Missionário da Consolata na Colômbia e no Equador...

domingo, 29 de novembro de 2009

Será que vou rezar? (RUBEM ALVES)

É. Cada um celebra o que escolhe.
Acho que farei uma sopa de fubá que tomarei com pimenta e torradas


SOU UM ADMIRADOR de Gandhi. Cheguei mesmo a escrever um livro sobre ele. Estou planejando convocar os amigos para uma homenagem póstuma a esse grande líder pacifista e vegetariano. Pensei que uma boa maneira de homenageá-lo seria um evento numa churrascaria, todo mundo gosta de churrasco, um delicado rodízio com carnes variadas, picanhas, filés, costelas, cupins, fraldinhas, lingüiças, salsichas, paios, galetos e muito chope. O grande líder merece ser lembrado e festejado com muita comilança e barriga cheia!

Eu não fiquei doido. O que fiz foi usar de um artifício lógico chamado "reductio ad absurdum" que consiste no seguinte: para provar a verdade de uma proposição, eu mostro os absurdos que se seguiriam se o seu contrário, e não ela, fosse verdadeiro. Eu demonstrei o absurdo de se celebrar um líder vegetariano de hábitos frugais com um churrasco.

Uma homenagem tem de estar em harmonia com a pessoa homenageada para torná-la presente entre aqueles que a celebram. Uma refeição, sim. Mas pouca comida. Comer pouco é uma forma de demonstrar nosso respeito pela natureza. Alface, cenoura, azeitonas, pães e água.

Escrevo com antecedência, hoje, 27 de novembro, um mês antes, para que vocês celebrem direito. A celebração há de trazer de novo à memória o evento celebrado.

É uma cena: numa estrebaria uma criancinha acaba de nascer. Sua mãe a colocou numa manjedoura, cocho onde se põe comida para os animais. As vacas mastigam sem parar, ruminando. Ouve-se um galo que canta e os violinos dos grilos, música suave... No meio dos animais tudo é tranqüilo. Os campos estão cobertos de vaga-lumes que piscam chamados de amor. E no céu brilha uma estrela diferente. Que estará ela anunciando com suas cores? O nascimento de um Deus?

É. O nascimento de um Deus. Deus é uma criança.

O nascimento do Deus criança só pode ser celebrado com coisas mansas. Mansas e pobres. Os pobres, no seu despojamento, devem poder celebrar. Não é preciso muito.

Um poema que se lê. Alberto Caeiro escreveu um poema que faria José e Maria, os pais do menininho, rir de felicidade: "Num meio-dia de fim de primavera, tive um sonho como uma fotografia: "Vi Jesus Cristo descer a terra. Veio pela encosta do monte tornado outra vez menino. Tinha fugido do céu...'" Longo, merece ser lido inteiro, bem devagar...

Uma canção que se canta. Das antigas. Tem de ser das antigas. Para convocar a saudade. É a saudade que traz para dentro da sala a cena que aconteceu longe. Sem saudade o milagre não acontece.

Algo para se comer. O que é que José e Maria teriam comido naquela noite? Um pedaço de queijo, nozes, vinho, pão velho, uma caneca de leite tirado na hora. E deram graças a Deus.

E é preciso que se fale em voz baixa. Para não acordar a criança.

Naquela mesma noite, havia uma outra celebração no palácio de Herodes, o cruel. Ele tinha medo das crianças e mataria todas se assim o desejasse. A mesa do banquete estava posta: leitões assados, lingüiças, bolos e muito vinho... Os músicos tocavam, as dançarinas rodopiavam. Grande era a orgia.

É. Cada um celebra o que escolhe. Acho que vou fazer uma sopa de fubá que tomarei com pimenta e torradas. E lerei poemas e ouvirei música. E farei silêncio quando chegar a meia-noite e, quem sabe, rezarei?

Fonte: FOLHA DA SÃO PAULO, São Paulo, terça-feira, 27 de novembro de 2007.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A relação entre fé e compromisso social no livro “Evangelho e Revolução Social” do frei Carlos Josaphat


Comunicação elaborada por Júlio César Caldeira Ferreira, 2º ano EDT, para o seminário de pesquisa “EnfoquesTeológicos Latino-americanos sobre a Teologia”, sob coordenação dos professores José Almy Gomes e Ceci Baptista Mariani.

Como semente da Teologia da Libertação, encontramos esta obra do frei Josaphat que sugere, como afirma Dom Paulo Evaristo Ars, “uma espiritualidade para ação, que inclua uma luta sem ódio, mas eficaz, contra as injustiças no plano social, nacional e internacional. Continua atual e urgente este convite-intimação ao cristão: ‘Compete aos que já acordaram, sacudir os adormecidos. Tal missão cabe especialmente aos leigos’.”

Lendo o livro observei que frei Carlos insiste na reforma da base a partir de um ideal revolucionário (partindo da história), mudando as estruturas a partir do Evangelho (pois não há caridade sem justiça social e não há justiça social sem caridade). Inspirado pela encíclica de João XXIII, Mater et Magistra, no nº 4a, ele insiste que “somos desafiados a calejar as mãos na edificação de uma civilização deveras humana, fundada ‘na verdade, na justiça e no amor’.”

Buscando combater as idéias do século XIX de católicos liberais ou reacionários e dos católicos conservadores, frei Josaphat defende que não haja mais luta de classes (que geram oprimidos e opressores), não busquem interpretar o evangelho individualizante e acomodando-se diante das situações de injustiça; mas crie-se um amor realista para com Deus e com o próximo, baseado na caridade e fundado na doação, através da fé e da construção de uma ordem social onde os homens encontrem condições de uma vida verdadeiramente humana, fazendo uma opção livre à santidade .

A renovação cristã parte da convicção evangélica (interna) e da opção pessoal (externa), elaborando uma espiritualidade integral a partir do Evangelho para assumir uma ordem social justa e solidária, baseando-se na “fé no Deus vivo e pessoal (...), (numa) oração capaz de assumir e dinamizar a vida com seus problemas concretos, a doação generosa ao próximo, na medida das capacidades e na realização da vocação de cada um” .

Ressalta a importância da retomada bíblica baseada numa escatologia cristã que deve “fundar uma espiritualidade de marcha para Deus e de presença ativa no mundo”, valorizando os profetas, que “representam uma ruptura com uma falsa ordem estabelecida”, na esperança messiânica que “inaugurará para o mundo o reino da Justiça e da Paz” e fundado nos ensinamentos da tradição da Igreja. Da mesma forma, ressalta o sentido da valorização de “todo o povo” a partir de uma educação integral, da participação na vida política, econômica e social para todas as classes, pois “a paz é fruto da justiça e a tranqüilidade se funda no direito” (Is 32,17).

No entanto devemos estar atentos à inspiração de uma espiritualidade aberta ao plano social e não fechada puramente nas tradições e ritualismos. “O cristianismo por sua natureza não é conservador ou revolucionário; ele é proclamação e sede de Justiça” contra os grandes pecados coletivos: a) desinteresse das elites dirigentes em relação aos problemas fundamentais; b) a utilização dos meios publicitários para anestesiar ou desvirtuar a opinião pública. Neste meio, os discípulos de Jesus devem demonstrar a sua fé e utilizar das armas ofensivas do cristão: a verdade, a bondade e o amor.

Diante da sociedade atual, o pensamento do frei Carlos Josaphat continua atual e desafiando a nós cristãos a buscarmos “desdobrar todas as dimensões teologiais, pessoais, comunitárias e sociais de nossa profissão de fé hoje, bem como os aspectos de sua universalidade, abrangendo, esclarecendo, estimulando a estima e o cuidado da criação, o compromisso com as grandes aspirações e problemas humanos e mesmo o empenho de colaborar na elaboração e realização de um projeto justo e solidário de sociedade” .

São Paulo, junho de 2009.

Concílio Vaticano II: os anos que se seguiram.

Resenha do artigo: LIBANIO, João Batista. Concílio Vaticano II: os anos que se seguiram. In: LORSCHEIDER, Aloísio, et al. Vaticano II: 40 anos depois. São Paulo: Paulus, 2005. p.71-88.

Para Libanio, o Concílio Vaticano II foi um evento histórico, acontecido entre 11 de outubro de 1962 até 8 de dezembro de 1965. Após esse período começa um tempo de recepção. O Vaticano II marcou a vida eclesial por meio da teologia de seus documentos, pelas instituições que diretamente criou, pelo espírito que gerou e pelas reações e força simbólica que significou:

1. Inúmeras pessoas dedicaram-se à redação dos textos, influenciados por certas tendências teológicas, por grupos de teólogos ou por um determinado teólogo; todos os textos foram submetidos às críticas dos membros do Concílio, sendo importante que qualquer estudo sério de algum documento conciliar necessite refazer o percurso de sua gestação até a última votação, tendo clareza do verdadeiro sentido do texto aprovado.

A teologia neo-escolástica (dos clássicos manuais escolares) foi substituída por uma teologia plural, diversificada, menos estruturada e pouco sistematizada, ganhando-se em atualidade, na variedade de temas e de abordagens, em diálogo com as ciências modernas, em alcance existencial, e em repercussão pastoral e com força querigmática em várias gerações: na geração pós-conciliar produziu uma profunda renovação na pregação, na catequese, no ensino da teologia, na pastoral; o tema mais importante do Concílio foi a eclesiologia, com a concepção da Igreja como povo de Deus, sinal e sacramento do Reino de Deus, valorizado pelo batismo e pela vocação própria, valorizando a Igreja particular e a comunhão entre elas pelo espírito colegial. Isto provocou uma transformação na cristologia, na compreensão de Trindade, na teologia sacramental e impulsionando a teologia ecumênica, do diálogo inter-religioso e com os não-crentes.

No entanto alguns rincões da Igreja limitam a teologia pós-Vaticano: alguns vêm deslocando o interesse para experiências espirituais carentes de uma reflexão teológica ou até resistente a ela, produzindo uma literatura de consolo, de auto-ajuda, centrada na subjetividade e na emoção. Setores tradicionais buscam tiram do Vaticano II elementos teológicos tradicionais, causando conflitos teológicos, fortalecendo uma eclesiologia de cunho centralizador e institucional.

2. A principal instituição eclesiástica pós-conciliar, o sínodo, como expressão da colegialidade, ficou a meio caminho, sendo restringido ao simples papel consultivo, predominando o pólo central. As conferências episcopais sofreram restrições e regressões lentas e continuadas: as novas gerações de bispos são sacramentalmente ordenados no espírito colegial, mas juridicamente pensados para serem autárquicos e assim escolhidos, mantendo-se a unidade próxima da uniformidade, em vez da diversidade e originalidade locais. No espírito colegial, no entanto, agitaram-se conselhos presbiterais, pastorais e comunitários com a experiência da assembléia do povo de Deus (talvez seja uma forma dos leigos e das leigas participarem na vida interna da Igreja).

3. O Concílio é um espírito, um novo símbolo da Igreja Católica, exprimido no imaginário da relação com o de Trento, com o das Igrejas evangélicas, com o das religiões e com o do mundo moderno em toda a sua extensão. O imaginário tridentino foi primado pela afirmação da identidade católica em oposição às Igrejas nascidas da Reforma e aos princípios e práticas da modernidade, em torno de 3 elementos visíveis: batismo, confissão exterior da fé cristã católica e obediência à hierarquia (especialmente ao Papa), criando o imaginário eclesial que alimentou a Igreja católica por quatro séculos. Já o imaginário do Vaticano II assumiu um teor teórico e prático-histórico a partir de fatores que penetravam na Igreja (ação católica, movimentos bíblico, litúrgico, social, missionário, artístico etc.).

O clima de diálogo e abertura causou esperança, euforia e ousadia desmedida, mas também temores, triagem e enquadramento de algumas experiências pela burocracia eclesiástica. Há certos movimentos que reagem buscando impor de novo a gravidade e o rigor de prescrições da Igreja no campo moral e sacramental. Apesar disso, Libanio afirma que as iniciativas deixaram marca positiva, como, por exemplo, nas celebrações litúrgicas. A formação do clero passou por estágios: primeiro com os cursos inseridos em universidades; depois voltando ao antigo estilo de vida mais reclusa; atualmente, está tomando um rumo transformador com a Teologia sendo reconhecida pelo MEC. A vida consagrada teve as maiores transformações: as de vida ativa despojaram-se de sua veste monacal, com transformação da forma de oração, de trajes, de teor de vida comunitária e de prática pastoral, buscando redescobrir o carisma fundacional.

4. O Concílio Vaticano II foi recepcionado na América Latina a partir de Medellín, onde foi dado um salto qualitativo para além da concepção centro-européia do Concílio, transformando a Igreja a partir da opção preferencial pelos pobres, lançando as sementes para uma Igreja mais popular, nas comunidades eclesiais de base, num forte embate com as forças de opressão que se escondia na face econômica de dominação. Baseando-se na teologia chamada da libertação (a partir de uma virada teológico-antropocêntrica da teologia e do método ver-julgar-agir), na estrutura das comunidades de base, nas práticas pastorais baseada nos círculos bíblicos e nas pastorais sociais.

O Concílio Vaticano II explica os avanços e os retrocessos do momento atual, seja da Igreja do despojamento (simples, humilde, pobre, consciente de seus pecados, arrependida, servidora, disposta a dialogar e cooperar com a sociedade humana), seja nos retrocessos conservadores (com temor diante do dinamismo que está a dissolver as estruturas emperradas e incapazes de responder à vitalidade). O concílio Vaticano II capitalizou um acúmulo de forças inovadoras e, por outro lado, crescem temores de que a Igreja católica perca a identidade. Devemos estar dispostos a entrar no verdadeiro espírito do Vaticano II que nos prepara para viver num mundo pluralista, de diálogo, de tolerância, de respeito à autonomia das pessoas.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Concílio Vaticano II : etapa preparatória.

Resenha do artigo: BEOZZO, José Oscar. O Concílio Vaticano II : etapa preparatória. In: LORSCHEIDER, Aloísio, et al. Vaticano II: 40 anos depois. São Paulo: Paulus, 2005. p. 9-37.

Neste artigo, Beozzo procura introduzir os três anos das etapas preparatórias do Concílio Vaticano II, desde o anúncio de sua convocação, feita por João XXIII, em 25 de janeiro de 1959, que provocou por todo o mundo excitação e grandes indagações: “O Concílio Ecumênico, segundo o pensamento do Santo Padre, não somente tende à edificação do povo cristão, mas também quer ser um convite às comunidades separadas para a busca da unidade pela qual hoje em dia tantas almas anseiam em todos os pontos de vida” (L’Osservatore Romano, 26-27 de janeiro de 1959,p.1). Em seguida, Beozzo enumera, em nove pontos, alguns elementos:

1. A palavra “aggiornamento” (“colocar-se em dia”, “atualizar-se”), acabou caracterizando a preparação do Concílio proposto por João XXIII e entrou no vocabulário de outras línguas, causando em alguns a impressão de que a Igreja Católica estava saindo da “segurança das trincheiras e baluartes em que se havia fechado, para o fascínio da busca”.

2. João XXIII convocou, ao mesmo tempo do Concílio, um Sínodo diocesano para a Igreja particular de Roma, mostrando sua preocupação por uma revisão, reorganização e novo empenho pastoral, e pretendendo conhecer melhor o seu rebanho e cuidar dele. As duas iniciativas tiveram o caráter “pastoral”, buscando, pelo diálogo, remédios pastorais para as aflições e indagações dos fiéis e da humanidade, tratando até os erros modernos com misericórdia, bondade e paciência. O concílio foi aberto com a presença de 2.540 padres conciliares, de observadores das demais Igrejas cristãs, de hóspedes do Secretariado para a União dos Cristãos, de delegados oficiais dos Estados e organismos internacionais.

3. Em 17 de maio de 1959 o Papa João XXIII constituiu uma Comissão Ante-preparatória, sob a direção do cardeal secretário de Estado, Domenico Tardini, que foi encarregado de consultar o episcopado católico de todo o mundo, dicastérios da Cúria romana, Faculdades de Teologia, Universidades Católicas, Superiores Maiores das Ordens e Congregações Religiosas, para colher sugestões e conselhos para o Concílio.

4. O cardeal Tardini enviou uma carta convidando os bispos para exprimir seus anseios e sugestões; em poucos meses chegaram mais de 2 mil respostas, procedendo-se à elaboração dos Relatórios Sintéticos Nacionais. Dos 167 bispos e prelados do Brasil que receberam a carta de consulta, 132 responderam. No entanto, a maioria limitou-se a desejar bom êxito ou solicitar pequenas mudanças no Código de Direito Canônico, na liturgia ou na disciplina eclesiástica.

5. Em 5 de junho de 1960, João XXIII deu início à fase preparatória, criando 13 comissões e secretariados, e uma Comissão Central, presidida pelo Papa e integrada pelos presidentes das demais comissões e outros membros, com o intuito de coordenar todos os trabalhos, estabelecer a agenda dos assuntos a serem tratados no Concílio e estabelecer as normas e regulamentos para o seu funcionamento.

6. As comissões trabalharam arduamente nos meses seguintes para organizar o material recolhido; no entanto as comissões operavam em segredo e isolamento entre elas, causando uma superposição de esquemas e acarretando incongruências e perda de tempo, causando uma dissociação entre o Concílio sonhado por João XXIII e os esquemas elaborados pelas comissões supervisionadas pela Cúria. A Assembléia conciliar rejeitou a continuidade das comissões pré-conciliares elegeu novos membros para elas. Salvo o esquema da liturgia, todos os outros 70 esquemas foram rejeitados ou despachados para serem refeitos, sendo reduzidos e reagrupados em 17 esquemas que resultaram nos 16 documentos finais do Vaticano II.

As comissões foram afetadas também pela sua composição, com um grande número de europeus, que ocupavam ¾ das posições, e também pelos pouquíssimos leigos; nenhuma religiosa ou leiga participou das comissões. Outro aspecto foi que o segredo fez com que a opinião pública e o episcopado mundial ficassem à margem do processo.

7. A participação brasileira na etapa preparatória foi reduzida a um punhado de 10 bispos e teólogos, sendo 4 membros e 6 consultores. A fase preparatória do Concílio encerrou-se com a sétima e última sessão plenária da Comissão Central, de 12 a 20 de junho de 1962. Todo o material resultou em 70 esquemas impressos em 119 opúsculos, em 2060 páginas.

8. A iniciativa de João XXIII de criar o Secretariado para a União dos Cristãos, em 5 de junho de 1960, acrescentado de uma sessão votada para o diálogo católico-judaico, e a de Paulo VI, criando um secretariado às religiões não-cristãs e outro aos não-crentes, ajudou nos propósitos e sonhos do Concílio.

9. Por fim, Beozzo afirma que o Concílio Vaticano II só foi possível por causa de João XXIII, na busca de um novo Pentecostes na vida da Igreja. Mesmo com alguns que se opunham à linha de abertura e diálogo inaugurada pelo Papa, seu entusiasmo e otimismo, alegria e contentamento levaram adiante para a realização do Concílio.