos, pois é necessário fazer muito mais: prevenir, educar, ajudar, aconselhar, estar junto das pessoas, seja para que não fiquem doentes, seja por que ficaram doentes”.

O bispo de Roma “observa que também no âmbito não eclesial se desenvolveu uma consciência análoga, como o demonstra a chamada teoria 'ABC' (abstinence, be faithful, condom), em que os dois primeiros elementos (abstinência e fidelidade) são muito mais determinantes e fundamentais para a luta contra a SIDA/AIDS, enquanto que o preservativo se apresenta em última instância como uma escapatória, quando faltam os outros dois elementos. Portanto, deve ficar claro que o preservativo não é a solução do problema”.

Segundo Lombardi, com esta nova entrevista, o Papa “amplia o olhar e insiste no fato de que concentrar-se unicamente no preservativo significa banalizar a sexualidade, que perde seu significado como expressão de amor entre pessoas e se converte em uma ‘droga’. Lutar contra a banalização da sexualidade é “parte do grande esforço para que a sexualidade seja valorizada positivamente e possa exercer seu efeito positivo no ser humano em sua totalidade”.

FONTE: Zenit

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

20 de novembro: Dia da Consciência Negra

História do Dia da Consciência Negra, cultura afro-brasileira, importância da data, quem foi Zumbi dos Palmares



Zumbi dos Palmares: um herói brasileiro

1. História do Dia Nacional da Consciência Negra

Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.

A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.

2. Importância da Data
A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira.

A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão.

Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados hérois nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.

FONTE: site Sua pesquisa.com

A cadeira...


Havia um homem muito enfermo e um sacerdote foi chamado para orar por ele. Quando o sacerdote entrou no quarto, encontrou o pobre homem na cama com a cabeça apoiada num par de almofadas. Havia uma cadeira ao lado da cama, fato que levou o sacerdote a pensar que o homem estava aguardando a sua chegada.


 
- Suponho que estava me esperando? – disse o sacerdote.
- Não, quem é você? - respondeu o homem enfermo.
- Sou o sacerdote que a sua filha chamou para orar por você; quando entrei e vi a cadeira vazia ao lado da sua cama, imaginei que você soubesse que eu viria visitá-lo.
- Ah sim, a cadeira! Entre e feche a porta que vou lhe explicar o motivo.

Então o homem enfermo lhe disse:
- Nunca contei para ninguém, mas passei quase toda a minha vida sem ter aprendido orar. Não sabia direito como se deve orar. E também nunca dei muita importância para a oração. Pensava que Deus estava muito distante de mim e por que se preocuparia comigo?
Assim sendo, há muito tempo abandonei por completo a idéia de falar com Deus.
Até que um amigo me disse:
- “José, orar é muito simples. Orar é conversar com Jesus, e isto eu sugiro que você nunca deixe de fazer! Você se senta numa cadeira e coloca outra cadeira vazia na sua frente, e em seguida, com muita fé, você imagina que Jesus está sentado ali, bem diante de você”.
Afinal Jesus mesmo disse:
- “Eu estarei sempre com vocês”.
- Portanto, você pode falar com Ele e escutá-Lo, da mesma maneira como está fazendo comigo agora.
E assim eu procedi e me adaptei a esta idéia. Desde então, tenho conversado com Jesus durante umas duas horas diárias. Tenho sempre muito cuidado para que a minha filha não me veja, pois me internaria num manicômio imediatamente.

O sacerdote sentiu uma grande emoção ao ouvir aquilo, e disse a José que era muito bom o que estava fazendo e que não deixasse nunca de fazê-lo. Em seguida orou com ele e foi embora.

Dois dias mais tarde, a filha de José comunicou ao sacerdote que seu pai havia falecido. O sacerdote então perguntou:
- Ele faleceu em paz?

Acredito que sim, pois quando eu estava me preparando para ir às compras, ele me chamou ao seu quarto e disse que me amava muito e me deu um beijo. Quando eu voltei, uma hora mais tarde, já o encontrei morto. Porém há algo de estranho em relação à sua morte, pois, aparentemente, antes de morrer, chegou perto da cadeira que estava ao lado da cama e encostou a cabeça nela. Foi assim que eu o encontrei. Porque será isto? – perguntou a filha.

O sacerdote, profundamente emocionado, enxugou as lágrimas e respondeu:
- Ele partiu nos braços do seu melhor amigo... Jesus!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Lectio Divina do texto de Lc 23,35-43 - Festa de Cristo Rei

O povo permanecia lá, olhando. E até os chefes zombavam, dizendo: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Eleito!” Os soldados também zombavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre e diziam: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!” Acima dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos Judeus”. Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!” Mas o outro o repreendeu: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma pena? Para nós, é justo sofrermos, pois estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal”. E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando começares a reinar”. Ele lhe respondeu: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”. (Lucas 23,35-43)

1. LECTIO – Leitura
Na conclusão da caminhada do ano liturgico, em que se celebra a festa de Cristo Rei, somos convidados a entender a realeza de Jesus, a qual passa pela cruz, sinal do amor. Desta vez o evangelho nos “transporta” ao “lugar do Crânio”, tendo como pano de fundo uma cruz. É a conclusão da peregrinação Jesus com a humanidade. Os “alicerces” do “Reino” estão estabelecidos e Jesus é apresentado como “o Rei” que preside a esse “Reino” que Ele veio propor à humanidade. No entanto, este “Rei” tem como trono uma cruz, acompanhado por dois “malfeitores” crucificados também, os chefes dos judeus que “zomba de Jesus”, os soldados que caçoam os condenados e o povo silencioso, perplexo e expectante. Por cima da cruz de Jesus, uma inscrição: “este é o rei dos judeus”.?Perante esta cena como entender a realeza de Jesus? A famosa inscrição que define Jesus como “rei dos judeus”, naquele contexto é verdadeiramente irônico: um rei pregado numa cruz. Não há um trono, mas uma cruz, os súbditos são dois malfeitores, e os que o insultam. Como entender, então, esta realeza? Contudo, a inscrição da cruz – irônica aos olhos da humanidade – descreve com precisão a situação de Jesus, na perspectiva de Deus: Ele é o “rei” que preside, da cruz, a um “Reino” de serviço, de amor, de entrega, de dom da vida. Neste quadro, explica-se a lógica desse “Reino de Deus” que Jesus veio propor a todos. Para melhor entender o sentido da realeza de Jesus, ao lado de Jesus estão dois “malfeitores”, crucificados como Ele. Enquanto um O insulta (representa aqueles que recusam a proposta do “Reino”), o outro pede: “Jesus, lembra-Te (o verbo ‘lembrar’ é muitas vezes usado nos salmos, como pedido a Deus de se fazer presente – veja os Salmos 25, 74, 119) de mim quando vieres com a tua realeza”. A resposta de Jesus a este pedido é: “hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. Jesus é o Rei que apresenta à humanidade uma proposta de salvação e que, da cruz, oferece a vida. O “estar hoje no paraíso” não expressa um dado cronológico, mas indica que a salvação definitiva (o “Reino”) começa a fazer-se realidade a partir da cruz. Na cruz manifesta-se plenamente a realeza de Jesus que é perdão, vida plena; e essa realeza abarca todos – mesmo os condenados – que acolhem a salvação.

2. MEDITATIO – meditação
A Festa de Cristo Rei não é uma celebração para um Deus forte, dominador que Se impõe, mas a celebração de um Deus servo, sofredor e amante. A cruz – ponto de chegada de uma vida gasta construindo o “Reino de Deus” – é o trono de um Deus que recusa qualquer poder e escolhe reinar no coração das pessoas através do amor e do dom da vida.

A Festa de Cristo Rei nos convida a abandonar toda a lógica da superioridade, do fazer-se servir pelos outros. O nosso Rei é um rei que tem como trono a cruz, sinal da humildade, o escândalo da cruz, como o próprio Paulo admitia, nos recorda de assumir essa lógica da pequenez. Será que nossa caminhada tem sido nessa lógica?

Em termos pessoais, a Festa de Cristo Rei convida-nos, também, a repensar a nossa existência e os nossos valores. Diante deste “rei” despojado de tudo e pregado numa cruz, não nos parecem completamente ridículas as nossas pretensões de honras, de glórias, de títulos, de aplausos, de reconhecimentos? Diante deste “rei” que dá a vida por amor, não nos parecem completamente sem sentido as nossas manias de grandeza, as lutas para conseguirmos mais poder, as invejas mesquinhas, as rivalidades que nos magoam e separam dos irmãos? Diante deste “rei” que se dá sem guardar nada para si, não nos sentimos convidados a fazer da vida um dom?

Hoje se conclui o ano liturgico, é uma boa oportunidade para olhar a nossa caminhada espiritual. Como foi esse ano? Houve progresso ou regresso em nossa vida espiritual? Tempo de avaliação e programação para o novo ano. Não tenha medo de programar sua vida espiritual, é importante reservar tempo para Deus, sem este Deus nossa vida não faz sentido.

3. ORATIO – oração

Concluindo este ano liturgico, agradeça a Deus a sua caminhada, recorde os momentos mais importantes da sua caminhada espiritual. Será que recorda algum momento importante? Peça perdão pelas oportunidades perdidas, pelo bem que ficou por fazer, pelas orações que deixaram de ser feitas, pelo diálogo que não existiu. Finalmente peça a Deus a ajuda para o novo ano, existe sempre a possibilidade de melhor nossa vida, de caminhar mais agilmente, Deus sempre dá nova oportunidade. Agora é o momento de aproveitar.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
Reserve uns momentos silenciosos para contemplar a cruz. No silêncio entenda a lógica dessa cruz.

5. MISSIO – missão
“Somos chamados a amar a Deus e a fazer o bem: todo o bem possível e o melhor que for possível. Quanto mais amarmos a Deus, mais perfeitos seremos; a medida da nossa perfeição é o amor.” José Allamano

Disponível semanalmente em http://www.consolata.org.br/



terça-feira, 16 de novembro de 2010

“Eis a tua mãe...”

A mãe de Jesus no Evangelho segundo São João (parte 1)

Por: Francisco Rubeaux, omi *


No livro do Evangelho segundo São João, ou como costumamos dizer segundo as comunidades de João, encontramos somente dois textos que se referem à mãe de Jesus: João 2, 1-12 e 19, 25-27. É bom notar logo de entrada que nunca a mãe de Jesus é identificada como Maria e sim como Mulher. Vermos o motivo desta identificação.

É importante perceber que os dois textos se correspondem e formam assim uma inclusão literária, ou seja, a mãe de Jesus está no início de sua vida pública (missão do anúncio do Reino) e no fim quando tudo se realiza. O significado de uma inclusão é de chamar atenção do leitor para lhe dizer: a mãe de Jesus está em toda a sua caminhada missionária.

Vamos tentar analisar cada texto no seu próprio conteúdo e depois tentar uma síntese.

1. As bodas de Caná: João 2, 1-12.
O primeiro versículo deste segundo capítulo de João nos desenha logo o quadro do episódio: o tempo, o lugar, o acontecimento e a personagem central.

1.1 Três dias depois da chamada dos primeiros discípulos, Jesus com os seus apóstolos é convidado para uma festa de casamento em Caná da Galiléia. Assim se define o quadro de tempo e de lugar. “Três dias depois” alude ao dia da Ressurreição. Teremos, portanto, que ler e interpretar este texto à luz pascal. João nos descreve o início da missão de Jesus numa semana, seguindo cada passo a cada dia (João 1, 29. 35. 43). Com os três dias de Caná totaliza oito dias, ou seja, uma semana mais um dia. Este último dia é o oitavo, mas também o primeiro de uma nova semana. João iniciou o seu livro com o Prólogo que assim começa: “No princípio...” remetendo às primeiras palavras do livro de Gênesis. Com a pregação do Evangelho que começa, não por palavras e sim por um sinal, João anuncia uma nova semana, uma nova Criação. Quando chegar a hora, esta nova Criação começará no primeiro dia da semana (João 20, 1). Caná será somente um sinal de que vai chegando o tempo da Nova Criação, tempo Messiânicos.

1.2 O ministério de Jesus começa na Galiléia. Nós sabemos o que representa esta terra. É a província definida com “terra dos gentios= pagãos). De fato geograficamente a Galiléia é cercada por países não judeus: Siro-Fenícia, Traconitide, Decápole, Samaria. É nesta terra, impura, que pela primeira vez Deus, em Jesus de Nazaré, vai manifestar a sua Gloria, que é a sua Presença (João 1, 51 e 2, 11). Assim é claro que a manifestação da Glória e conseqüentemente a Salvação é universal. De Sião se espalhará por todas as Nações (Isaías 60, 1 e 3).

1.3 Foi numa festa de casamento. O casamento tanto no Primeiro Testamento como no Segundo é um símbolo forte da Aliança de Deus com o seu Povo. A imagem do casamento sustenta o amor de Deus com a sua Comunidade, às vezes simbolizada pela própria capital: Jerusalém. Assim podemos reler Isaías 62, 5 ou Oséias 2. Paulo, na sua carta aos Efésios, fará do casamento o símbolo do amor de Cristo pela sua Igreja: “Este símbolo é magnífico, e eu o aplico a Cristo e à Igreja. Cristo amou a Igreja e se entregou por ele” (Efésios 5, 32-33). Veremos como os outros símbolos do casamento como a alegria, o vinho, o mestre sala têm também significação neste texto.

1.4 “A mãe de Jesus estava lá”. Ele é a mãe do noivo; “como a coroa que lhe cingiu sua mãe, no dia do seu casamento, dia de festa do seu coração” (Cântico dos C. 3, 11). Esta presença marcante será de novo lembrada no pé da cruz de Jesus: “Junto à cruz de Jesus estava a sua mãe” (João 19, 25). A mãe de Jesus está no início e no fim da trajetória missionária de Jesus, ela presencia a sinal e a realização do casamento de Deus com o seu Povo, a Nova e definitiva Aliança pela qual deus manifestou em Jesus de Nazaré todo o seu amor: “Deus amo=u tanto o mundo que lhe enviou o seu filho único” (João 3, 16).

Mas em Caná da Galiléia a “hora ainda não chegou”, então é somente dado um sinal. A Glória de Deus, a sua Presença, se deu a ver, mas de modo limitado, até que venha a hora em que todos poderão ver e contemplar aquele que foi transpassado (João 19, 37) e reconhecer nele Aquele que vem para salvar (João 8, 27).

Daremos continuidade a esta nossa meditação das Bodas de Caná num próximo artigo. Mas, creio, que só este pequeno estudo já nos dá o valor imenso e a profundidade da mensagem joanina. É também um convite para nós relermos o texto e nós mesmos descobrirmos outras riquezas contidas nesse episódio narrado por João. O texto é fruto de uma constante contemplação da palavra, uma constante releitura feita pelas comunidades. É toda uma geração de irmãs e irmãos na fé que nos fazem assim comungar à sua vida de crentes. A nós também descobrir outras riquezas escondidas que poderão alimentar a nossa fé e vivificar a nossa vida.


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

ADAPTAR-SE!!!

Se pudesse resumir o sucesso da Criação numa palavra apenas escolheria...


... ADAPTAÇÃO.

Para onde quer que olhemos, o sucesso é ditado pela capacidade que tudo tem em saber adaptar-se às circunstâncias. O Missionário não foge à regra.

Não vos sei precisar nem onde nem quando li esta pequena história mas o mais importante é a mensagem que ela encerra, por isso a deixo aqui:

"Um jovem missionário havia sido destinado para uma terra de missão. Tanto o terreno como o povo eram agrestes; ao ponto mesmo de, durante as refeições, serem constantemente fustigados por nuvens de gafanhotos. Essa era, na verdade, a parte mais complicada: Muitas eram as vezes em que o jovem missionário se via obrigado a colocar o prato de lado por ter caído lá dentro um insecto mais incauto.
Decidiu falar com o seu colega, missionário experiente, acerca das suas dificuldades:
- Padre! Como consegue lidar com tanto gafanhoto? Como faz para tomar uma refeição em paz?
- Meu caro, - disse-lhe o velho missionário - vou contar-te como fiz...
Ao início, quando me caía um gafanhoto no meu prato, deixava-o de parte e não comia mais;
Aos poucos, comecei a tirá-los do prato e continuava a comer sem problemas;
Um dia, por caturrice, decidi experimentar comer um... era saboroso, decidi continuar;
Hoje, meu amigo, sou eu quem os apanha e coloca no prato!"

A vida é assim mesmo, as dificuldades ultrapassam-se através de ADAPTAÇÃO. Pode demorar anos... mas o segredo passa por aí, não acham?

Olly - FONTE: Consolata Jovem

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Lectio Divina do texto de Lucas 21,5-19 - 33º Domingo do Tempo Comum

Por: Patrick Silva, imc

Algumas pessoas comentavam a respeito do templo, que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: “Admirais essas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. Mas eles perguntaram: “Mestre, quando será, e qual o sinal de que isso está para acontecer?” Ele respondeu: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu! ’, e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não andeis atrás dessa gente! Quando ouvirdes falar em guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que essas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”. E Jesus continuou: “Há de se levantar povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares; acontecerão coisas pavorosas, e haverá grandes sinais no céu. Antes disso tudo, porém, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e jogados na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. Será uma ocasião para dardes testemunho. Determinai não preparar vossa defesa, porque eu vos darei palavras tão acertadas que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. A alguns de vós matarão. Sereis odiados por todos, por causa de meu nome. Mas nem um só fio de cabelo cairá da vossa cabeça.É pela vossa perseverança que conseguireis salvar a vossa vida! (Lucas 21,5-19)

1. LECTIO – Leitura
O evangelho nos leva uma vez mais à cidade de Jerusalém. Num período especial na vida de Jesus e seus discípulos, são últimos dias do Mestre, antes da sua morte. Como acontece com os outros sinópticos, também Lucas conclui a pregação de Jesus com um discurso escatológico onde se misturam referências à queda de Jerusalém e ao “fim dos tempos”. Na versão de Lucas, Jesus é situado nos átrios do Templo com os seus discípulos, enquanto que no relato de Mateus e Marcos, Jesus é situado no monte das Oliveiras). O ponto de partida do evangelho que levará ao discurso de Jesus é a contemplação das belas pedras que enfeitavam o Templo de Jerusalém.

Neste discurso escatológico aparecem, como pano de fundo, três momentos da história da salvação: a destruição de Jerusalém, o tempo da missão da Igreja e a vinda do Filho do Homem. O texto começa com o anúncio da destruição de Jerusalém (vs 5-6). Na perspectiva profética, Jerusalém é o lugar onde deve irromper a salvação de Deus (veja Is 4,5-6; 54,12-17; 62; 65,18-25) e para onde convergirão todos os povos que desejam a salvação (veja Is 2,2-3; 56,6-8; 60,3; 66,20-23). No entanto, Jerusalém recusou a oferta de salvação que Jesus veio trazer. A destruição da cidade e do Templo significa que Jerusalém deixou de ser o lugar exclusivo e definitivo da salvação. A Boa Nova de Jesus vai, portanto, deixar Jerusalém e partir ao encontro de todos os povos. Começa, assim, uma outra fase da história da salvação: começa o “tempo da Igreja” – o tempo em que a comunidade dos discípulos, caminhando na história, testemunhará a salvação a todos os povos da terra. Vem, depois, uma reflexão sobre o “tempo da Igreja”, que culminará com a segunda vinda de Jesus (vs 7-19). Como será esse tempo? Como vivê-lo? Em primeiro lugar, Lucas sugere que, após a destruição de Jerusalém, surgirão falsos messias que anunciarão o fim. Porém, alerta: “não sigais atrás deles” (v 8); e esclarece: “não será logo o fim” (v 9). Historicamente, a destruição de Jerusalém no ano 70 pelas tropas de Tito deve ter parecido aos cristãos o prenúncio da segunda vinda de Jesus e alguns pregadores populares deviam alimentar essas ilusões… Mas Lucas (que escreve durante os anos 80) está apostado em esclarecer a situação: os cristãos em vez de viverem obcecados com o fim, os cristãos devem preocupar-se em viver uma vida cristã cada vez mais comprometida com a transformação “deste” mundo. Em segundo lugar, Lucas diz aos cristãos o que acontecerá nesse “tempo de espera”: a chegada de um mundo novo. Para dizer isto, Lucas recorre a imagens apocalípticas (“há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino” – v 10, veja também Is 19,2; 2 Cr 15,6; “haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fome e epidemias; haverá fenômenos espantosos e grandes sinais no céu” – v 11), muito usadas pelos pregadores populares da época para falar da queda do mundo velho – o mundo do pecado, do egoísmo, da exploração – e do surgimento de um mundo novo… A questão é, portanto, esta: no tempo que vai entre a queda de Jerusalém e a segunda vinda de Jesus, o “Reino de Deus” ir-se-á manifestando; o mundo velho desaparecerá e nascerá um mundo novo (é importante recordar que os discípulos não devem esperá-lo de braços cruzados, à espera que Deus faça tudo, mas devem empenhar-se na sua construção). É claro que a libertação plena e definitiva só acontecerá com a segunda vinda de Jesus.

Em terceiro lugar, Lucas alerta os cristãos para as dificuldades e perseguições que marcarão a caminhada da Igreja. No entanto, devem lembrar que não estarão sós, pois Deus estará sempre presente; será com a força de Deus que eles enfrentarão os adversários e que resistirão à tortura, à prisão e à morte; será com a ajuda de Deus que eles poderão, até, resistir à dor de ser atraiçoados pelos próprios familiares e amigos… Quando Lucas escreve este texto, tem bem presente a experiência de uma Igreja que caminha e luta na história para tornar realidade o “Reino” e que, nessa luta, conhece os sofrimentos, as dificuldades, a perseguição e o martírio; as palavras de alento e força que ele aqui deixa – sobretudo a certeza de que Deus está presente e não abandona os seus filhos – devem ter constituído uma ajuda inestimável para esses cristãos a quem o Evangelho se destinava. Esta é também a mensagem que hoje Lucas quer deixar para nós que caminhamos na história atual e que nos debatemos com as dificuldades de levar a Boa Nova à toda a humanidade, onde tantos parecem não desejar e, mesmo, se opor a esta Boa Nova. Vivemos num tempo onde a proposta de Jesus parece ser falta de bom senso, no entanto, a Boa Nova de Jesus continua sendo muito atual e desafiadora, que requer boas testemunhas.

2. MEDITATIO – meditação
A proposta cristã não é alienante, mas exige um empenhamento sincero na construção de um mundo mais justo e mais fraterno. O “Reino de Deus” é uma realidade que atingirá o ponto culminante na vida futura, porém, vai-se construindo já aqui e agora. Será que estou empenhado em construir um mundo mais justo e fraterno? Será que estou comprometido em que o “Reino de Deus” seja realidade?

Muitas pessoas que hoje freqüentam as comunidades cristãs são apenas “consumidoras”, tendo sempre um papel passivo. Qual é a minha atitude perante a comunidade cristã? Dou o meu contributo na construção da comunidade?

3. ORATIO – oração
Ainda hoje tem comunidades cristãs que vivem a perseguição, que vêm o direito de professar Jesus ameaçado. Nas suas orações recorde todos os cristãos que não podem professar sua fé livremente.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
Faça da sua força a certeza de que em todos os momentos da sua vida, você pode contar com a presença de Deus. De Deus virá tudo o que precisa para vencer, para ser feliz.

5. MISSIO – missão
“Amar a Deus quando nos sentimos consolados, quando tudo nos corre bem, é fácil. Mas amá-lo na aridez do espírito, quando somos envolvidos pela escuridão, isto sim que é amor verdadeiro!” José Allamano


Disponível semanalmente em http://www.consolata.org.br/

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A vocação do serviço

Por: Rosa Clara Franzoi*

  O tema vocação, entendido como chamado de Deus, automaticamente leva-nos a descobrir a sua dimensão de serviço. Não existe chamado sem um objetivo específico. Quando Deus chama alguém é porque tem algo importante a lhe confiar; e esse algo é sempre em favor de outros. Isto pode ser aplicado também às profissões. Já vimos que há diferença entre vocação e profissão; mas neste caso o sentido é o mesmo. Não existe uma vocação ou profissão - uma sequer - cuja finalidade não seja voltada para fora, para o outro. Os pais, professores, padres, religiosas, padeiros, médicos e tantos outros exercem sua profissão para quem? Ninguém exerce uma função só para si. É verdade que o salário tem peso na escolha, falo da profissão; mas mesmo assim, toda missão, toda profissão, está servindo alguém. Seria muito esquisito e até ridículo, se um pintor fizesse uma linda obra e a colocasse no seu quarto para ficar admirando-a e orgulhando-se dela o tempo todo. Se analisarmos bem, a maior parte do nosso tempo é "gasto" em função dos outros. Depende de nós mesmos tornar o agir diário, uma missão de serviço.

A vocação de servir
Jesus disse: "Ide pelo mundo e tornai todos os povos meus discípulos (Mt 28, 19)"; e o instrumento que Ele oferece a quem se dispõe a segui-Lo nesta missão é o "testemunho". Um bom testemunho sempre tem repercussão positiva no coração de alguém; que, por sua vez, fará o mesmo em relação a outros e a "corrente do bem" vai chamando as pessoas à reflexão. Isto é servir. Egoisticamente podemos até não aceitar esta verdade e não querer servir ninguém; mas, sem perceber, acabamos servindo. Pagando um objeto que compramos numa loja, estamos contribuindo para o salário dos funcionários. Em tudo o que fazemos, estamos servindo. É bom pensarmos nisto, porque às vezes, não queremos admitir que, neste mundo todos necessitamos uns dos outros. É a nossa auto-suficiência e o nosso orgulho que nos fazem pensar assim. Mas, todo serviço, até o mais simples do dia a dia, enobrece quem o faz e beneficia quem o recebe; além de proporcionar alegria interior a ambos.

Servir é uma graça
Os missionários e missionárias enviados a evangelizar em outros países, prestam este serviço aos irmãos e irmãs com extrema dedicação. Mas, lembremos que todos nós, onde quer que estejamos, em nossa casa, na escola, no emprego, na comunidade-igreja, na política, nos lugares onde nos divertimos, podemos e devemos servir. Se ao dirigirmos nosso carro, dermos sinal ao motorista que está ao nosso lado, avisando-o que a porta não está fechada; ou se andando pela calçada, formos capazes de afastar para o lado um caco de vidro para que ninguém se machuque; se tirarmos um pouco do nosso tempo para visitar alguém que está doente e sem apoio; se dirigirmos uma palavra de conforto e de ânimo a quem anda desanimado, estaremos evangelizando, estaremos servindo. Servir é a vocação de Jesus. Ele disse: "Eu não vim para ser servido, mas para servir". E toda a vida de Jesus foi um serviço ao próximo.



* Rosa Clara Franzoi, MC, é animadora vocacional.
Publicado na edição Nº08 - Outubro 2010 - Revista Missões.


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A missão nasce no seio de uma comunidade...

Por: Francisco Rubeaux, omi

Havia em Antioquia, na Igreja local...”

O mês de outubro é tradicionalmente, na Igreja Católica, dedicado às Missões: orar refletir, comprometer-se com a Missão que é a essência da vida de todo batizado e batizada: “Como o Pai me enviou, Eu também lhes envio” (João 20, 21).
Por isso a vocação à missão envolve toda a comunidade. É interessante notar que este mês das missões começa com a celebração da festa de Santa Terezinha do Menino Jesus. Ela é a padroeira das missões como dos missionários e das missionárias.
Nós não podemos deixar de evocar neste mês também a presença maternal de Maria. Ela é a primeira missionária ao levar o filho gerado nela por obra do Espírito Santo até as montanhas de Judá: “Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lucas 1, 39) Ora neste mês celebramos a festa de N.S. do Rosário, N.S. Aparecida, N.S de Nazaré Que nossa Mãe querida nos abençoe e nos dê do seu vigor missionário para nos por a caminho apressadamente, levando a Boa Nova de Jesus.
A missão sempre se origina no seio de uma comunidade, nenhum missionário é franco atirador, e sim enviado por alguém ou por um grupo.
A missão sai, em primeiro lugar, do seio da Santíssima Trindade, a maior e a melhor Comunidade. É uma decisão comum de enviar alguém, como lembra o livro do Profeta Isaías: “Quem hei de enviar? Quem irá por nós?” (Isaías 6, 8). Jesus, a Palavra encarnada, veio de junto do Pai (João 1, 1) e volta ao seu ponto de partida (João 13, 1). É como a chuva ou a neve: cai do céu, rega a terra e volta para o céu em forma de nuvem, também a Palavra é assim (Isaías 55, 10-11) e podemos acrescentar a Missão também.
É no seio da comunidade que nasce a missão (Atos 13, 1) e a esta comunidade os discípulos voltarão quando terminar sua missão (Atos 14, 27-28). A comunidade está toda envolvida com a missão dos discípulos, não é uma realização pessoal, mesmo que se trate de uma vocação pessoal. A comunidade sente a necessidade de difundir a Boa Nova e por isso envia missionários. Encontramos o mesmo exemplo em Corinto, com a pessoa de Apolo, desejoso de entregar-se à missão, foi encorajado e enviado pela comunidade (Atos 18, 24-28). A partida da segunda viagem de Paulo se dá da mesma maneira: “Paulo por sua vez escolheu Silas, e partiu, recomendado pelos irmãos à graça do Senhor” (Atos 15,40). Timóteo será escolhido e apresentado a Paulo pela sua comunidade de Listra: “Os irmãos de Listra e Icônio davam bom testemunho de Timóteo. Paulo quis então que Timóteo partisse com ele.” (Atos 16, 1-3). O gesto de participação, de comunhão, é a imposição das mãos (Atos 13, 3).
Todas as viagens missionárias narradas no livro dos Atos têm o mesmo esquema: saem de uma comunidade para voltar à mesma no fim da missão. Cria-se assim um laço de comunhão não somente entre a comunidade e os que ela enviou, mas também entre a comunidade e as novas comunidades fundadas pela ação dos missionários. Essa comunhão entre as comunidades ou Igrejas locais é que dá o sentido profundo daquilo que é a Igreja Católica, espalhada por toda a terra habitada. Cada comunidade é igreja de Jesus, mas todas juntas formam a Igreja Católica, ou seja, a Igreja do e no mundo inteiro.
Se a missão origina-se numa comunidade, da mesma forma a missão realiza-se de maneira comunitária. Não precisa insistir no caráter trinitário da missão de Jesus.Mas ao começar a sua missão pública Ele quis, em primeiro lugar, reunir uma equipe. O interessante é que os quatro evangelistas são unânimes a narrar logo antes do início da missão de Jesus, a sua escolha dos primeiros discípulos (Mateus 4, 18-22; Marcos 1, 16-20; João 1, 35-51).
Os Apóstolos também foram enviados dois a dois (Lucas 10,1) e voltaram junto de Jesus para contar o que aconteceu (Lucas 10,17).
Em Antioquia são dois os que foram escolhidos para levar a frente o anúncio da Palavra. Eles vão ainda levar consigo João Marcos. Quando Paulo vai se separar de Barnabé, os dois vão formar novas equipes: Barnabé com João Marcos e Paulo com Silas (Atos 15, 39-40). Em Corinto, Paulo formará equipe com um casal: Áquila e Priscila. Ele terá também como companheiros Timóteo e Silas. Podemos reler o capítulo 16 da carta aos Romanos para perceber quantos companheiros de evangelização trabalharam com Paulo, homens e mulheres (Romanos 16, 1-15 e 21).
A missão sai da comunidade e para lá volta depois de haver suscitado outras comunidades. Percebemos aqui o laço forte que existe entre missiologia e eclesiologia.
Para assumir a missão temos que estar preparado a dizer “Nós”.
Vamos refletir na nossa vocação missionária nos perguntando: qual é a minha comunidade? Como me sinto enviado por ela para a Missão? Como procuro dar retorno da missão a essa comunidade? E nossa comunidade missionária dá espaço para seus membros planejar juntos a missão e relatar como foi realizada?

Fonte: blog Pe. Francisco Rubeaux

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

As cicatrizes que ficam...

Havia um menino que tinha um temperamento difícil.
Seu pai deu-lhe um saco de pregos e disse-lhe que, a cada vez que perdesse a paciência, pregasse um prego na cerca dos fundos de sua casa.

No primeiro dia o menino pregou 37 pregos na cerca.

Então foi diminuindo gradualmente. Ele descobriu que era mais fácil conter seu temperamento do que bater pregos na cerca.


Finalmente chegou o dia em que o menino não perdeu mais a  paciência.

Ele contou isso ao seu pai, que sugeriu que agora o menino  tirasse um prego da cerca para cada dia que ele conseguisse conter seu temperamento.

Os dias foram passando e o menino pôde, finalmente,  contar a seu pai que não havia mais pregos na cerca.

O pai pegou o filho pela mão, levou-o ate a cerca e disse:
-"Você fez bem, meu filho, mas veja os buracos na cerca. A cerca  nunca mais será a mesma. Quando você fala coisas com ódio, elas  deixam uma cicatriz como estas. Você pode enfiar uma faca em um homem e tira-la. Não importa quantas vezes você diga que sente muito, a  ferida continuara lá. Uma ferida verbal e tão ruim quanto uma física".

-"Amigos são jóias raras", continuou o pai. "Eles nos fazem sorrir e nos encorajam  a seguir em frente. Eles nos dão ouvidos, nos consolam e sempre estão dispostos a abrir o coração para nos".

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Lectio Divina do texto de Mateus 5,1-12 - Solenidade de Todos os Santos

Por: Patrick Silva, imc

Vendo as multidões, Jesus subiu à montanha e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, e ele começou a ensinar: “Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Felizes os que choram, porque serão consolados. Felizes os mansos, porque receberão a terra em herança. Felizes os que têm fome e sede da justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Felizes os puros de coração, porque verão a Deus. Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Felizes sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus. Pois foi deste modo que perseguiram os profetas que vieram antes de vós. (Mateus 5,1-12)

1. LECTIO – Leitura
Os primeiros capítulos do evangelho, servem ao evangelista de mote para dar a conhecer quem é Jesus e apresentar a sua missão. Apresentados estes dados, Mateus, procura mostrar como Jesus vai revelar sua identidade e explicitar sua missão através de palavras e gestos. Este é enquadramento do evangelho agora em consideração. Mateus propõe-nos um discurso de Jesus sobre o “Reino” e a sua lógica. O evangelista estruturou o seu evangelho em cinco discursos (veja Mt 5-7; 10; 13; 18; 24-25), que servem como que “pilares” de toda a sua obra e que recordam os cinco primeiros livros da Bíblia (pentateuco). Estamos no primeiro discurso de Jesus – do qual o Evangelho que nos é hoje proposto é a primeira parte – é conhecido como o “discurso da montanha” (veja Mt 5-7). O discurso se situa no cimo de um monte, indicação não arbitrária, mas que lembra montanha da Lei (Sinai), onde Deus Se revelou e deu ao seu Povo a antiga Lei. Agora é Jesus, que, numa montanha, oferece a nova Lei que deve guiar todos os que estão interessados em aderir ao “Reino”.

As “bem-aventuranças”, apresentadas por Mateus, são consideravelmente diferentes das “bem-aventuranças” propostas por Lucas (veja Lc 6,20-26). Mateus tem nove “bem-aventuranças”, enquanto que Lucas só apresenta quatro; além disso, Lucas prossegue com quatro “maldições”, que estão ausentes em Mateus. As “bem-aventuranças” são fórmulas relativamente freqüentes na tradição bíblica e judaica. As “bem-aventuranças” evangélicas devem ser entendidas no contexto da pregação sobre o “Reino”. Jesus proclama “bem-aventurados” aqueles que estão numa situação de debilidade, de pobreza, porque Deus está a ponto de instaurar o “Reino” e a situação destes “pobres” vai mudar radicalmente; além disso, são “bem-aventurados” porque, na sua fragilidade, debilidade e dependência, estão de espírito aberto e coração disponível para acolher a proposta de salvação e libertação que Deus lhes oferece em Jesus (a proposta do “Reino”).

As quatro primeiras “bem-aventuranças” referidas por Mateus estão relacionadas entre si. Dirigem-se aos “pobres” (as segunda, terceira e quarta “bem-aventuranças” são apenas desenvolvimentos da primeira, que proclama: “bem- aventurados os pobres em espírito”). Saúdam a felicidade daqueles que se entregam confiadamente nas mãos de Deus e procuram fazer sempre a sua vontade; daqueles que, de forma consciente, deixam de colocar a sua confiança e a sua esperança nos bens, no poder, no êxito, para esperar e confiar em Deus; daqueles que aceitam renunciar ao egoísmo, que aceitam despojar-se de si próprios e estar disponíveis para Deus e para os outros. Os “pobres em espírito” são aqueles que aceitam renunciar, livremente, aos bens, ao próprio orgulho e auto-suficiência, para se colocarem, incondicionalmente, nas mãos de Deus, para servirem os irmãos e partilharem tudo com eles. Os “mansos” não são os fracos, os que suportam passivamente as injustiças, os que se conformam com as violências orquestradas pelos poderosos; mas são aqueles que recusam a violência, que são tolerantes e pacíficos, embora sejam, muitas vezes, vítimas dos abusos e prepotências dos injustos… A sua atitude pacífica e tolerante torná-los-á membros de pleno direito do “Reino”. Os “que choram” são aqueles que vivem na aflição, na dor, no sofrimento provocados pela injustiça, pela miséria, pelo egoísmo; a chegada do “Reino” vai fazer com que a sua triste situação se mude em consolação e alegria… A quarta bem-aventurança proclama felizes “os que têm fome e sede de justiça”. Provavelmente, a justiça deve entender-se, aqui, em sentido bíblico, isto é, no sentido da fidelidade total aos compromissos assumidos para com Deus e para com os irmãos. Jesus dá-lhes a esperança de verem essa sede de fidelidade saciada, no Reino que vai chegar.

O segundo grupo de “bem-aventuranças” (7-11) está mais orientado para definir o comportamento cristão. Enquanto que no primeiro grupo se constatam situações, neste segundo grupo propõem-se atitudes que os discípulos devem assumir. Os “misericordiosos” são aqueles que têm um coração capaz de compadecer-se, de amar sem limites, que se deixam tocar pelos sofrimentos e alegrias dos outros. Os “puros de coração” são aqueles que têm um coração honesto e leal, que não pactua com a duplicidade e o engano. Os “que constroem a paz” são aqueles que se recusam a aceitar que a violência e a lei do mais forte orientem as relações humanas.

Os “que são perseguidos por causa da justiça” são aqueles que lutam pela instauração do “Reino” e são humilhados, agredidos, marginalizados por parte daqueles que praticam a injustiça, que fomentam a opressão, que constroem a morte… Jesus garante-lhes: o mal não vos poderá vencer; e, no final do caminho, espera-vos o triunfo, a vida plena.

Na última “bem-aventurança” (11), o evangelista dirige-se, em jeito de exortação, aos membros da sua comunidade que têm a experiência de ser perseguidos por causa de Jesus e convida-os a resistir ao sofrimento e à adversidade. Esta última exortação é, na prática, uma aplicação concreta da oitava “bem-aventurança”.

No seu conjunto, as “bem-aventuranças” deixam uma mensagem de esperança e de alento para os pobres e débeis. Anunciam que Deus os ama e que está do lado deles; confirmam que a libertação está a chegar e que a sua situação vai mudar; asseguram que eles vivem já na dinâmica desse “Reino” onde vão encontrar a felicidade e a vida plena.

2. MEDITATIO – meditação
Jesus afirma: “Felizes os pobres em espírito”, o mundo diz: felizes os que têm muito dinheiro, nem que seja sujo! Quem é, realmente, feliz?

Jesus diz: “felizes os mansos”; o mundo diz: felizes os que respondem à violência com uma violência maior. Quem tem razão?

Jesus diz: “felizes os que choram”; o mundo diz: felizes os que curtem os prazeres da vida. Onde está a verdadeira felicidade?

Jesus diz: “felizes os que cumprem a vontade de Deus”; o mundo diz: felizes os que esquecem Deus, pois Deus impede a felicidade pessoal. Onde está a verdadeira liberdade, que enche de felicidade o coração?

Jesus diz: “felizes os que usam de misericórdia”; o mundo diz: felizes que são indiferentes aos outros. Qual é o verdadeiro fundamento de uma sociedade mais justa e mais fraterna?

Jesus diz: “felizes os sinceros de coração”; o mundo diz: felizes quando sabeis mentir e enganar para tirar proveito próprio. Onde está a verdade?

Jesus diz: “felizes os construtores da paz”; o mundo diz: felizes os vencedores a qualquer preço. O que é que torna o mundo melhor: a paz ou a guerra?

Jesus diz: “felizes os que são perseguidos por cumprirem a vontade de Deus”; o mundo diz: felizes os aprenderam a fazer o jogo dos poderosos e estar sempre de acordo com eles, pois só assim podeis subir na vida e ter êxito na vossa carreira. O que é que nos eleva à vida plena?

3. ORATIO – oração
Neste momento de oração reze com as palavras do evangelho, ore por si, para que saiba traduzir estas palavras na sua vida do dia a dia.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
Imagine que estava lá naquele dia em que Jesus proclamou este discurso, estas palavras foram lhe dirigidas, qual seria a sua reação?

5. MISSIO – missão
“Se não fordes santos, sereis apenas uma sombra de missionários e fareis mais mal do que bem.” José Allamano

Disponível semanalmente em http://www.consolata.org.br/

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Os grandes cismas no cristianismo e as correntes cristãs ao longo dos 20 séculos

Por: Júlio Caldeira, imc

* Este escrito é apenas uma maneira de ajudar na identificação e conhecimento das tradições cristãs e de algumas expressões religiosas. Não visa trazer reflexões morais e/ou valorização de uma denominação em detrimento de outras.

A Igreja Cristã, por dez séculos, era formada por cinco sedes (também chamados Patriarcados): Antioquia, Constantinopla,  Alexandria, Jerusalém e Roma. Todos gozavam de direitos iguais e eram autônomos, sendo que para dirimir questões maiores de fé, convocava-se um Concílio Ecumênico entre elas. O básico da fé cristã está contida no chamado credo apostólico (redigido no Sínodo de Nicéia, em 325 d.C.):

Creio em Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra. E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na santa Igreja Católica (universal, cristã...); na comunhão dos Santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne; e na vida eterna. Amém.


Com a união entre Igreja e Estado, cuja sede era em Roma, o Patriarcado de Roma recebeu o titulo de “Primus inter pares”, por estar situado na capital do Império, assumindo a primazia sobre os outros Patriarcados. Este fato foi gerando, aos poucos, rixas e discussões de poder e doutrina, principalmente no que se refere à primazia do Papa (bispo de Roma), que culminou, infelizmente, nos vários cismas (divisões) durante os séculos, que deram origem às diferentes denominações cristãs que conhecemos nos dias atuais.
Os grandes cismas foram entre os cristãos do Ocidente e do Oriente, em 1054, que deu origem às Igrejas Ortodoxas (Oriente) e Igreja Católica Romana (Ocidente); o outro aconteceu a partir da Igreja do Ocidente, desde o século XVI, dando origem às Igrejas Protestantes ou Históricas, que veremos mais adiante. Os últimos cismas estão acontecendo nas igrejas ocidentais, desde o século XIX, que está dando origem às igrejas pentecostais e neo-pentecostais.

1.      IGREJAS ORTODOXAS:
Também chamadas Igreja Católica Apostólica Ortodoxa ou Igreja Ortodoxa Oriental, subdividem-se em vários patriarcados, que gozam autoridade e status próprio. A maioria está localizada no leste europeu, nos países eslavos e no Oriente Médio (Ásia).
Os principais patriarcados são:

a)     Patriarcado de Constantinopla
b)     Patriarcado de Alexandria
c)     Patriarcado de Antioquia
d)     Patriarcado de Jerusalém
e)     Patriarcado de Moscou
f)       Patriarcado da Geórgia
g)     Patriarcado da Sérvia
h)     Patriarcado da Roménia
i)       Patriarcado da Bulgária

OBS: Uma parte destas igrejas ortodoxas, aos poucos, uniu-se à Igreja Católica Romana e formam as chamadas Igrejas Católicas de Rito Oriental, sob a autoridade do Papa.

2.     IGREJA CATÓLICA:
Também chamada Igreja Católica Apostólica Romana, tem sua sede no Vaticano (Roma), sob a primazia e autoridade do papa, sucessor direto do apóstolo Pedro. É a maior Igreja cristã em número de fiéis, com mais de 1,1 bilhões de fiéis. Após séculos sob o regime de cristandade, aconteceu uma grande reforma, abertura e diálogo a partir do Concílio do Vaticano II (1962-1965), principalmente para o diálogo com os demais cristãos, religiões e com o mundo moderno.

3.     IGREJAS PROTESTANTES ou HISTÓRICAS:
Durante a história geral estudamos esta parte no que chamamos “Reforma Protestante e Contra-Reforma Católica”. Surgiram do protesto contra as estruturas hierárquicas da Igreja Católica, enfatizando a autoridade e livre interpretação da Bíblia, e rejeitando a autoridade do papa como representante de Cristo na Terra. As principais correntes são:
Igreja
Data
Fundador
Onde
Luterana
1518
Martinho Lutero
Alemanha
Anglicana
1534
rei Henrique VIII
Inglaterra
Presbiteriana
1560
John Knox
Escócia
Metodista
1727
John Wesley
Inglaterra
Batista
1738
John Smyth
Holanda
Episcopal
1789
(Igreja Anglicana)
EUA

Diálogo ecumênico: na busca de um diálogo e reaproximação surgiu nestes níveis cristãos citados acima (Ortodoxos, Católicos e Protestantes) o que chamamos movimento ecumênico. Ecumenismo, provém do grego oikoumene (casa comum, mundo habitado – derivado de oikós [casa, lugar onde se vive] e oikía [ato de construir a casa]), refere-se à busca de unidade entre as igrejas cristãs (Jesus Cristo), a partir do desígnio dele: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim, e eu em ti. Que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17,21).
O diálogo ecumênico, também chamado ecumenismo, iniciou-se em torno das guerras entre cristãos na Europa do século XVI a XIX (na esperança de buscar a paz) e nos entre os movimentos missionários protestantes (que foram observando o escândalo que as disputas entre cristãos causavam nas pessoas a evangelizar). Após iniciativas e discussões, surgiu em 1910, em Edimburgo, a Conferência Missionária Mundial (entre os protestantes), que abriu caminhos para a construção de uma teologia e a unidade no trabalho missionário[1]. Em 1948, em Amsterdã, surge o Conselho Mundial das Igrejas, que contou com a participação de mais de 140 igrejas cristãs “Naquela ocasião, os que se reuniram em busca da unidade tomaram consciência de que ela não seria possível a menos que se apresentassem com clareza e honestidade as razões que separam os povos, as comunidades e as igrejas”[2].
A nível católico, o diálogo ecumênico iniciou-se, oficialmente, com o Concílio Vaticano II, que no decreto Unitatis redintegratio (sobre o ecumenismo) fala da necessidade de “promover a restauração da unidade entre todos os cristãos (que) é um dos principais propósitos do sagrado Concílio Ecumênico Vaticano II” (UR 1), e reconhece os esforços do movimento ecumênico iniciado pelos protestantes (que chama de “irmãos separados”). Fundamentado nas palavras de Jesus expressa em Jo 17,21: “Que eles sejam um como nós somos um. Que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste”, é importante observar que este como é tradução do grego kathos, que exprime “fonte da nossa própria identidade”.
Segundo um folheto informativo da Casa da Reconciliação, de São Paulo, o ecumenismo que queremos é: a) diálogo que reconhece e respeita a diversidade; b) valorização de tudo que já une as Igrejas; c) trabalho conjunto na construção de um mundo melhor; d) criação de laços de afeto fraterno entre Igrejas; e) oração em comum a partir da mesma fé; f) busca sincera de caminhos para curar as feridas da separação; g) valorização leal de tudo de bom que as diferentes denominações cristãs realizam.
4.      IGREJAS PENTECOSTAIS:
São chamados “pentecostais” pela idéia que tem de viver a realidade de um novo Pentecostes, pela efusão do Espírito Santo e pelas curas milagrosas pela força da fé, baseados numa experiência religiosa de êxtase e emoções fortes. Este movimento nasceu, principalmente, a partir das igrejas batista, metodista e presbiteriana dos EUA, no final do séc. XIX e início do séc. XX.
No Brasil, as igrejas pentecostais desenvolveram-se em “três ondas”:
a)      entre 1910-1950: pentecostalismo de migração (vindo, principalmente, dos EUA: congregacionais, presbiterianos, batistas...): Congregação Cristã (1910 – São Paulo: imigrantes italianos) e Assembléia de Deus (1911 – Belém/PA), que cresceram com as migrações, operários e fenômeno urbano.

b)      déc. 1950-60: pentecostalismo fragmentado (fragmentação na metrópole: êxodo rural): época de cura e milagres aos que tentam se adaptar à metrópole (carentes, sofredores, empobrecidos) – ideal do “reavivamento”: Igreja do Evangelho Quadrangular (1951), O Brasil para Cristo (1955), Deus é Amor (1962).

c)      final dos anos 70 até hoje: o neo-pentecostalismo (aproveitando a onde do marketing e dos meios de comunicação): prática da cura, exorcismo, teologia da prosperidade, soluções imediatas às massas ameaçadas – Igreja Universal do Reino de Deus (1977), Internacional da Graça (1980), Renascer em Cristo (1986), Internacional do Poder de Deus... e tantas outras que surgem a cada dia... (segundo dados, atualmente existem mais de 10 mil denominações cristãs)

5.      OUTRAS IGREJAS “CRISTÃS”:
Algumas igrejas surgiram dentro do cristianismo, mas, no entanto, não se consideram cristãos. Estes movimentos surgiram diante da confusão e do descontrole religioso dos EUA.
a)      Mórmons (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos dias – 1830): fundada por Joseph Smith, a partir de algumas visões, do qual escreveu o Livro dos Mórmons.
b)      Adventistas do sétimo dia (1830): fundada por Willians Miller, a partir da profecia da volta iminente de Jesus Cristo para purificar o mundo.
c)      Testemunhas de Jeová (1878): fundada por Charles Russell. Adoram somente a Jeová e seguem os ensinamentos de Jesus.

6.      GRUPOS RELIGIOSOS (que tem influência cristã, mas não são cristãs):
a)      A) Espiritismo (1850): fundado por Allan Kardec, reuniu as idéias em sete livros, ditados, segundo ele, pelos espíritos. Sua idéia principal é que os espíritos do outro mundo se comunicam com os vivos. Para eles Jesus não é o Deus Salvador, mas um grande “médium”. Toda ação, boa ou má, receberá a relativa retribuição, por isso as obras de caridade são incentivadas e praticadas assiduamente. Há etapas específicas para o progresso espiritual.
b)      Religiões Afro-americanas: a partir das raízes das religiões africanas trazidas pelos escravos, e do sincretismo destas com elementos católicos, das religiões indígenas e, mais tarde, com o espiritismo, surgiram (entre as principais correntes):
- Candomblé: originária das tradições africanas do tempo da escravidão, expandiu após o fim da escravatura, em 1888, com a valorização dos orixás, rituais e festas próprias. Não deve ser confundido com a umbanda.
- Umbanda: formada dentro da cultura religiosa brasileira, a partir do sincretismo entre catolicismo, espiritismo e religiões afro.
c)      Legião da Boa Vontade: fundada em 1950 por Alziro Zarur, no Rio de Janeiro, a partir de uma inspiração espírita. Dedica-se à assistência social junto às classes mais carentes e a congregação entre pessoas de boa vontade.

7.      OUTRAS EXPRESSÕES RELIGIOSAS (não são cristãs):
a)      Budismo
b)      Islamismo (muçulmanos)
c)      Hinduísmo
d)      Judaísmo
e)      Confucionismo
f)       Religiões tradicionais Africanas, Americanas (indígenas) e da Oceania (aborígenes)


[1] Desta Conferência, surgiu a iniciativa da “Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos”, celebrada anualmente. Aqui no Brasil celebra-se na semana entre a Ascensão e Pentecostes.
[2] SANTA ANA, Julio H.. Ecumenismo e Libertação. Petrópolis: Vozes, 1987, p.239.