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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O grande mestre Samurai


Conta-se que perto de Tóquio vivia um grande mestre Samurai. Já com uma certa idade, ele dedicava-se então a ensinar o Zen aos jovens. Apesar da sua idade, corria a história de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.

Certa tarde apareceu por ali um jovem guerreiro conhecido pela sua total falta de escrúpulos. Era famoso por usar a técnica da provocação e da humilhação.

Utilizando as suas habilidades para provocar, esperava que o seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de inteligência e agilidade, contra-atacava com velocidade fulminante.

Este jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta.

Assim que soube da reputação do velho Samurai, propôs-se a não sair dali sem antes derrotá-lo e aumentar sua fama.

Todos os discípulos do Samurai se manifestaram contra a ideia, mas o velho mestre aceitou o desafio.

Foram todos para a praça da pequena cidade e diante dos olhares espantados, o jovem guerreiro começou a insultar e a provocar o velho mestre.

Chutou algumas pedras na sua direcção, cuspiu no seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo os seus ancestrais.

Durante horas fez tudo para provocá-lo mas o velho mestre permaneceu sereno e impassível.

No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.

Desapontados pelo facto de o mestre ter aceitado calado tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram:

- Como é que senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, em vez de mostrar-se cobarde diante de todos nós?

O sábio ancião olhou calmamente para os alunos e, fixando o olhar num deles perguntou-lhe:

- Se alguém chega até si com um presente que lhe oferece mas você não o aceita, com quem fica o presente?

- Com quem tentou entregá-lo, respondeu o discípulo.

- Pois bem, o mesmo vale para qualquer outro tipo de provocação e também para a inveja, a raiva, e os insultos, disse o mestre. Quando não são aceites, continuam pertencendo a quem os carregava consigo.

(autor desconhecido)

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