Missionário da Consolata na Colômbia e no Equador...

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Volto no dia 08 de julho...

Queridos/as amigos/as, estarei fora de hoje até o dia 08 de julho... fazendo o retiro anual em Itaici...

Em razão disto, vocês podem acompanhar a lectio divina na página dos Missionários da Consolata

Estarei rezando por vocês...

Até o dia 08 de julho...

sábado, 26 de junho de 2010

Encruzilhada da Vida Religiosa

Por: Pe. Alfredo J. Gonçalves
 
O mundo da pós-modernidade, se quisermos adotar esta linha de pensamento, vem acompanhado de um intenso "rumor de anjos" (Peter Berger). Rumor que, apesar do barulho das máquinas, da revolução informática e da proliferação de sons e imagens, se ergue cada vez mais forte. Em não poucos casos, chega a ser estridente, espetacular, quase cinematográfico. Em palavras mais simples, os deuses estão de volta. Retornam com a energia de águas represadas, com a mesma força com que foram banidos no decorrer dos "tempos modernos".
Deuses no plural, o que procura dar conta da diversidade de expressões religiosas que caracteriza al sociedades atual. Com efeito, o pluralismo cultural e religioso constitui um dos aspectos predominantes da "condição pós-moderna" (Lyotard). Os deuses estão nas ruas, nas páginas e espaços da mídia, em muitos títulos dos livros de publicação recente, na arquitetura dos grandes centros comerciais. Divindades para todos os gostos e sabores, todas as inquietações e ideologias. Deuses conhecidos, demasiadamente conhecidos, o que os torna também manipuláveis. Mais do que o secularismo, o que preocupa a América Latina e o Caribe, bem como cada um de seus países, não é tanto a falta de deuses, mas o excesso. Neste imenso areópago moderno ou pós-moderno, o grande desafio é identificar os traços do "Deus desconhecido" de Paulo em Atenas, mistério que, a um só tempo, se revela e se oculta.
Talvez o retorno da dimensão transcendente, em pleno contexto materialista, individualizado e tecnológico, se deva aos sintomas de anomia, à falta de referências, ao relativismo e à fragmentação tão presentes no universo urbano. As certezas foram substituídas pelas dúvidas, as verdades por novas interrogações e as perguntas se tornaram maiores que nossa capacidade de encontrar resposta. Parafraseando Simone de Beauvoir, as estrelas se apagaram no céu, os marcos desapareceram da estrada e o chão fugiu debaixo dos pés. Medos e angústias, temores e tremores, insegurança e instabilidade configuram uma falta de sentido que toma conta da "multidão solitária" (David Riesman). Uma espécie de vertigem em que, ao caminhar, parecemos nos equilibrar numa corda bamba sobre um abismo sem fundo, um novo "mal estar da civilização", para usar a expressão cunhada por Freud.
Crise e encruzilhada
Crise costuma ser a palavra adequada para definir esse cenário preocupante. Mas toda crise tem dupla face: queda e superação. Em seu lado negativo, tendemos a ser conduzidos ao berço, ao saudosismo de um passado idealizado e até, morbidamente, ao colo da mãe; em seu lado positivo, tenta-se superar a inércia e avançar para a fronteira. Neste caso, ao invés de prostrar e deprimir, a crise desinstala e interpela, engendrando a coragem de fazer novas perguntas. Melhor dizendo, num primeiro momento, a crise pode, sim, nos levar ao berço aconchegante. Mas, em seguida, depura e tempera o ânimo dos mais destemidos para os novos desafios que a história levanta. É assim que, tomando a metáfora de Guimarães Rosa, no pranto e na coragem, cada crise tende a abrir novas veredas no grande sertão da vida humana, como também na Vida Religiosa. Nascer e crescer só é possível através da dor.
Este segundo momento da crise pode ser entendido com a noção de encruzilhada. Esta noção, como sabemos, pressupõe dois aspectos complementares e característicos da complexidade dos tempos atuais: bifurcação de caminhos, por uma parte, necessidade de opção, por outra. No cenário da Vida Religiosa hodierna, esses dois aspectos estão presentes e entrelaçados como nunca. A bifurcação de caminhos se manifesta nas novas formas de vida consagrada. Em termos mais ortodoxos de fechamento e isolamento, há os que procuram se proteger frente aos "perigos da vida moderna"; em termos da busca de um testemunho simultaneamente mais autêntico e mais visível, especialmente nos lugares mais sórdidos do meio urbano, há os que remontam a experiências do passado, tentando adotá-las sem uma devida transposição cultural.
Já a opção entre os vários caminhos da encruzilhada torna-se cada vez mais difícil e laboriosa. Diante de uma sociedade crescentemente apelativa, permissiva e agressiva, o discernimento criterioso é quase um milagre. A força persuasiva do marketing e da publicidade estimula os desejos, insinua as escolhas, impõe os gostos. As manifestações do sagrado em geral e da Vida Consagrada em particular não estão imunes ao império e à sedução da propaganda. O fascínio dos modismos entra pelas brechas de nossas comunidades religiosas, como o pó invisível da poluição penetra pelas portas e janelas mais cerradas. As mesmas contradições que dilaceram o tecido social também dilaceram as diferentes organizações da Igreja. Esta nunca foi e nunca será uma "arca de Noé" ao abrigo da tormenta ou das vitrines profusamente iluminadas da "sociedade do espetáculo" (Guy Debord).
Se admitimos que a Vida Religiosa, atualmente, "geme e sofre as dores de parto" (Rm 8, 22) e que a crise já nos está levando à encruzilhada, então é hora de colocar-nos corajosamente na confluência dos caminhos, e aí fazer as perguntas certas, digerir e enfrentar suas dúvidas. Só assim será possível amadurecer a tarefa do discernimento e das novas opções. Basta de lamentar e de acariciar mágoas e culpas como se fossem animais de estimação! É hora de agir, de avançar em direção à fronteira! Por outro lado, essa tarefa lenta e difícil das escolhas não ocorre fora do contexto mais amplo da mudança de paradigma, nem fora de uma situação socioeconômica e político-cultural cada vez mais complexa.
Crise e encruzilhada tendem a nos desnudar diante do espelho. Tende também a um olhar retrospectivo. Não um olhar de retrocesso ou o andar de caranguejo, mas uma consulta à trajetória histórica, em vista de avanços que, em meio à bifurcação, nos permitam novas opções, ao mesmo tempo criteriosas e ousadas. Numa palavra, um olhar ao retrovisor que nos faça extrair as pérolas ocultas na memória de nossas ordens, congregações e institutos, nos revista de humildade para aprender com a sabedoria dos antepassados, e em seguida nos dê a segurança suficiente para acelerar o ritmo de nossos projetos e de nossos passos.
Beber das próprias fontes
Em termos de Vida Religiosa, olhar o espelho é voltar às raízes, beber das fontes originárias. Na origem, a água é mais fresca e cristalina, mais apta a matar a sede. Reforça o alento para seguir o caminho, por mais longo e íngreme que seja. No conjunto da vida consagrada, três fontes são indispensáveis, primordiais e inegociáveis: a Palavra de Deus, concentrada no evento Jesus Cristo, como fonte geral; o carisma de cada ordem, Congregação ou Instituto, como fonte específica; o clamor dos oprimidos como fidelidade à opção evangélica pelos pobres.
No caso da primeira fonte, Jesus que "passou pelo mundo fazendo o bem" (At 10,38) revela não apenas a face oculta do Pai. Revela também as potencialidades mais profundas e às vezes adormecidas no interior de cada ser humano. Em verdade, este foi "programado" em sua natureza para uma constante superação de si mesmo, até atingir a dimensão do encontro com o divino. "De Deus viemos e não descansaremos enquanto não voltarmos para Ele", recorda Santo Agostinho. "Pois nele vivemos, nos movemos e existimos" (At 17, 28).
O seguimento de Jesus Cristo, na Vida Religiosa, é a expressão máxima dessa contínua superação. Semelhante caminho requer, entre outras coisas, a kenosis de que nos fala o apóstolo Paulo (Fl 2,6-11). O que significa a humildade de admitir e tentar vencer as próprias fraquezas e limitações, caminho que somente é possível com uma abertura transparente à graça de Deus e à luz do Espírito. Carregamos o tesouro em vasos de barro e sabemos, ainda com Paulo, que na fraqueza é então que sou forte. Em poucas palavras, o seguimento exige cultivo de uma intimidade prolongada e persistente com o Deus de Jesus Cristo, o inefável "Abba" da montanha.
A segunda fonte nos leva a retomar a herança dos respectivos fundadores ou fundadoras. A leitura da palavra de Deus concretiza-se num rosto e/ou numa situação específica da condição de vida dos pobres. Aqui, imitar não é a melhor forma de seguir. Ao contrário, pode levar a uma inconsciente traição das necessidades prementes da realidade. Seguir é recriar o espírito do carisma frente aos desafios de hoje. A expressão já consolidada da fidelidade criativa exige, por um lado, o aprofundar-se na espiritualidade originária e, por outro, a ousadia de atualizar constantemente o carisma em meio às "mudanças rápidas e profundas" (Gaudium st Spes, nº 4). Nem precisa acrescentar que a vivência do carisma é indissociável da vida comunitária e fraterna, do querer-se bem em meio a uma sociedade que prega o culto do "eu", da personalidade, da celebridade, do individualismo exacerbado. Trata-se de reproduzir o ambiente da casa/família das primeiras comunidades cristãs.
Por fim, e não por último, o clamor dos pobres será sempre nosso juiz histórico. É a partir do que fazemos ou deixamos de fazer diante dos indefesos, que a Vida Religiosa ganha sua razão de ser. Nada disso constitui novidade. Basta reler o capítulo 25 do Evangelho de Mateus, o episódio do Bom Samaritano, os dois retratos do cristianismo primitivo nos Atos dos Apóstolos (2,42-47; 4,32-35), entre tantos outros textos. Nossos votos de pobreza, castidade e obediência, longe de representar uma castração, nos tornam mais ricos da graça de Deus, mais fecundos nas relações humanas e mais livres no projeto do Reino.
O contato com a vida ameaçada dos excluídos, a corajosa descida aos infernos do sofrimento humano, a inserção as favelas e periferias, nas ruas e porões da sociedade, nas prisões e assentamentos, nas comunidades indígenas ou afro-brasileiras... Tudo isso concretiza a opção preferencial pelos pobres, que não significa uma predileção pelos "bons", e sim a compaixão evangélica pelas vítimas da história. Nesses "infernos humanos" é que se revela o rosto misericordioso do Pai. A intimidade com Deus na montanha e a vida fraterna na casa se complementam com a permanente abertura aos caminhos da história.
O que nos manterá de pé como religiosos e religiosas não são os títulos, as contas bancárias, o prestígio, o profissionalismo, as ideologias, a capacidade de produzir, fazer e aparecer, ou sei lá mais o quê! Neste momento de crise-encruzilhada, o segredo é voltar os olhos para a montanha, a casa/família e o caminho. São as três dimensões que nutrem nossa fé e nossa esperança, para fortalecer nossa caridade solidária. Os únicos poços que podem matar nossa sede. Ou buscamos esses poços de sabedoria ou perecemos como mulheres e homens mal consagrados. O vendaval e os modismos da pós-modernidade rugem furiosamente em nossas janelas, uma avalanche de objetos nos fascina pela telinha da TV, o ativismo nos seduz, mas "uma só coisa é necessária", diz o Mestre (Lc 10, 38-42).
Esperar contra toda esperança
Encruzilhada não é lugar de buscar respostas fáceis e imediatas para perguntas complexas. É lugar de parar e silenciar, escutar e compreender, "guardar e meditar sobre todas essas coisas em seu coração", como fazia Maria (Lc 2, 19. 51). Só o silêncio e a escuta serão capazes de engendrar palavras novas e criativas para os desafios da história. É mais fácil continuar caminhando velozmente do que deter os passos para, diante da bifurcação de caminhos, estudar a melhor forma de prosseguir. "Vinde vós, sozinhos, a um lugar deserto e descansai um pouco..." (Mc 6, 31). Em momentos como este, a tentação é de deixar-se arrastar pela voracidade dos critérios capitalistas de produtivismo e consumismo. Ou seja, tenta-se encobrir a apatia visível por uma atividade alucinada, que oculta o aparente vazio de nossas existências e impede uma reflexão mais profunda. Com isso, não raro, os critérios do sistema capitalista passam a orientar também a prática pastoral e libertadora.
Quando somos impelidos, como máquinas, por esse ritmo avassalador, que é também devastador da natureza, dos outros e de nós mesmos, é hora de ouvir a suave melodia do salmista: "fiz calar e sossegar a minha alma; ela está em grande paz dentro de mim, como a criança bem tranqüila, amamentada, no regaço acolhedor de sua mãe" (Sl 130). O que não significa passividade e indiferença diante do sofrimento alheio, mas uma atividade que se sabe limitada e que, por isso, permanece constantemente aberta à ação do Espírito na história. Faço o que está ao meu alcance, mas a obra é de Deus. Ainda que eu me equivoque, Ele saberá como orientar meus atos. "É um retiro da praticidade para salvar a praticidade", diz com razão Bernard Lonergan (Insight).
Significa, no fundo, colocar-se inteiramente à disposição do Espírito, focalizando todas as energias no protagonismo histórico dos pobres. Cientes, porém, de que toda a ordem social e todo o projeto humano são limitados e provisórios. O Reino de Deus não cabe em nenhum partido, em nenhuma organização social, em nenhuma formação econômica ou política, nem sequer nas fronteiras estreitas da Igreja, "santa e pecadora", como lembra a liturgia.
Em meio às atividades do dia-a-dia, deixar espaço para a irrupção de Deus na história, para as surpresas do espírito que "sopra onde quer" (Jo, 3, 8). Quantas vezes tentamos manipular a novidade de sua presença na vida de cada ser humano e na vida da humanidade! A crise-encruzilhada traz uma nova sabedoria: acreditar não tanto na colheita visível, imediata e espetacular. No mundo atual somos facilmente levados a isso pelo apelo da moda e de suas exigências, pelo "império do efêmero" (Gilles Lipovetsky). Difícil é "esperar contra toda a esperança" (Rm 4,18): crer na semente que matura no silêncio escuro da terra e que, antes de buscar o sol, mergulha as raízes no solo úmido pelas lágrimas da dor e do sofrimento.

* Alfredo J. Gonçalves, CS, superior provincial dos missionários carlistas e assessor das pastorais sociais.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Lectio Divina de Lucas 9,51-62 - 13º Domingo do Tempo Comum

Por: Patrick Silva

Quando ia se completando o tempo para ser elevado ao céu, Jesus tomou a firme decisão de partir para Jerusalém. Enviou então mensageiros à sua frente, que se puseram a caminho e entraram num povoado de samaritanos, para lhe preparar hospedagem. Mas os samaritanos não o queriam receber, porque mostrava estar indo para Jerusalém. Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu, para que os destrua?” Ele, porém, voltou-se e os repreendeu. E partiram para outro povoado.
   Enquanto estavam a caminho, alguém disse a Jesus: “Eu te seguirei aonde quer que tu vás”. Jesus respondeu: “As raposas têm tocas e os pássaros do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. Então disse a outro: “Segue-me.” Este respondeu: “Permite-me primeiro ir enterrar meu pai”. Jesus respondeu: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai e anuncia o Reino de Deus”. Um outro ainda lhe disse: “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos de minha casa”. Jesus, porém, respondeu-lhe: “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não está apto para o Reino de Deus.” (Lucas 9,51-62)

1. LECTIO – leitura
    Lucas assinala o inicio da segunda parte do seu evangelho com a decisão de Jesus de rumar até Jerusalém. Durante a primeira parte, Lucas situou Jesus caminhando na Galileia, agora Jesus parte em direção a Jerusalém. A “caminhada” que Jesus aqui inicia com os discípulos é mais teológica do que geográfica. Lucas apresenta, sobretudo, uma caminhada espiritual, ao longo da qual Jesus vai mostrando aos discípulos os valores do “Reino” e os vai presenteando com a plenitude da revelação de Deus. Todo este percurso que aqui se inicia converge para a cruz: ela vai trazer a revelação suprema que Jesus quer apresentar aos discípulos e nela vai irromper a salvação definitiva. Os discípulos são exortados a seguir este “caminho”, para se identificarem plenamente com Jesus…
   O trecho do evangelho começa por recordar a decisão (firme, isto é, decidida) de Jesus de caminhar rumo a Jerusalém. As dificuldades começam de imediato; os Samaritanos recusam dar hospitalidade porque Jesus caminho rumo a Jerusalém. Os discípulos ficam furiosos. Após este primeiro momento, o evangelho “oferece” alguns encontros de Jesus com gente que parece disposta a seguir Jesus na caminhada, mas antes de se serem aceites Jesus “verifica” a veracidade dessa vontade.
   Na primeira parte (vers. 51-56), o cenário de fundo situa-nos no contexto da hostilidade entre judeus e samaritanos. Trata-se de um dado histórico: a dificuldade de convivência entre os dois grupos era bem conhecida. Os peregrinos que rumavam a Jerusalém para as grandes festas de Israel procuravam evitar a passagem pela Samaria. A primeira lição de Jesus ao longo desta “caminhada” é a atitude que os discípulos devem assumir face ao “ódio” do mundo. Que fazer quando o mundo tem uma atitude de rejeição face à proposta de Jesus? Tiago e João pretendem uma resposta agressiva, face à hostilidade manifestada pelos samaritanos (a referência ao “fogo do céu” leva-nos ao castigo que Elias infligiu aos seus adversários – veja 2 Re 1,10-12). No entanto, Jesus avisa-os que o seu “caminho” não passa nem passará nunca pela imposição da força, pela resposta violenta, pela prepotência (no seu horizonte próximo continua a estar apenas a cruz e a entrega da vida por amor: é no dom da vida e não na prepotência e na morte que se realizará a sua missão).
   Na segunda parte (vers. 57-62), Lucas apresenta, através do diálogo entre Jesus e três candidatos a discípulos, algumas das condições para percorrer, com Jesus, esse “caminho” que leva a Jerusalém. O primeiro diálogo sugere que o discípulo deve despojar-se totalmente das preocupações materiais: para o discípulo, o Reino tem de ser infinitamente mais importante do que as comodidades e o bem-estar material. O segundo diálogo sugere que o discípulo deve desapegar-se desses deveres e obrigações que, apesar da sua relativa importância (o dever de sepultar os pais é um dever fundamental no judaísmo), impedem uma resposta imediata e radical ao Reino. O terceiro diálogo sugere que o discípulo deve desapegar-se de tudo (até da própria família, se for necessário), para fazer do Reino a sua prioridade fundamental: nada – nem a própria família – deve adiar e demorar o compromisso com o Reino.

2. MEDITATIO – meditação
+ Aos discípulos de Jesus, é proposto o “caminho” rumo a Jerusalém. Trata-se de um “caminho” que implica a renúncia de si mesmos, dos próprios interesses, do orgulho próprio, um compromisso com a cruz, com a entrega da vida, com o amor até às últimas conseqüências. Esta disposto a ser discípulos ao estilo de Jesus?
+ Jesus recusa responder à oposição e à hostilidade do mundo com qualquer atitude de violência, de agressividade, de vingança. No entanto, às vezes parece ser uma resposta que os discípulos dão face à oposição, como se poderá evitar essa atitude?
+ O “caminho” de seguimento a Jesus é exigente. O que é que ainda o impede de concretizar um compromisso total com o “Reino”?

3. ORATIO – oração
   Peça a Deus para lhe falar da passagem de hoje. Diga-lhe honestamente como você se sente sobre isso. Se você realmente quiser ser um de seus discípulos, peça ao Espírito Santo para o ajudar nas áreas de sua vida que você acha mais difícil de entregar a Deus. Peça a Deus para o ajudar a focalizar em servi-Lo e não se distrair com coisas que levam para fora do curso.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
   Considere o Reino de Deus. Que influência tem na sua vida? Considere o que realmente significa seguir Jesus e ser seu discípulo.

5. MISSIO – missão
“Uma das principais qualidades do missionário é a determinação e a força de vontade. Para ser um verdadeiro missionário é preciso ter vontade firme e ser constante. Deus não tolera as meias-vontades; estas jamais conseguirão realizar coisa alguma”. José Allamano

Disponível semanalmente em http://www.consolata.org.br/


terça-feira, 22 de junho de 2010

Queridos irmãos no ministério laical

Por: Edil Tadeu P. França


Ao estudarmos chegamos a conclusão que Jesus além de ser o IMPLANTADOR do serviço laical da Igreja (At 1,1), era também o DEFENSOR (Mt 26,1.10-12) e INCENTIVADOR (Mt 28,9-10). Pensemos:

I — Quem é o LEIGO?
"Quem não é clérico"; laico; laical; "quem é estranho a um assunto"; desconhecedor. Na Igreja fala-se de quem não é ordenado ministro por uma convenção sacramental.

II – A IMPORTÂNCIA A PARTIR TAREFAS COM OS LEIGOS:
1. Precisamos tirar a “falsa idéia” de que o leigo ou o ministro NÃO- ORDENADO são obrigados a fazer tudo (Ef 4,14-16; 1Cor 12,12-31);
2. Dar ao leigo uma melhor compreensão do trabalho pastoral;
3. Aproveitar o potencial do leigo no seu círculo de influência (At 10,23-24; Jo 4,25-30.39-42);
4. Tornar o funcionamento da Igreja mais eficaz (Ex 18,14-15.17-19; Lc 10,2; At 8,1-4);
5. Dar ao leigo a satisfação de realizar algo para Deus (Lc 10,1-18);
6. Motivar o leigo para o ministério (Lc 10,2).

III – RAZÕES PRÁTICAS DAS NECESSIDADES DOS LEIGOS:
1. Não se pode esperar trabalho de quem não foi ensinado a trabalhar (Rm 10,15a);
2. A execução de trabalho de forma errada é pior do que não fazer nada (Lc 9,54-56; Mc 9,31-39);
3. Quanto melhor treinado mais produtiva a pessoa se torna (At 2,1-41; 9,31; 4,1-4);

IV – RESULTADOS DOS ENSINAMENTOS AOS LEIGOS:
1. Uma pessoa bem ensinada torna-se bom mestre (2Tm 2,2);
2. Há sempre algo que podemos aprender para melhor desempenhar o trabalho (Pv 9,9);
3. Quando ensinamos a alguém, nós também aprendemos (Rm 2,21a).

V – ASPECTOS IMPORTANTES DO ENSINAMENTO DE LEIGOS:
1. Demonstração – mostrar ao leigo sua importância no serviço da Igreja;
2. Motivação – motivar o leigo dando-lhe METAS DE TRABALHO (1Cor 9,26);
3. Reconhecimento – reconhecer o leigo pela prática de seus trabalhos;
4. Elogio – elogiar o leigo pelos trabalhos já executados ou em execução (Fp 4,3; Rm 16,3-4.6.12).

VI – RESPONSABILIDADE DO TREINAMENTO DE LEIGOS - "DO MINISTÉRIO"
1. Jesus foi o grande treinador de leigos (At 1,1; 4,13);
2. O ministério é dado por Jesus à Igreja (Lc 12,12-13; Ef 4,11-12);
3. Ao ministério, Jesus deu a incumbência do treinamento de leigos (Ef 4,12-16; Mt 28,19-20 (ARA).

VII - ÁREAS DE ATUAÇÃO DOS LEIGOS NA INTEGRAÇÃO:
1. A Recepção:
    1.1 - A correta ocupação no recinto das ações religiosas;
    1.2 - A saudação calorosa (Lc 10,5-6);
          — Cumprimentos na chegada e saída.
          — Apresentação durante A ASSEMBLEIA OU CELEBRAÇÃO.

2. Generalidades:
    — O Pai e o Filho a PRATICARAM - visitou lares e famílias e ordenou seus discípulos fazerem o
         mesmo (Mt 10,12; Lc 10,5; Jo 2,2);
    — O Espírito Santo a ORDENOU (At 10,19-27);
    — João PROMETEU visitar o POVO DE DEUS (2Jo 12);
    — Paulo era VISITADOR EMÉRITO;
    — A Igreja primitiva EVANGELIZAVA DE "CASA EM CASA" (At 5,42).

NOTA: Os GRUPOS FAMILIARES são uma variação da VISITAÇÃO (At 16,23; Rm 16,5-23). É com certeza o verdadeiro sistema de "INTEGRAÇÃO DE LEIGOS"

Que os ministérios se despertem para tão importante e rendoso trabalho. Tente, busque e quem sabe tudo se encaixará


 
Edil Tadeu P. França é teólogo leigo do setor Barueri (diocese de Osasco/SP)



sábado, 19 de junho de 2010

20 de junho - Festa de N.Sra. Consolata


Celebrar a Consolata é para nós, missionários e missionárias da Consolata, celebrar aquela que deu origem à nossa família missionária. O Bem-aventurado José Allamano recorda vezes sem fim que a “fundadora” dos institutos tinha sido a Consolata. Na verdade, os 46 anos que passou como reitor do Santuário da Consolata em Turim, fizeram do Allamano um profundo devoto da Consolata. Ali aconteceu a sua vida e dali aconteceu uma outra vida: a sua família missionária. Dizem que muitas vezes o encontravam em contemplação silenciosa no santuário, mirando ao quadro da Consolata que se encontra naquele santuário. Dessa contemplação surgiu a inspiração para as fundações que concretizou. Se ele sempre assumiu que foi a Consolata quem “inspirou” também afirmava que nunca perdia o sono por causa das suas fundações, pois colocava tudo nas mãos da Consolata. Hoje, Consolata é sinónimo de missão. Daquele santuário partiram missionários e missionárias que se espalharam pelo mundo, nos quatro quantos do mundo tem um quadro, uma estátua da Consolata. A Consolata tornou-se missionária por excelência. A nós que a trazemos no peito de modo especial é um santo orgulho que sentimos ao celebrar a sua festa. A festa da nossa mãe. Junte-se a nós louvando a Deus pelas grandes maravilhas que operou por nós. Boa festa Consolata.

9º Dia - Novena Consolata (19 de junho)

“Não tenhamos medo de ser muito devotos de Maria, de honrá-la em demasia” (Bv. José Allamano).
Querida Mãe Consolata, ao terminar esta novena, queremos agradecer todo o seu amor para conosco e para com os nossos amigos. Obrigado por ter atendido nossos pedidos! Colocamo-nos em suas mãos, para nunca nos sentirmos sozinhos. E lembre-se que uma mãe nunca se esquece de seus filhos, ainda que, por vezes, eles esqueçam de sua mãe. Abençoa-nos!

Pai nosso ... Ave Maria ... Glória ao Pai...

Virgem Consolata, Rogai por nós!
 
Oração:
Ó Deus, que por meio da Virgem Maria quisestes dar-nos a verdadeira consolação, Jesus Cristo, concedei a nós que a veneramos com o título de Consolata, colaborar com Ela na obra da Redenção. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Oremos: Senhor Jesus Cristo, em vossa inefável providência quisestes que tudo recebêssemos por meio de vossa Mãe Maria, fazei que, ao venerá-la com o nome de Consolata, mereçamos sempre gozar a alegria e o conforto do seu auxílio e proteção. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Conheça riscos do uso intenso da rede

Especialistas em ciberpsicologia acreditam que exposição à tecnologia pode causar mudanças na personalidade

Estudos sugerem que a dependência excessiva de telefones celulares e da internet assemelha-se a um vício

Por: TARA PARKER-POPE - DO "NEW YORK TIMES"

Os seus amigos do Facebook são mais interessantes que os da vida real? A internet de alta velocidade lhe deixou impaciente com as crianças? Você às vezes pensa em pressionar o botão de avançar somente para perceber que a vida não vem com controle remoto?

Se você respondeu sim a uma dessas questões, a exposição à tecnologia pode estar lentamente remodelando a sua personalidade. Alguns especialistas acreditam que o uso excessivo de internet, telefones celulares e outras tecnologias pode nos deixar mais impacientes, impulsivos, esquecidos e até mesmo mais narcisistas.

"Cada vez mais, a vida está se parecendo com uma sala de bate-papo", disse Elias Aboujaoude, diretor da clínica de transtornos do controle de impulsos em Stanford. "Nós estamos pagando um preço em termos de vida cognitiva por causa de nosso estilo de vida virtual." Nós gastamos muito tempo com nossos dispositivos, e alguns estudos têm sugerido que a dependência excessiva de telefones celulares e internet assemelha-se a um vício.

Sites como o NetAddiction. com oferecem testes autoavaliativos que determinam se a tecnologia se tornou uma droga para o usuário. Você negligencia as tarefas domésticas para passar mais tempo on-line? Você está checando seus e-mails a todo momento? Você costuma perder horas de sono porque está acessando a internet durante a madrugada?

Essas são algumas das questões usadas a fim de determinar quem está em situação de risco. Se você respondeu "frequentemente" ou "sempre", a tecnologia pode estar prejudicando-o. Em um estudo que será publicado no periódico "Cyber- psychology, Behavior and Social Networking", pesquisadores da Universidade de Melbourne (Austrália) conduziram testes com 173 estudantes universitários a fim de avaliar o risco de comportamento problemático na internet e em jogos de aposta.

Cerca de 5% dos estudantes mostraram sinais de problemas com jogo, e 10% tiveram pontuações suficientemente altas para os colocarem dentro da categoria de risco de "vício" em internet. O imediatismo da internet, a eficiência do iPhone e o anonimato das salas de bate-papo talvez possam mudar a essência de quem nós somos.

São questões como essa que Aboujaoude explora em "Virtually You: the Internet and the Fracturing of the Self" (Virtualmente você: a internet e a fragmentação do indivíduo, em tradução livre), livro que deve ser lançado no ano que vem nos EUA.

Aboujaoude também questiona se o imenso espaço para armazenamento disponível em e-mail e na internet não impede que muitos usuários não consigam esquecer o passado, guardando muitas memórias antigas e desnecessárias que prejudicam a formação de novas experiências. Atualmente, tudo pode ser salvo, desde e-mails sem importância, enviados após um almoço de negócios, até discussões furiosas on-line entre marido e mulher, salientou ele.

Não há tampouco uma forma fácil de controlar uma dependência em tecnologia. Nicholas Carr, autor do recente livro "The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains" (O superficial: o que a internet está fazendo com os nossos cérebros, em tradução livre), disse que as responsabilidades sociais e familiares, o trabalho e outras pressões influenciam o nosso uso da tecnologia.

"Quanto mais profunda a inserção de uma tecnologia em nossa rotina diária, menores as escolhas de quando e como usá-la", escreveu Carr em uma postagem recente em um blog.

Tradução de FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS

Fonte: Folha de São Paulo, 16 de junho de 2010 - página F5.



quinta-feira, 17 de junho de 2010

8º Dia - Novena Consolata (18 de junho)

“A Virgem Maria, tem muitos títulos; mas ela é uma só. Nós devemos ter uma especial devoção por este título de Consolata. Devemos sentir-nos honrados em tê-la por nossa Padroeira” (Bv. José Allamano). 
Ó Mãe Consolata, que sintamos orgulho de poder lhe amar e honrar com este nome. Hoje o mundo precisa tanto de consolação e de esperança. Suplicamos: continua oferecendo a todos a única e verdadeira consolação, Jesus Cristo; e que nós sejamos instrumentos de Deus para aliviar as dores e os sofrimentos dos desconsolados. 

Pai nosso ... Ave Maria ... Glória ao Pai... 

Virgem Consolata, Rogai por nós!
 
Oração:
Ó Deus, que por meio da Virgem Maria quisestes dar-nos a verdadeira consolação, Jesus Cristo, concedei a nós que a veneramos com o título de Consolata, colaborar com Ela na obra da Redenção. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Oremos: Senhor Jesus Cristo, em vossa inefável providência quisestes que tudo recebêssemos por meio de vossa Mãe Maria, fazei que, ao venerá-la com o nome de Consolata, mereçamos sempre gozar a alegria e o conforto do seu auxílio e proteção. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém
 

7º Dia - Novena Consolata (17 de junho)

   “A Virgem Maria é Mãe. Ela em Deus e com Deus pode tudo. Ela é a tesoureira e dispenseira de todas as graças” (Bv. José Allamano).
   Quem entre nós não precisa de graças, favores e da bênção de Deus? Quantas vezes nos sentimos cansados, fracos, necessitados de alguém para nos confortar! Nós pedimos, ó Mãe Consolata, que interceda junto a Deus, os favores que mais precisamos neste momento; para nós e para todos os que partilham a nossa vida de cada dia.

Pai nosso ... Ave Maria ... Glória ao Pai...

Virgem Consolata, Rogai por nós!
 
Oração:
Ó Deus, que por meio da Virgem Maria quisestes dar-nos a verdadeira consolação, Jesus Cristo, concedei a nós que a veneramos com o título de Consolata, colaborar com Ela na obra da Redenção. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Oremos: Senhor Jesus Cristo, em vossa inefável providência quisestes que tudo recebêssemos por meio de vossa Mãe Maria, fazei que, ao venerá-la com o nome de Consolata, mereçamos sempre gozar a alegria e o conforto do seu auxílio e proteção. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Lectio Divina do texto de Lucas 9,18-24 - 12º Domingo do Tempo Comum

Por Patrick Silva

Jesus estava orando, a sós, e os discípulos estavam com ele. Então, perguntou-lhes: “Quem dizem as multidões que eu sou?” Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; outros ainda acham que algum dos antigos profetas ressuscitou”. Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. Mas ele advertiu-os para que não contassem isso a ninguém. E explicou: “É necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar”. Depois, Jesus começou a dizer a todos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará. (Lucas 9,18-24)

1. LECTIO – leitura
Lucas ama mostar Jesus como um mestre peregrino, assim, encontramos Jesus num permanente caminhar de um lado para o outro levando a Boa Nova do reino de Deus a todo o povo. Neste caso concreto estamos na fase final da etapa da Galileia. Ao longo deste caminhar, alguns foram se juntando a ele, formou-se um grupo de discípulos que se sentem entusiasmados com o agir deste mestre singular. A caminhada, porém, chegou a um momento decisivo: a subida a Jerusalem, antes de entrar nela, Jesus faz uma “sondagem”: quem dizem as pessoas que eu sou? Todo o evangelho é marcado por esta pergunta, que logo a seguir fica pessoal para aqueles que o acompanham de perto.

O ponto de partida deste episódio é a revelação de que Jesus reza a sós, este que é um outro elemento que o evangelista Lucas gosta de ressaltar. Lucas mostra como Jesus, antes de algo importante, reza. Dando a entender que a ação de Jesus não é capricho pessoal, mas um realizar da vontade do Pai.

A caminhada chegara a um momento decisivo e Jesus quer fazer uma espécie de balanço daquele que foi a sua missão até aquele ponto, assim, lança uma curta “sondagem”: quem dizem as multidões que eu sou? É importante recordar que aquela época era marcada pelo sofrimento do Povo de Deus, que tinha gerado uma enorme expectativa messiânica. Asfixiado pela dor que a opressão trazia, muitos sonhavam com a chegada de um libertador anunciado pelos profetas. Assim, não é de espantar que “surgissem” alguns clamando ser os tais “enviados de Deus”, os quais criavam à sua volta um clima de ebulição, arrastavam atrás de si grupos de discípulos exaltados e acabavam, muitas vezes, aniquilados pelas tropas romanas. Deste modo Jesus quer saber o que pensam as pessoas sobre a sua ação/missão. Aparentemente, Jesus não é considerado pelas multidões “o messias”: o Povo identifica-o, preferentemente, com Elias, o profeta que os judeus consideravam estar junto de Deus, responsável pelo anúncio do grande momento da libertação do Povo de Deus (vers. 19); talvez as atitudes e a mensagem de Jesus não correspondessem àquilo que se esperava de um rei forte e vencedor. A resposta do povo não está totalmente correta, logo Jesus se volta para os “seus” procurando saber se estes o conhecem de verdade. De fato, é isso que acontece. Pedro não tem dúvidas ao afirmar: “Tu és o messias de Deus” (vers. 20). Dizer que Jesus é o “messias” significa reconhecer nele esse “enviado” de Deus. Jesus parece concordar com a afirmação de Pedro. No entanto, Jesus está consciente que os discípulos sonhavam com um “messias” político, poderoso e vitorioso. Assim, rapidamente desfaz possíveis equívocos e esclarece as coisas: Ele é o enviado de Deus para libertar a humanidade; no entanto, não vai realizar essa libertação pelo poder das armas, mas pelo amor e pelo dom da vida (vers. 22). No seu horizonte próximo não está um trono, mas a cruz: é aí, na entrega da vida por amor, que Ele realizará as antigas promessas de salvação feitas por Deus ao seu Povo.

A última parte do texto (vers. 23-24) contém palavras destinadas aos discípulos: aos de ontem, de hoje e de amanhã. Todos são convidados a seguir Jesus, isto é, a tomar a cruz do amor e da entrega, a derrubar os muros do egoísmo e do orgulho, a renunciar a si mesmo e a fazer da vida um dom. Isto não deve acontecer em circunstâncias excepcionais, mas na vida quotidiana (“tome a sua cruz todos os dias”). Desta forma fica definida a existência cristã.

2. MEDITATIO – meditação
+ Jesus quis saber o que a multidão e os discípulos pensavam que ele fosse, mas agora pergunta para cada um individualmente: quem eu sou para você?
+ O que isso significa em termos práticos para você perder a sua vida e tomar sua cruz diariamente?
+ A multidão esperava um tipo de messias forte e poderoso, Jesus se apresentou com outro estilo, qual das duas propostas está mais próxima de você?
+ O evangelho começa com o detalhe de que Jesus estava em oração a sós, qual a importância da oração na sua vida? Como está de “saúde” a sua vida de oração?

3. ORATIO – oração
Na intimidade da sua oração responda a Jesus, quem ele é para você, não se preocupe se a sua resposta não é a mais correta, mas permita-lhe mudar a sua resposta. No silêncio da sua oração escute a voz de Jesus.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
Procure começar o seu dia contemplando um crucifixo, pense em como Jesus pegou na sua cruz e a levou até às últimas conseqüências, você também é convidado a pegar na sua cruz. Não tenha medo.

5 MISSIO – missão
Dia 20 de Junho é dia de Nossa Senhora Consolata. Festa da padroeira dos missionários e missionárias da Consolata. “Nossa Senhora é invocada com diversos títulos. Mas nós honramo-la de modo particular com o título de Consolata. Devemos gloriar-nos de a ter por padroeira. Foi ela quem idealizou o nosso Instituto e é ela que o mantém materialmente e espiritualmente. Ela ama-nos como a mais terna das mães”. José Allamano

6º Dia - Novena Consolata (16 de junho)

“Quem quiser tornar-se santo sem Maria, está querendo voar sem asas. Sem Maria não se faz nada” (Bv. José Allamano). Jesus nos entregou a sua mãe para que ela nos ajude em nossa caminhada.
Ó Mãe Consolata, interceda por nossas necessidades, amoleça o nosso coração às vezes duro e insensível, e abre-o ao seu amor e ao amor de Jesus.

Pai nosso ... Ave Maria ... Glória ao Pai...

Virgem Consolata, Rogai por nós!
 
Oração:

Ó Deus, que por meio da Virgem Maria quisestes dar-nos a verdadeira consolação, Jesus Cristo, concedei a nós que a veneramos com o título de Consolata, colaborar com Ela na obra da Redenção. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Oremos: Senhor Jesus Cristo, em vossa inefável providência quisestes que tudo recebêssemos por meio de vossa Mãe Maria, fazei que, ao venerá-la com o nome de Consolata, mereçamos sempre gozar a alegria e o conforto do seu auxílio e proteção. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém.

terça-feira, 15 de junho de 2010

O decreto Ad Gentes: sobre a atividade missionária da Igreja (parte II)

Por Júlio Caldeira, imc

continuação da parte I

O decreto Ad Gentes nasceu das novas reflexões teológicas, eclesiológicas, litúrgicas e ecumênicas realizadas no Concílio Vaticano II, e a partir das novas práticas pastorais, provindas de alguns Documentos do Concílio: das Constituições sobre a Igreja (LG) e a Liturgia (SC), dos Decretos sobre o Ecumenismo (UR) e da Vocação dos Leigos (AA), das Declarações sobre a liberdade religiosa (DH) e da relação da Igreja com as Religiões não-cristãs (NA), e na esteira da “posterior” Constituição Pastoral sobre a Igreja no Mundo Moderno. O Decreto Ad Gentes está subdivido em seis capítulos e consta de 42 artigos.

Começa dizendo que “a Igreja, enviada por Deus a todas as nações para ser ‘sacramento universal de salvação’, por íntima exigência da própria catolicidade, obedecendo a um mandato do seu fundador, procura incansavelmente anunciar o Evangelho a todos os homens” (AG 1), delineando os princípios desta atividade missionária.

No primeiro capítulo (nn. 2-9), sobre os princípios doutrinais da atividade missionária, explicita que “a Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na «missão» do Filho e do Espírito Santo” (AG 2), desencadeando em tal reflexão e dando bases teológicas para a atividade e a ação missionária da Igreja, enviada por Cristo.

No segundo capítulo (nn. 10-18), sobre a obra missionária da Igreja, lembra que a tarefa missionária confiada à Igreja ainda é atual e pendente, devendo estar presente junto aos grupos que ainda desconhecem a mensagem evangélica. Porém com uma nova metodologia, explicitada em três artigos: no primeiro, trata da necessidade de dar testemunho, estar aberto ao diálogo e ser presença de caridade e fraternidade; no segundo, fala da pregação do Evangelho e da reunião do Povo de Deus, que se faz por meio da evangelização (onde é possível), que desencadeia à conversão e a um catecumenato eficaz de iniciação cristã; o terceiro artigo trata da formação da comunidade cristã, a partir da valorização do outro, de ministérios, da constituição do clero local, da formação dos catequistas e da promoção da vida religiosa.

No terceiro capítulo (nn. 19-22), sobre as igrejas particulares, trata do progresso das Igrejas novas, que deve alcançar estabilidade e segurança, dotada com um clero, religiosos, leigos e instituições locais, sob a guia do próprio bispo, onde se realiza a ação missionária, na valorização da diversidade.

O quarto capítulo (nn. 23-27), sobre os missionários, fala que a vocação missionária é própria de cada discípulo de Cristo e estes o são “pela legítima autoridade” (AG 23). Devem cultivar uma espiritualidade missionária renovada a cada dia, formando-se espiritual, moral, doutrinal e apostolicamente para o exercício de tal missão. Por fim, fala dos institutos que trabalham nas missões e de seu valor na atividade missionária.

O quinto capítulo (nn. 28-34), intitulado a organização da atividade missionária, diz que “todo cristão deve colaborar, segundo sua própria capacidade, na Evangelização” (AG 28), cabendo ao Corpo Episcopal anunciar e organizar tal ação, coordenada pela De Propaganda Fide (atual Congregação para a Evangelização dos Povos), com suas diretrizes e normas de funcionamento. Em seguida fala da organização local das missões, encabeçada pelo bispo local (que deve constituir um Conselho Pastoral formado por sacerdotes, religiosos e leigos), e da coordenação regional, a cargo das Conferências Episcopais (que devem tratar dos problemas de interesse comum e respeitando as diferenças locais). Além disso, dá bases para a organização das atividades e da coordenação entre os Institutos Missionários e da coordenação entre os Institutos Científicos.

Por fim, o sexto capítulo (nn. 35-42), sobre a cooperação, convida a todos os cristãos a uma profunda renovação interior e os anima a assumir sua própria responsabilidade na difusão do Evangelho. Recorda e enumera o dever missionário de todo o Povo de Deus, das Comunidades Cristãs, dos Bispos, dos Sacerdotes, dos Institutos de Perfeição e dos Leigos. Conclui, saudando a todos os anunciadores do Evangelho, de maneira especial os que são perseguidos.

A grande colaboração deste Decreto é a passagem que faz da missão territorial (“missões”) para a essência missionária da Igreja, Povo de Deus, que tem sua origem e centralidade no Deus Uno e Trino (Missio Dei), e está a serviço do Reino de Deus, valorizando o diálogo com toda a humanidade.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

5º Dia - Novena Consolata (15 de junho)

“...me proclamarão bem-aventurada todas as gerações” (Lc 1, 48). “Eu creio que faltaria ao meu dever e ao meu carinho especial para com Maria, se não aproveitasse todas as oportunidades para falar dela” (Bv. José Allamano).
Mãe Consolata, ajuda-nos a aproveitar a ocasião da sua festa, para louvar, agradecer e fazer nossos pedidos: que a sua presença faça parte do nosso dia a dia. Ensina-nos a dizer cada dia: “Feliz é você que acreditou no Senhor” (Lc 1,45), para que também nós possamos ser felizes por acreditar e aceitar a vontade de Jesus.

Pai nosso ... Ave Maria ... Glória ao Pai...

Virgem Consolata, Rogai por nós!
 
Oração:
Ó Deus, que por meio da Virgem Maria quisestes dar-nos a verdadeira consolação, Jesus Cristo, concedei a nós que a veneramos com o título de Consolata, colaborar com Ela na obra da Redenção. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Oremos: Senhor Jesus Cristo, em vossa inefável providência quisestes que tudo recebêssemos por meio de vossa Mãe Maria, fazei que, ao venerá-la com o nome de Consolata, mereçamos sempre gozar a alegria e o conforto do seu auxílio e proteção. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém.

4º Dia - Novena Consolata (14 de junho)

“O verdadeiro desejo de Maria é salvar as almas. Ela tudo faz para que o sangue do seu Filho não tenha sido derramado em vão. Se alguém quiser se salvar sem passar por Maria, engana-se” (Bv. José Allamano).

Este desejo, a nossa Mãe Consolata não realiza sozinha. Ela quer a nossa cooperação para que se cumpra o mandato de Jesus: “Ide por todo o mundo, anunciai a Boa Nova” (Mc 16, 15). Nós vos pedimos ó Deus, pela intercessão de Maria, a graça de nos tornarmos verdadeiros discípulos missionários de Jesus para toda a humanidade.

Pai nosso ... Ave Maria ... Glória ao Pai...

Virgem Consolata, Rogai por nós!
 
Oração:
Ó Deus, que por meio da Virgem Maria quisestes dar-nos a verdadeira consolação, Jesus Cristo, concedei a nós que a veneramos com o título de Consolata, colaborar com Ela na obra da Redenção. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Oremos: Senhor Jesus Cristo, em vossa inefável providência quisestes que tudo recebêssemos por meio de vossa Mãe Maria, fazei que, ao venerá-la com o nome de Consolata, mereçamos sempre gozar a alegria e o conforto do seu auxílio e proteção. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém.

domingo, 13 de junho de 2010

3º Dia - Novena Consolata (13 de junho)

“Meu Filho, por que Você fez isso? Seu pai e eu andávamos à sua procura, cheios de aflição” (Lc 2, 48). Maria, Você é a mãe cheia de ternura que se preocupa com todas as situações concretas de nossa vida. Está perto de nós e quer que também nós vivamos sempre perto de Você. Nós lhe imploramos que nos ajude a enfrentar os perigos da vida cotidiana.
Nós nos confiamos ao seu carinho e proteção.

Pai nosso ... Ave Maria ... Glória ao Pai...

Virgem Consolata, Rogai por nós!
 
Oração:
Ó Deus, que por meio da Virgem Maria quisestes dar-nos a verdadeira consolação, Jesus Cristo, concedei a nós que a veneramos com o título de Consolata, colaborar com Ela na obra da Redenção. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Oremos: Senhor Jesus Cristo, em vossa inefável providência quisestes que tudo recebêssemos por meio de vossa Mãe Maria, fazei que, ao venerá-la com o nome de Consolata, mereçamos sempre gozar a alegria e o conforto do seu auxílio e proteção. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém.

sábado, 12 de junho de 2010

2º Dia - Novena Consolata (12 de junho)

Na cruz, Jesus disse a Maria: “Mulher, eis aí o seu filho”. Depois, disse ao discípulo: “Eis aí a sua mãe” (Jo 19,26-27). Se experimentamos a consolação de Deus, devemos nós também oferecê-la a quem necessita. Maria, Você é a nossa Mãe e espera que façamos gestos concretos de consolação.

As mães, muitas vezes sofrem porque seus filhos não andam por uma boa estrada. Elas oram e sempre esperam que eles repensem, reconsiderem a sua vida e retornem ao caminho do bem. Ouçamos nós também o convite de nossa Mãe e ofereçamos a ela a consolação que merece, vivendo uma vida de acordo com os ensinamentos do Seu Filho Jesus.

Pai nosso … Ave Maria … Glória ao Pai…

Virgem Consolata, Rogai por nós!

Oração:
Ó Deus, que por meio da Virgem Maria quisestes dar-nos a verdadeira consolação, Jesus Cristo, concedei a nós que a veneramos com o título de Consolata, colaborar com Ela na obra da Redenção. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Oremos: Senhor Jesus Cristo, em vossa inefável providência quisestes que tudo recebêssemos por meio de vossa Mãe Maria, fazei que, ao venerá-la com o nome de Consolata, mereçamos sempre gozar a alegria e o conforto do seu auxílio e proteção. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém.
 
 
 

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Lectio Divina do texto de Lucas 7,36-8,3 - 11º Domingo do Tempo Comum


Por: Patrick Silva

Um fariseu convidou Jesus para jantar. Ele entrou na casa do fariseu e sentou-se à mesa. Uma mulher, pecadora da cidade, soube que Jesus estava à mesa na casa do fariseu e trouxe um frasco de alabastro, cheio de perfume. Ela postou-se atrás, aos pés de Jesus e, chorando, lavou-os com suas lágrimas. Em seguida, enxugou-os com os seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume. Ao ver isso, o fariseu que o tinha convidado comentou: “Se este homem fosse profeta, saberia quem é a mulher que está tocando nele: é uma pecadora!” Então Jesus falou: “Simão, tenho uma coisa para te dizer”. Ele respondeu: “Fala, Mestre”. ”Certo credor”, retomou Jesus, “tinha dois devedores. Um lhe devia quinhentas moedas de prata, e o outro cinqüenta. Como não tivessem com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles o amará mais?” Simão respondeu: “Aquele ao qual perdoou mais”. Jesus lhe disse: “Julgaste corretamente”. Voltando-se para a mulher, disse a Simão: “Estás vendo esta mulher? Quando entrei na tua casa, não me ofereceste água para lavar os pés; ela, porém, lavou meus pés com lágrimas e os enxugou com seus cabelos. Não me beijaste; ela, porém, desde que cheguei, não parou de beijar meus pés. Não derramaste óleo na minha cabeça; ela, porém, ungiu meus pés com perfume. Por isso te digo: os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados, pois ela mostrou muito amor. Aquele, porém, a quem menos se perdoa, ama menos”. Em seguida, disse à mulher: “Teus pecados estão perdoados”. Os convidados começaram a comentar entre si: “Quem é este que até perdoa pecados?” Jesus, por sua vez, disse à mulher: “Tua fé te salvou. Vai em paz!”
Depois disso, Jesus percorria cidades e povoados proclamando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus. Os Doze iam com ele, e também algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos maus e de doenças: Maria, chamada Madalena, de quem saíram sete demônios; Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes; Susana, e muitas outras mulheres, que os ajudavam com seus bens.
(Lucas 7,36-8,3)

1. LECTIO – leitura
   O evangelho nos confronta com a atitude de Jesus perante uma mulher da cidade conhecida por pecadora que vem chorar aos seus pés. O evangelista Lucas dá a entender que o amor da mulher resulta de haver experimentado a misericórdia de Deus. O dom gratuito do perdão gera amor e vida nova. Deus sabe isso; é por isso que age assim.
   O trecho do evangelho lido está inserido na primeira parte do evangelho de Lucas. Tudo parece acontecer na Galileia. Durante este período, Jesus concretiza o seu programa anunciado em Nazaré (veja Lc 4,16-30): trazer à humanidade, de modo especial aos pobres e marginalizados, a libertação e a salvação de Deus.
   O episódio relatada traz um tema caro a Lucas: a misericórdia de Jesus. O contexto do episódio é um banquete na casa de um fariseu chamado Simão (o “banquete” é, neste contexto, o espaço da familiaridade). Lucas é o único evangelista que mostra os fariseus próximos de Jesus que até aceitam sentar-se à mesa com Ele (veja 11,37;14,1) e preveni-l’O em relação à ameaça de Herodes (veja 13,31).
   O tema principal é atitude de Jesus para com os pecadores. A personagem central é a mulher que é apresentada como “uma mulher da cidade que era pecadora”. Nada é dito se a mulher já se encontrara com Jesus anteriormente, mas podemos entender que sim, pois a mulher viu algo diferente em Jesus, que a levou a ter aquela atitude.
   A ação da mulher (as lágrimas derramadas sobre os pés de Jesus, o enxugar os pés com os cabelos, o beijar os pés e ungi-los com perfume) é descrita como uma resposta de gratidão, como conseqüência do perdão recebido (v. 47). A parábola que Jesus conta, a este propósito (v. 41-42), parece significar, não que o perdão resulta do muito amor manifestado pela mulher, mas que o muito amor da mulher é o resultado da atitude de misericórdia de Jesus: o amor manifestado pela mulher nasce de um coração agradecido de alguém que não se sentiu excluído nem marginalizado, mas que, nos gestos de Jesus, tomou consciência da bondade e da misericórdia de Deus.
   A outra figura central deste episódio é Simão, o fariseu. Ele representa aqueles zelosos defensores da Lei que evitavam qualquer contato com os pecadores e que achavam que o próprio Deus não podia acolher nem deixar-se tocar pelos transgressores da Lei. Jesus procura fazê-lo entender que só uma lógica de amor e de misericórdia, pode gerar a conversão e a vida nova. Jesus empenha-se em mostrar a Simão que não é marginalizando e segregando que se pode obter uma nova atitude do pecador. O perdão não se dá a troco de amor, mas dá-se, simplesmente, sem esperar nada em troca.
   O texto proposto termina com uma referência ao grupo que acompanha Jesus: os Doze e algumas mulheres. Lucas é o único evangelista que refere a presença das mulheres no grupo que acompanhava Jesus. Tal era algo insólito, numa sociedade em que a mulher desempenhava um papel social e religioso marginal. No entanto, manifesta a lógica de Deus que não exclui ninguém. As mulheres também fazem parte da comunidade de irmãos que é a comunidade do Reino: Deus não exclui nem marginaliza ninguém, mas a todos chama a fazer parte da sua família.

2. MEDITATIO – meditação
+ Com quem mais se identifica neste episódio, Jesus, a mulher ou Simão?
+ Já fez experiêcia desta grande misericórdia de Deus?
+ Simão representa aqueles que se julgam melhores que os outros. Que atitude você sente em relação às outras pessoas?
+ A exclusão e a marginalização não geram vida nova, apenas o amor e a misericórdia. Você é uma pessoa que excluí ou inclui?

3. ORATIO – oração
   Peça perdão a Deus pelas suas falhas, só quem reconhece suas falhas, pode pedir perdão e experimentar a graça de se libertar de tudo o que o aprisiona e impede de viver livre e feliz.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
Contemple a misericórdia infinita de Deus por si. Deus é paciente, misericordioso, benigno, lento para ira… Experimente esta presença de Deus na sua vida.

5. MISSIO – missão
“Sede simples e verdadeiros. O que é sim, seja sim; o que é não, seja não. Sede transparentes no falar: dizei as coisas como são ou como pensais que sejam”. José Allamano
 
Disponível semanalmente em www.consolata.org.br
 
 

quinta-feira, 10 de junho de 2010

1º Dia - Novena Consolata (11 de junho)

Maria, Você é a Consolata, aquela que consola, porque também foi consolada por Deus, ao ser chamada para ser a Mãe de Jesus Cristo, o consolador da humanidade. Quem não percorreu primeiramente o caminho, não pode orientar os outros. Quem não foi consolado, não pode consolar. Pedimos, ó Deus, que pela intercessão de Maria Consolata, nos dê a graça de experimentar a consolação do Seu amor e aprender nossa missão de consolar todos os que estão aflitos.

Pai nosso … Ave Maria … Glória ao Pai…



Virgem Consolata, Rogai por nós!

Oração: Ó Deus, que por meio da Virgem Maria quisestes dar-nos a verdadeira consolação, Jesus Cristo, concedei a nós que a veneramos com o título de Consolata, colaborar com Ela na obra da Redenção. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Oremos: Senhor Jesus Cristo, em vossa inefável providência quisestes que tudo recebêssemos por meio de vossa Mãe Maria, fazei que, ao venerá-la com o nome de Consolata, mereçamos sempre gozar a alegria e o conforto do seu auxílio e proteção. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém.

FONTE: Consolata

quarta-feira, 9 de junho de 2010

20 de junho - Festa de N.Sra. Consolata

A partir de amanhã publicaremos a novena da Consolata, para que possa rezar conosco...

   O nome “Consolata” leva-nos a retroceder  de alguns séculos na história. Suas origens se voltam para a imagem de uma gentil “Senhora”, estilo  bizantino com o Menino  Jesus nos braços.
   Porquê o nome CONSOLATA?
   O quadro de N. S. Consolata – que alguém diz ser uma pintura do evangelista S. Lucas, foi um  presente do Bispo Eusébio a São Mássimo, primeiro bispo da cidade de Turim-Itália, no fim do século IV, por volta do ano 390. São Mássimo incentivou os fiéis a honrarem Nossa Senhora sob este título: CONSOLATA – palavra do dialeto piemontês – que é o mesmo que” CONSOLADORA”. Maria, consolada por Deus, ao trazer-nos Jesus, a grande Consolação, torna-se Consoladora da humanidade. Esta devoção cresceu e se espalhou rapidamente por toda a Região do Piemonte.
   O quadro de N. S. Consolata – que alguém diz ser uma pintura do evangelista S. Lucas, foi um  presente do Bispo Eusébio a São Mássimo, primeiro bispo da cidade de Turim-Itália, no fim do século IV, por volta do ano 390. São Mássimo incentivou os fiéis a honrarem Nossa Senhora sob este título: CONSOLATA – palavra do dialeto piemontês – que é o mesmo que” CONSOLADORA”. Maria, consolada por Deus, ao trazer-nos Jesus, a grande Consolação, torna-se Consoladora da humanidade. Esta devoção cresceu e se espalhou rapidamente por toda a Região do Piemonte. 


   O período da Idade Média, foi um tempo muito atribulado, com inúmeras guerras e invasões, em vários países da Europa trazendo a todos grande destruição e ruína. A Itália não foi exceção. A cidade de Turim foi bombardeada e a capela, onde o quadro de N. S. CONSOLATA era venerado, ficou totalmente destruída e o quadro ficou enterrado sob os escombros. 
   A história conta que, um senhor francês muito rico, mas cego: Jean Ravais, teve um sonho: Ele viu uma lindíssima senhora com um menino no colo, que lhe dizia: “Vai, à cidade de Turim (na Itália) e re-descobre o meu quadro” e você recuperará a visão. 

Vencidas muitas dificuldades – pois ninguém acreditava no que ele dizia -Jean Ravais foi até o local da antiga capela. Narrou o que lhe acontecera ao bispo da cidade, que ante sua insistência, deu ordem para que se iniciassem as escavações; e o quadro foi encontrado. 
    O bispo ergueu o quadro diante do povo que exclamou: Santissima Virgem Consolata, rogai por nós; e o cego imediatamente recuperou a visão – era o dia 20 de junho do ano 1104. A capela foi reconstruída e desde então, a devoção a Nossa Senhora CONSOLATA nunca mais deixou de crescer.
  O Fundador, Bem-aventurado José Allamano, confiou a família missionária à CONSOLATA e contemplando-a, ele idealizou os traços dos seus filhos e filhas.

terça-feira, 8 de junho de 2010

O decreto Ad Gentes: sobre a atividade missionária da Igreja (parte I)

Por Júlio Caldeira, imc

Segundo Paulo Suess, “ao texto definitivo do ‘decreto Ad Gentes sobre a atividade missionária da Igreja’ precedem sete documentos, que permitem acompanhar as lutas pelo significado do paradigma ‘missão’ e o processo lento da construção de um consenso em torno de uma igreja que não põe mais no centro seus territórios missionários, mas o ser missionário” (SUESS, Paulo. Introdução à teologia da missão: convocar e enviar: servos e testemunhas do Reino. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007, p. 122).

Os sete esquemas:

A partir das respostas à consulta feita aos bispos entre 1959 e 1960, a comissão da Propaganda Fide (atual Congregação para a Evangelização da Fé), responsável pelo debate missionário, elaborou 23 propostas. A comissão de Missionibus foi integrada por 22 membros e 32 consultores, presidida pelo Cardeal Agagianian, prefeito da Propaganda Fide. Destas 23 propostas, ficaram o prefácio e sete esquemas e, posteriormente, o prefácio e dois esquemas, sendo que os padres conciliares, na primeira etapa do Concílio (11 de outubro a 8 de dezembro de 1962) rejeitaram este esquema (como o dos demais documentos), criando novas Comissões, entre elas uma nova Comissão das Missões.

No recesso conciliar esta Comissão das Missões, com pouco consenso entre si e com divergências entre si, aprovou um quarto esquema, muito semelhante ao terceiro. Na segunda etapa conciliar (29 de setembro a 04 de dezembro de 1963), foi produzido um quinto esquema, com um volume de 283 páginas, mas que não foi discutido na aula conciliar. A comissão das Missões, pressionada para redigir um texto curto, elaborou um sexto esquema com um prefácio e treze apontamentos sobre a atividade missionária da Igreja, que foi rejeitado novamente pelos padres conciliares na terceira etapa do Concílio (14 de setembro a 21 de novembro de 1964).

A Comissão constituiu uma subcomissão que sistematizou as contribuições dos padres conciliares, a partir da nova eclesiologia, que elaborou um esquema de decreto com cinco capítulos, que foi discutido na quarta e última etapa do Concílio (14 de setembro a 8 de dezembro de 1965); o texto foi debatido entre os dias 7 e 13 de outubro, na aula conciliar, recebendo emendas e sufrágios, e sendo, finalmente, votado, aprovado (com 2394 votos a favor e apenas 5 contra – foi a votação mais alta de todas as realizadas no Concílio) e promulgado pelo papa Paulo VI no dia 7 de dezembro de 1965. Nascia, assim, o decreto Ad Gentes, sobre a atividade missionária da Igreja.


(continua com o Decreto Ad Gentes)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Evangélicos fazem protesto contra "igrejas capitalistas"

Por: Fernando Gallo

Com bandeiras e camisetas que diziam "Marcha pela ética evangélica brasileira. O $HOW tem que parar", cerca de 20 pessoas realizaram um protesto contra lideranças evangélicas durante a Marcha para Jesus.

O alvo dos manifestantes era a teologia da prosperidade, professada por algumas das principais lideranças evangélicas do país, dentre elas a Renascer em Cristo.

"O que estamos vendo é a proclamação de um evangelho monetário. E a Bíblia não é um veículo de lucro", disse Paulo Siqueira, idealizador do protesto.

Teólogo e membro da Igreja do Evangelho Quadrangular, ele afirma que a maior parte das igrejas evangélicas no Brasil virou capitalista.

"Não há lugares para os pobres dentro da igreja. A igreja se tornou um veículo de elitização. Falam de prosperidade, de troca monetária. Se você é pobre, oferte, dizime, e, enquanto isso, muitos pobres padecem no país", diz ele.

"Sônia e Hernandes são discípulos de vários pastores e lideranças americanas que há décadas se infiltram no Brasil tentando implantar a teologia da prosperidade. Isso tem trazido à igreja brasileira uma forma de evangelho capitalista" (Paulo Siqueira)






Lectio Divina de Lc 7,11-17 - Deus vem para salvar - 10º Domingo do tempo comum

Por Patrick Silva

Em seguida, Jesus foi a uma cidade chamada Naim. Os seus discípulos e uma grande multidão iam com ele. Quando chegou à porta da cidade, coincidiu que levavam um morto para enterrar, um filho único, cuja mãe era viúva. Uma grande multidão da cidade a acompanhava. Ao vê-la, o Senhor encheu-se de compaixão por ela e disse: “Não chores!” Aproximando-se, tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Ele ordenou: “Jovem, eu te digo, levanta-te!” O que estava morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. Todos ficaram tomados de temor e glorificavam a Deus dizendo: “Um grande profeta surgiu entre nós”, e: “Deus veio visitar o seu povo”. Esta notícia se espalhou por toda a Judéia e pela redondeza inteira. (Lucas 7,11-17)

1. LECTIO – leitura
O evangelho deste domingo nos oferece uma cena digna de um filme. Um grupo formado por Jesus, seus discípulos e a multidão que os segue entra numa cidade onde encontram um outro grupo, que acompanham um mulher viúva levando a enterrar seu filho único. O encontro acontece às portas da cidade de Naim. O episódio coloca em destaque a trágica situação da mulher. Já era viúva, agora perde também o seu filho único e com ele a possibilidade de se sustentar, isto é, a sua própria vida agora fica em risco. Estamos perante uma situação deveras trágica e só mesmo a presença de Jesus poderá inverter o curso da situação. A cena evoca outros episódios presentes no AT, como são os casos famosos de Elias e Eliseu (veja 1 Rs 17,17-24 e 2Rs 4,32-37). Viúvas e órfãos são categorias necessitadas que no AT reclamam atenção especial. O salmo 68 (v. 6) declara sobre Deus: “pai de órfãos, protetor de viúvas”. Não é então de admirar a reação de Jesus quando encontra aquela situação. Jesus, o portador da vida, tem algo a oferecer para transformar aquela situação. Ao ver a dor daquela mulher, o evangelho relata, que Jesus sentiu compaixão (o verbo grego dá um sentido visceral ao sentimento que Jesus nutre pela situação da viúva, não é algo superficial, mas lhe vem do interior). Interessante é também o convite que Jesus faz à mulher: “não chores”, como se fosse possível para a mulher evitar o choro numa situação trágica como aquela, mas é já um antecipar daquilo que está para acontecer. O gesto seguinte de Jesus é ainda mais “perigoso”, depois de pedir para uma mulher sofredora que não chore, agora Jesus vai tocar no corpo do morto. Que mestre era aquele que não sabia que não devia tocar em corpos mortos? Não sabia que ficaria impuro ao tocar? Nada disso parece importar a Jesus, o que ele deseja é dar a vida. As palavras de Jesus são decididas: “Jovem, eu te digo, levanta-te!” A resposta, do antes morto, também é decidida, imediatamente se levanta e começa a falar. O espanto apodera-se dos presentes! Não era para menos.

Diante da atitude de compaixão de Jesus, neste milagre de ressurreição, vemos a exclamação do povo: “Deus visitou o seu povo”. Jesus é “um grande profeta”, não apenas porque transmite a Palavra de Deus e anuncia o reino com palavras, mas sobretudo porque veio realizar o reino pela ressurreição, oferecendo a sua vida. O comentário do povo evoca a promessa de Dt 18,15, imediatamente lhe reconhecem o título de profeta.

Jesus veio criar, oferecer à humanidade a alegria de uma vida aberta com todo o sentido. Percebemos ainda todo o caráter de sinal presente no milagre. A ressurreição do filho da viúva testemunha Jesus que há-de vir, cuja vida triunfa plenamente sobre a morte. Significa que para nós, hoje como então, Deus vai ao encontro de todos os que vivem sem esperança, para lhes oferecer vida, vida plena. Significa ainda que, seguindo Jesus, temos que ter em nós a mesma atitude, ir ao encontro daqueles que sofrem. Assim, podemos viver a nossa vida como se fosse cortejo fúnebre, sem esperança, chorando, lamentando-se o tempo todo; ou então fazemos da nossa vida um caminho de esperança, de ressurreição, de transformação do choro e da morte em sentido de vida. A escolha é nossa! Mas como discípulos missionários de Jesus a escolha certa parece ficar clara qual é!

O milagre relatado neste texto, assim como o dos versículos anteriores, respondem à pergunta de João de Baptista a Jesus: “és Tu que hás-de vir ou devemos esperar outro?” Jesus oferece a salvação (cf. Lc 7,1-10) e mostra o verdadeiro triunfo da vida (cf. Lc 7,11-17). Não é o relato em si que é o mais importante, mas o sentido que nos transmite.

2. MEDITATIO – meditação
+ Imagine que testemunhou este milagre de Jesus, que sentimentos iria despertar em si?
+ O que você teria pensado sobre Jesus depois de presenciar este milagre?
+ A leitura do evangelho destaca a autoridade de Jesus sobre a doença, sobre a morte. O que é que isso significa para si?
+ Jesus sentiu compaixão com a dor daquela viúva, você sente compaixão pelos que sofrem ou se sente indiferente à dor dos outros? O que faz para aliviar essa dor?

3. ORATIO – oração
A viúva parecia não ir pedir que Jesus interviesse para ajudá-la, mas ele escolheu intervir. Pense nas vezes que Jesus já interveio em sua vida para ajudar, mesmo sem um pedido. Tire algum tempo para expressar o seu agradecimento e louvor a Deus. Pode se inspirar com as palavras do Salmo 30.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
Jesus se revela no evangelho como profeta. Deus que vem visitar o seu povo, para o confortar nas dores. Jesus não é indiferente à dor, ao sofrimento, bem pelo contrário, nutre um sentimento que o leva a transformar essa situação em vida. Contemple no silêncio este Deus que transforma em vida toda a dor.

5. MISSIO - missão
“Devemos alimentar uma confiança tão grande que vá até ao milagre; uma confiança que nos torne audaciosos e até mesmo ‘prepotentes’. Deus não se ofende com isso”. José Allamano