Missionário da Consolata na Colômbia e no Equador...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Escolhido por Deus - 2º Quaresma - Lucas 9,28-36

Por Patrick Silva, imc - em http://www.imconsolata.org.br/

Uns oito dias depois destas palavras, Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para orar. Enquanto orava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou branca e brilhante. Dois homens conversavam com ele: eram Moisés e Elias. Apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a saída deste mundo que Jesus iria consumar em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Quando acordaram, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. E enquanto esses homens iam se afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Nem sabia o que estava dizendo. Estava ainda falando, quando desceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Ao entrarem na nuvem, os discípulos ficaram cheios de temor. E da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-o!” Enquanto a voz ressoava, Jesus ficou sozinho. Os discípulos ficaram calados e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto. (Lucas 9,28-36)

1. LECTIO – leitura
Jesus escolhe apenas três dos seus discípulos - Pedro, João e Tiago - para escalar a montanha com ele para um tempo de oração. A “montanha” situa-nos num contexto de revelação (é “na montanha” que Deus Se revela e que faz aliança com o seu Povo); a “mudança” do rosto e as vestes de brancura resplandecente recordam o resplendor de Moisés, ao descer do Sinai (cf. Ex 34,29); a nuvem indica a presença de Deus conduzindo o seu Povo através do deserto (cf. Ex 40,35; Nm 9,18.22;10,34), notamos assim quantas referências ao Antigo Testamento o episódio nos oferece.
Não sabemos quanto tempo Jesus orou, mas sabemos que os discípulos adormeceram! O “sono” é simbólico: os discípulos “dormem” porque não querem entender que a “glória” do Messias tenha de passar pela experiência da cruz e da entrega da vida. No entanto, os discípulos acordam a tempo de testemunhar o final de um encontro memorável. De tal maneira ficaram espantados que sentiram o desejo de construir três tendas. A construção das “tendas” (alusão à “festa das tendas”, em que se celebrava o tempo do êxodo, quando o Povo de Deus habitou em “tendas”) parece significar que os discípulos queriam deter-se nesse momento de revelação gloriosa, de festa, ignorando o destino de sofrimento de Jesus.
O aparecimento de Moisés e Elias é significativo. Moisés conduziu o êxodo do povo de Deus da escravidão no Egito e muitos judeus esperavam que o profeta Elias retornasse antes da vinda do Messias. Eles falam com Jesus sobre como ele irá em breve cumprir o propósito de Deus através da sua morte (ou “êxodo”) em Jerusalém. O plano de Deus para a salvação da humanidade, que traz a libertação verdadeira e duradoura, está sendo realizado em Jesus.
Esta experiência terá dado forças a Jesus para os dias difíceis que tinha à sua frente, que culminariam com sua morte na cruz. Interessante notar, que o evangelista Lucas não faz nenhum comentário sobre este assunto. O que está claro é que Deus está presente, como indicado pela nuvem que “esconde” sua glória. Como no batismo de Jesus, Deus fala. Ele afirma Jesus como seu Filho, a quem ele escolheu. E desta vez, Deus acrescenta a instrução para os discípulos a "escutai-o".
Este evento, juntamente com os outros milagres e ensinamentos que o cercam, deu a oportunidade aos discípulos de vislumbrarem quem, de verdade, era Jesus. Mas eles continuam precisando de continuar na “escola” de Jesus. Na verdade, eles precisavam se encontrar com Jesus depois da ressurreição para realmente compreender plenamente quem ele era e qual a sua missão na Terra.
O projeto libertador de Deus realizado em Jesus não acontece através de esquemas de poder e prepotência, mas através da entrega da vida e do amor que se oferece até à morte. É esse o caminho que nos conduz, a nós discípulos e discípulas, à transfiguração em nova humanidade.

2. MEDITATIO – meditação
+ Imagine que você foi um dos discípulos que testemunharam o evento. Como você teria vivido aquele momento? O que você aprendeu?
+ Para quê Jesus foi escolhido? De que modo a sua morte em Jerusalém realiza o propósito de Deus?
+ De que maneira podemos "escutá-lo", como Deus disse aos discípulos para fazer?
+ Qual é a sua experiência de oração?

3. ORATIO – oração
Reze com as palavras do salmo: "O Senhor é a minha luz e a minha salvação". Agradeça a Deus pelo modo como orienta a sua vida e lhe oferece a salvação. Peça ao Espírito Santo para iluminar, para transformar a sua vida. Peça a Deus para ajudá-lo a testemunhar mais Jesus aos outros.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
Contemple a glória do corpo transfigurado de Jesus. Paulo recorda-nos uma grande promessa: "Ele vai mudar nossos corpos mortais fracos e torná-los como seu próprio corpo glorioso ..." (Filipenses 3,21).

5. MISSIO - missão
Os discípulos, testemunhas da transfiguração, parecem também não ter muita vontade de “descer à planície” para enfrentar o mundo e os problemas da humanidade. Depois da experimentar a “montanha”, o missionário precisar ter a coragem de ir para a “planície” onde terá a ocasião para testemunhar e anunciar Jesus.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Ultrapassando a tentação - 1º Quaresma - Lucas 4,1-13

Por Patrick Silva, imc - em http://www.imconsolata.org.br/

"Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do rio Jordão e, no Espírito, era conduzido pelo deserto. Ali foi posto à prova pelo diabo, durante quarenta dias. Naqueles dias, ele não comeu nada e, no final, teve fome.
O diabo, então, disse-lhe: “Se és o Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão”. Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não se vive somente de pão’”. O diabo o levou para o alto; mostrou-lhe, num relance, todos os reinos da terra, e lhe disse: “Eu te darei todo este poder e a riqueza destes reinos, pois a mim é que foram dados, e eu os posso dar a quem eu quiser. Portanto, se te prostrares diante de mim, tudo será teu”. Jesus respondeu-lhe: “Está escrito: ‘Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele prestarás culto’”. Depois, o diabo levou Jesus a Jerusalém e, colocando-o no ponto mais alto do templo, disse-lhe: “Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo. Pois está escrito: ‘Ele dará ordens aos seus anjos a teu respeito para que te guardem’, e ainda: ‘Eles te carregarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”. Jesus, porém, respondeu: “Também foi dito: ‘Não porás à prova o Senhor, teu Deus’”. Terminadas todas as tentações, o diabo afastou-se dele até o tempo oportuno". (Lucas 4,1-13)

1. LECTIO – leitura
Jesus no início de sua missão divina é conduzido pelo Espírito Santo para o deserto. Aí fica durante quarenta dias jejuando o tempo todo. Quarenta é um número importante como um tempo de preparação no Antigo Testamento. Recorda o jejum de quarenta dias de Moisés no Monte Sinai (Êxodo 34,28) e os quarenta anos que os israelitas passaram no deserto antes de entrar na Terra Prometida (Deuteronômio 8,2-3, 29,5-6).
Nós só ouvimos sobre três tentações, mas é claro que essa não foi a única vez que Jesus foi tentado: o diabo deixou-o "até ao tempo oportuno" (versículo 13).
O Diabo tenta Jesus a usar seu poder sobrenatural para atender suas próprias necessidades físicas. Jesus rejeita esta má utilização do seu poder. Ele se identifica com a humanidade. Precisamos de algo mais para além do alimento físico. A implicação é clara, precisamos também do "alimento espiritual" de Deus.
O Diabo então se oferece para entregar o poder sobre as nações se Jesus o adorar. Jesus veio realmente para salvar a humanidade do controle do diabo, mas não desta forma. Por fim, o diabo tenta Jesus para provar a sua natureza divina, atirando-se do alto do templo, pois Deus enviará seus anjos para resgatá-lo.
Essas três tentações ilustram o núcleo de todas as tentações: o desejo de colocar Deus de lado, de considerá-lo secundário, de contar apenas com as próprias forças e de construir o mundo sem Deus.
Jesus não se deixa enganar pela astúcia do diabo, mesmo quando ele utiliza a própria Escritura para tentá-lo. Jesus rejeita toda a tentação com a Escritura, citando sucessivamente de Deuteronômio 8,3, 6,13 e 6,16. A interpretação autêntica de uma parte da Escritura deve ser coerente com o todo da Escritura.
A essência de toda tentação é a de apresentar uma alternativa atraente e fácil contraposta ao caminho exigente de Deus.
Lucas neste evangelho apresenta-nos uma catequese sobre as opções de Jesus. Mostra que Jesus recusou radicalmente um caminho de materialismo, de poder, de êxito fácil, já que o plano de Deus não passava pelo egoísmo, mas pela partilha; não passava pelo autoritarismo, mas pelo serviço; não passava por manifestações espectaculares que impressionam as massas, mas por uma proposta de vida plena, apresentada com simplicidade e amor.
No início da Quaresma, a Palavra de Deus apela a repensar as nossas opções de vida e a tomar consciência dessas “tentações” que nos impedem de renascer para a vida nova de Deus.

2, MEDITATIO – meditação
+ O que ajudou Jesus rejeitar as tentações? Que lições podemos aprender para nos ajudar a superar as tentações que enfrentamos? Que "alimento espiritual" nos ajudará a ficar perto de Deus?
+ Jesus foi decidido em fazer as coisas à maneira de Deus. Ele evitou ser enganado em realizar uma proposta mais fácil e atraente. Como podemos tentar seguir o seu exemplo?
+ Dentro de cada pessoa, existe o impulso de dominar, de ter autoridade, de prevalecer sobre os outros. Por isso – às vezes na Igreja – os pobres, os débeis, os humildes têm de suportar atitudes de prepotência, de autoritarismo, de intolerância, de abuso. A catequese de hoje sugere que este “caminho” é diabólico e não tem nada a ver com o serviço simples e humilde que Jesus propôs nas suas palavras e nos seus gestos. Que atitudes de prepotência, autoritarismo e intolerância existem na sua comunidade?
+ Leia Hebreus 4,15: “De fato, não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, sem todavia pecar.” Que incentivo nos oferece?

3. ORATIO – oração
A oração do Senhor (Mateus 6,9-13) lembra-nos a orar sobre a tentação. Ao longo da semana peça a Deus para o livrar da tentação. Use as palavras do Salmo 91 para sua inspiração.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
Contemple na sua mente este episódio de Jesus no deserto sendo tentando, aprenda do mestre para vencer a tentação.

5. MISSIO - missão
São muitas as tentações que se oferecem hoje aos missionários. A tentação do conformismo, do comodismo, do “não adianta".

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

16 de Fevereiro - Festa do Bv. José Allamano

Hoje a Igreja celebra a festa do beato (Bem-Aventurado) José Allamano, presbítero, fundador do Instituto Missionário da Consolata, falecido em 1926

“Por ocasião da minha morte não quero que se altere em nada a vida da comunidade; peço apenas que se façam turnos de adoração ao Santíssimo Sacramento, para que quando o meu corpo for para a terra, a minha alma vá para o céu”, deixou escrito o beato (bem-aventurado) José Allamano. Esta terça-feira da sexta semana do tempo comum é muito especial para a família Missionária da Consolata pois celebra a festa do beato (bem-aventurado) José Allamano.

O fundador do Instituto Missionário da Consolata nasceu a 21 de Janeiro de 1851, e foi ordenado sacerdote em 1873. Sete anos mais tarde, José Allamano foi nomeado reitor do santuário de Nossa Senhora da Consolata, em Turim, Itália, lugar que ocupou até ao dia da sua morte, a 16 de Fevereiro de 1926. É daí que lhe vem o nome de Missionários da Consolata: um Instituto de raiz profundamente mariana. Foi beatificado no dia 7 de Outubro de 1990 , em Roma, pelo Papa João Paulo II.

Lucília Oliveira
Fonte: Fátima Missionária

Veja também o vídeo: 10 Mandamentos de José Allamano

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Retiro de Quaresma

Levantar, correr, trabalhar, estudar, deitar, levantar, correr… o dia-a-dia passou a ser uma enorme corrida. A vida de hoje é um correr sem parar, não admira que nos sentimos tão cansados. Dificilmente encontramos tempo para PARAR. Assim, queremos oferecer a oportunidade de PARAR, de pensar, de rezar e aproximar-se deste DEUS, que nos chama à felicidade. Então, convidamos você a participar do RETIRO DE QUARESMA.

Um retiro de jovens para jovens que vivem e partilham a mesma fé em Jesus Cristo.

QUANDO: O RETIRO DE QUARESMA será nos dias 26 (chegada após as 18h00) e a conclusão no dia 28 (após o almoço).

ONDE: CASTELINHO. Endereço: Rua Itá, 381 – Pedra Branca - São Paulo/SP

O QUE É NECESSÁRIO: Algumas coisas básicas.

+ Bíblia e Terço

+ Colaboração de R$ 20

+ Materiais de Higiene Pessoal

+ Vontade de rezar e partilhar a fé

INSCRIÇÕES:

+ telefone: 2232 2383

+ email: info@imconsolata.org.br



Lectio Divina do texto de Lucas 6,17.20-26 - Lógica de Jesus

Por Patrick Silva - palavra.imconsolata.org.br

"Jesus desceu com eles da montanha e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e uma grande multidão de gente de toda a Judéia e de Jerusalém, e do litoral de Tiro e Sidônia. Jesus levantou o olhar para os seus discípulos e disse-lhes: “Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Felizes vós que agora passais fome, porque sereis saciados! Felizes vós que agora estais chorando, porque haveis de rir!

Felizes sereis quando os homens vos odiarem, expulsarem, insultarem e amaldiçoarem o vosso nome por causa do Filho do Homem. Alegrai-vos, nesse dia, e exultai, porque será grande a vossa recompensa no céu, pois era assim que os seus antepassados tratavam os profetas. Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação! Ai de vós que agora estais fartos, porque passareis fome! Ai de vós que agora estais rindo, porque ficareis de luto e chorareis! Ai de vós quando todos falarem bem de vós, pois era assim que seus antepassados tratavam os falsos profetas". (Lucas 6,17.20-26)

1. LECTIO – leitura

Os evangelhos de Mateus e Lucas fazem registro desta “lição” de Jesus. Existem, no entanto, algumas diferenças entre os dois. Enquanto Mateus apresenta o ensinamento de Jesus sobre a "felicidade verdadeira" em nove declarações “Bem-aventuranças” (veja Mateus 5:3-12), Lucas usa a técnica do contraste para colocar em evidência as afirmações de Jesus e reduz o seu número das nove a quatro.

Vejamos agora o coração do ensinamento de Jesus. O Mestre ensina que as quatro situações de pobreza, fome, choro e rejeição por causa dele se tornam fontes de bênção. Jesus dá uma perspectiva completamente nova sobre a vida e oferece esperança e conforto a todos os que vivem nessas circunstâncias. Nossa natureza humana é para tentar evitar essas coisas, mas Jesus adverte que é seu oposto - a riqueza, a gula, a vanglória e uma "boa reputação" - que podem ser nossa ruína.

As bem-aventuranças manifestam o que Jesus já havia dito no início da sua atividade na sinagoga de Nazaré: Ele é enviado pelo Pai ao mundo, com a missão de libertar os oprimidos. Aos pequenos, aos privados de direitos e de dignidade, aos simples e humildes, Jesus diz que Deus os ama de uma forma especial e que quer oferecer-lhes a vida e a liberdade plenas. Por isso eles são “bem-aventurados”.
As “maldições” aos ricos que preenchem a segunda parte deste texto do Evangelho são o reverso da medalha. Denunciam a lógica dos opressores, dos instalados, dos poderosos, dos que pisam os outros, dos que têm o coração cheio de orgulho e de auto-suficiência e não estão disponíveis para acolher a novidade revolucionária do “Reino”. As advertências aos ricos não significam que Deus não tenha para eles a mesma proposta de salvação que apresenta aos pobres e débeis; mas significam que, se eles persistirem numa lógica de egoísmo, de prepotência, de injustiça, de auto-suficiência, não têm lugar nesse “Reino” que Jesus veio propor.

Talvez a verdade está escrita de forma tão clara e evidente que não conseguimos ou não queremos ver. Estes quatro momentos de dificuldade podem trazer-nos em total dependência de Deus, onde nosso foco estará totalmente nele. Enquanto que em tempos de abundância é muito fácil de se ficar contemplando a nós mesmos e a nossas posses como a fonte de nossa felicidade, em vez de agradar a Deus. Jesus propõe uma outra forma e quer que nós entendemos que Deus é a nossa única garantia de felicidade e segurança.

2. MEDITATIO – meditação

+ O que você pensa sobre o ensinamento de Jesus nesta passagem? O que é que o impressiona mais?

+ Recorde o texto de Mateus 6,33 "em primeiro lugar buscai o Reino de Deus e a sua justiça...” Como podemos garantir que, qualquer que seja a nossa situação, nossa prioridade é seja servir a Deus e fazer sua vontade?

+ Jesus mostra uma nova compreensão da existência, bem distinta da que predomina no nosso mundo. A lógica do mundo proclama “felizes” os que têm dinheiro, os que têm poder, os que têm influência; mas a lógica de Deus exalta os pobres, os desfavorecidos, os débeis. Qual a sua lógica?

3. ORATIO – oração

Reze com as palavras do salmo 40 "Felizes são aqueles que confiam no Senhor ..." (Salmos 40,4). Peça ao Espírito Santo para revelar suavemente as áreas de sua vida em que você precisa confiar mais em Deus ou alterar suas prioridades.

Reze pelos dos pobres, os sem esperança para que tenham a certeza da predileção que Deus tem por eles.

4. CONTEMPLATIO – contemplação

Considere o exemplo que temos em Jesus. Ele ouviu seu pai e seguiu seu plano. Pense em algumas das maneiras que Deus demonstrou a sua fidelidade para com as pessoas na Bíblia. Agora pense nos momentos em que Deus tem sido fiel a você pessoalmente.

5. MISSIO - missão

Vivemos neste mundo, mas não somos deste mundo. Um dos perigos que corremos é deixar-se “dominar” pela lógica deste mundo. O missionário é uma apaixonado por aqueles que não contam na lógica deste mundo, mas que são declarados de benditos por Jesus. “ Se há consagrados que devem viver desapegados de tudo e estar imbuídos do espírito de pobreza são exatamente os missionários e missionárias.” Jose Allamano, Discípulos em Missão, p.157.

O primeiro milagre do heliocentrismo

Hélio Schwartsman - Folha de São Paulo, 03/12/2009
Eu, Claudio Angelo, editor de Ciência da Folha, e Rafael Garcia, repórter do jornal, decidimos abrir uma igreja. Com o auxílio técnico do departamento Jurídico da Folha e do escritório Rodrigues Barbosa, Mac Dowell de Figueiredo Gasparian Advogados, fizemo-lo. Precisamos apenas de R $ 418,42 em taxas e emolumentos e de cinco dias úteis (não consecutivos). É tudo muito simples. Não existem requisitos teológicos ou doutrinários para  criar um culto religioso. Tampouco se exige número mínimo de fiéis.

Com o registro da Igreja Heliocêntrica do Sagrado EvangÉlio e seu CNPJ, pudemos abrir uma conta bancária na qual realizamos aplicações financeiras isentas de IR e IOF. Mas esses não são os únicos benefícios fiscais da empreitada. Nos termos do artigo 150 da Constituição, templos de qualquer culto são imunes a todos os impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda ou os serviços relacionados com suas finalidades essenciais, as quais são definidas pelos próprios criadores. Ou seja, se levássemos a coisa adiante, poderíamos nos livrar de IPVA, IPTU, ISS, ITR e vários outros "Is" de bens colocados em nome da igreja.

Há também vantagens extratributárias. Os templos são livres para se organizarem como bem entenderem, o que inclui escolher seus sacerdotes. Uma vez ungidos, eles adquirem privilégios como a isenção do serviço militar obrigatório (já sagrei meus filhos Ian e David ministros religiosos) e direito a prisão especial.


VEJAM MAIS EM
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u660688.shtml



> Alguns curiosos nomes de “igrejas” no Brasil…

> - Igreja da Água Abençoada

> - Igreja Adventista da Sétima Reforma Divina

> - Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder

> - Congregação Anti-Blasfêmias

> - Igreja Chave do Éden

> - Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta (????)

> - Igreja Batista Incêndio de Bênçãos

> - Igreja Batista Ô Glória!

> - Congregação Passo para o Futuro

> - Igreja Explosão da Fé

> - Igreja Pedra Viva

> - Comunidade do Coração Reciclado

> - Igreja Evangélica Missão Celestial Pentecostal

> - Cruzada de Emoções

> - Igreja C.R.B. (Cortina Repleta de Bênçãos)

> - Congregação Plena Paz Amando a Todos

> - Igreja A Fé de Gideão

> - Igreja Aceita a Jesus

> - Igreja Pentecostal Jesus Nasceu em Belém (do Pará?????)

> - Igreja Evangélica Pentecostal Labareda de Fogo

> - Congregação J. A. T. (Jesus Ama a Todos)

> - Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo (quem perder vai ficar!!!)

> - Igreja Pentecostal Uma Porta para a Salvação

> - Comunidade Arqueiros de Cristo

> - Igreja Automotiva do Fogo Sagrado

> - Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo

> - Assembléia de Deus do Pai, do Filho e do Espírito Santo

> - Igreja Palma da Mão de Cristo

> - Igreja Menina dos Olhos de Deus

> - Igreja Pentecostal Vale de Bênçãos

> - Associação Evangélica Fiel Até Debaixo D’Água ( Corinthiano???????)

> - Igreja Batista Ponte para o Céu

> - Igreja Pentecostal do Fogo Azul

> - Comunidade Evangélica Shalom Adonai, Cristo!

> - Igreja da Cruz Erguida para o Bem das Almas

> - Cruzada Evangélica do Pastor Waldevino Coelho, a Sumidade

> - Igreja Filho do Varão (Opa!!! Se puxar o pai vai se dar bem!!!!)

> - Igreja da Oração Eficiente

> - Igreja da Pomba Branca

> - Igreja Socorista Evangélica

> - Igreja ‘A’ de Amor

> - Cruzada do Poder Pleno e Misterioso

> - Igreja do Amor Maior que Outra Força

> - Igreja Dekanthalabassi

> - Igreja dos Bons Artifícios

> - Igreja Cristo é Show

> - Igreja dos Habitantes de Dabir

> - Igreja ‘Eu Sou a Porta’

> - Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo

> - Igreja da Bênção Mundial

> - Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse

> - Igreja Barco da Salvação

> - Igreja Pentecostal do Pastor Sassá

> - Igreja Sinais e Prodígios

> - Igreja de Deus da Profecia no Brasil e América do Sul

> - Igreja do Manto Branco

> - Igreja Caverna de Adulão

> - Igreja Este Brasil é Adventista

> - Igreja E.T.Q.B (Eu Também Quero a Bênção) (????????)

> - Igreja Evangélica Florzinha de Jesus

> - Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando

> - Ministério Eis-me Aqui

> - Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia

> - Igreja Evangélica A Última Trombeta Soará

> - Igreja de Deus Assembléia dos Anciãos

> - Igreja Evangélica Facho de Luz

> - Igreja Batista Renovada Lugar Forte

> - Igreja Atual dos Últimos Dias

> - Igreja Jesus Está Voltando, Prepara-te

> - Ministério Apascenta as Minhas Ovelhas

> - Igreja Evangélica Bola de Neve

> - Igreja Evangélica Adão é o Homem

> - Igreja Evangélica Batista Barranco Sagrado

> - Ministério Maravilhas de Deus

> - Igreja Evangélica Fonte de Milagres

> - Comunidade Porta das Ovelhas

> - Igreja Pentecostal Jesus Vem, Você Fica (Você senta, Jesus levanta????)

> - Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo

> - Igreja Evangélica Luz no Escuro

> - Igreja Evangélica O Senhor Vem no Fim (Só no fim?????)

> - Igreja Pentecostal Planeta Cristo

> - Igreja Evangélica dos Hinos Maravilhosos

> - Igreja Evangélica Pentecostal da Bênção Ininterrupta

> - Assembléia de Deus Batista A Cobrinha de Moisés

> - Assembléia de Deus Fonte Santa em Biscoitão

> - “Igreija” Evangélica Muçulmana Javé é Pai

> - Igreja Abre-te-Sésamo

> - Igreja Assembléia de Deus Adventista Romaria do Povo de Deus

> - Igreja Bailarinas da Valsa Divina

> - Igreja Batista Floresta Encantada

> - Igreja da Bênção Mundial Pegando Fogo do Poder

> - Igreja do Louvre

> - Igreja ETQB, Eu Também Quero a Bênção

> - Igreja Evangélica Batalha dos Deuses

> - Igreja Evangélica do Pastor Paulo Andrade, O Homem que Vive sem Pecados (é o Cristo em pessoa!!)

> - Igreja Evangélica Idolatria ao Deus Maior

> - Igreja MTV, Manto da Ternura em Vida

> - Igreja Pentecostal Marilyn Monroe(???????)

> - Igreja Quadrangular O Mundo É Redondo

> - Igreja Evangélica Florzinha de Jesus (Londrina – PR)

> - Igreja Pentecostal Trombeta de Deus (Samambaia – DF)

> - Igreja Pentecostal Alarido de Deus (Anápolis – GO)

> - Igreja pentecostal Esconderijo do Altíssimo (Anápolis – GO)

> - Igreja Batista Coluna de Fogo (Belo Horizonte – MG)

> - Igreja de Deus que se Reúne nas Casas (Itaúna – MG)

> - Igreja Evangélica Pentecostal a Volta do Grande Rei (Poços de Caldas – MG)

> - Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia (Uberlândia – MG)

> - Igreja Evangélica a Última Trombeta Soará (Contagem – MG)

> - Igreja Evangélica Pentecostal Sinal da Volta de Cristo (Três Lagoas – MS)

> - Igreja Evangélica Assembléia dos Primogênitos (João Pessoa -PB)

> - Ministério Favos de Mel (Rio de Janeiro – RJ)

> - Assembléia de Deus com Doutrinas e sem Costumes (Rio de Janeiro – RJ)


domingo, 7 de fevereiro de 2010

Leigo, onde está a tua missão?

Júlio César Caldeira Ferreira, imc, é estudante de teologia na EDT, SP.
(publicado na Revista Missões, nº 01 – JAN/FEV 2010)


“Ide vós também. A convocação não se refere apenas aos pastores, aos padres, aos religiosos ou às religiosas: é para todos. Também os fiéis leigos são pessoalmente chamados por Deus, recebendo d’Ele uma missão, para a Igreja e para o mundo”. (Christifideles laici 2)

Em tempos de contínuas mudanças, intensifica-se a participação dos cristãos leigos e leigas na Igreja, tornando-se indispensável refletir sobre seu papel na ação evangelizadora. A expressão “leigo”, está associada a alguém não qualificado, iletrado, da plebe, que não tem muito conhecimento sobre algo. Por exemplo: “fulano é leigo em história ou em medicina”. Entretanto, na sua origem, a palavra provém do grego laikós, que tem sua raiz em laós (povo), e que desencadeou no termo latino laicus, que significa multidão, massa, povo, referindo-se àquele que não está qualificado para “as coisas de Deus”.

Em 313 d.C., pelo edito de Milão, Constantino decreta liberdade a todos os cultos e em 380, o cristianismo torna-se a religião do Império, com Teodósio. O termo laikós passou a designar os cristãos que ouviam e obedeciam às ordens dos ministros ordenados (clero), “dispensadores dos poderes temporais e espirituais”. Agora temos dois grupos: o clero como hierarquia, que se considera “a Igreja”, e os leigos, que se tornam sinônimo daqueles que não sabiam o latim (língua oficial da Igreja), visto como pouco cultos, considerados incapazes de entender a Bíblia, livro para especialistas.

A partir daí a missão, a doutrina e a organização da Igreja ficou nas mãos da hierarquia, aumentando a distância com relação aos leigos. No entanto, sempre apresentaram-se na Igreja movimentos proféticos, contestadores e, até, anticlericais, com o propósito de reformá-la, procurando voltar às origens (pobreza evangélica, comunidade, Palavra de Deus, laicato); este processo ajudou a desencadear o Concílio Vaticano II (1962-65).

Durante o período da colonização, (século 16) por influência de Portugal e Espanha, os leigos se organizaram em irmandades, associações, ordens seculares, confrarias, em torno a um santo de devoção e obras de caridade. A partir da Revolução Francesa e Industrial (séculos 18 e 19), com a secularização do mundo civil e das relações de trabalho, os movimentos de leigos crescem dentro e fora da Igreja. Surgem vários movimentos espiritual-caritativo-missionários, tais como o Apostolado da Oração, a Legião de Maria, a Santa Infância. As questões internas da Igreja eram confiadas ao clero e as externas eram o espaço onde os leigos atuam. O leigo passa a ser visto como um membro da Igreja e que atua na sociedade civil.

Depois deste período, as questões sociais, a defesa dos direitos da Igreja, a busca da prática da caridade e do socorro aos necessitados, levou os leigos a se organizarem, sob a orientação da hierarquia, dando origem à Ação Católica, que com o tempo vai deixando de ser uma organização político-social para se tornar uma escola de formação dos leigos. O braço forte da Ação Católica no Brasil foram os “5 J” da juventude católica: JAC (agrária), JEC (estudantil), JIC (independente), JOC (operária) e JUC (universitária).

O leigo após o Concílio

Uma das mudanças trazidas pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) foi a introdução do conceito bíblico “Povo de Deus”. O Concílio recuperou o real sentido da missão do leigo na Igreja. A Constituição Dogmática Lumen Gentium (Luz dos Povos), descreve positivamente o leigo e a leiga, enfatizando o batismo e a participação na tríplice função de Cristo, sacerdote, profeta e rei. Com o enfraquecimento da Ação Católica no Brasil, o laicato perdeu seu espaço de comunhão e participação na Igreja (décadas de 1960-70). Por iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, surgiu, em 1976, o Conselho Nacional de Leigos – CNL. No documento 62 da CNBB (1999), Missão e ministérios dos cristãos leigos e leigas, lemos: “os leigos podem participar do cuidado pastoral de uma comunidade, paróquia e diocese, e nos serviços de animação comunitárias, ministérios extraordinários da comunhão eucarística e assistência aos enfermos e idosos, nos ministérios do batismo, das exéquias e da Palavra, como testemunhas qualificadas do matrimônio, na prática do aconselhamento, nas missões Ad Gentes, na catequese e na educação da fé, além dos serviços pastorais que surjam da necessidade das pessoas e das comunidades”.

Nos últimos anos cresce o número de leigos e leigas que se juntam a congregações e ordens religiosas, para partilharem o carisma e dedicarem-se a um trabalho específico, exigindo uma mudança de mentalidade e de prática no exercício da missão. Foram chamados de oblatas, terceiros, fâmulos, associados, cooperadores, coirmãos, etc. Sobre as experiências foram usadas termos como: uniões, comunhões, famílias, fraternidades. No passado eram uma espécie de “associação” prevalecendo uma relação de paternidade ou mesmo de paternalismo, exercida pelos religiosos e titulares.

Hoje o modelo continua, mas existem também novas modalidades de experiências com maior grau de igualdade respeitando a diversidade. A exortação apostólica Christifideles laici, (1988) fruto de um sínodo sobre os leigos, nos ajuda a entender esse sentimento: “Na Igreja-Comunhão os estados de vida encontram-se de tal maneira interligados que são ordenados uns para os outros. Comum, direi mesmo único, é, sem dúvida, o seu significado profundo: o de constituir a modalidade segundo a qual se deve viver a igual dignidade cristã e a universal vocação à santidade na perfeição do amor. São modalidades, ao mesmo tempo, diferentes e complementares, de modo que cada uma delas tem uma sua fisionomia original e inconfundível e, simultaneamente, cada uma delas se relaciona com as outras e se põe a seu serviço (...) são modalidades diferentes que profundamente se unem no mistério de comunhão da Igreja e que dinamicamente se coordenam na sua missão única” (CfL 55).

De maneira geral os leigos e leigas têm uma participação ativa em quase todos os ministérios e pastorais da Igreja. Nas congregações de Vida Consagrada ou Institutos religiosos o carisma não é propriedade da Instituição. Sendo dinâmico, quando entra em contato com os leigos, suscita as mais diversas inspirações. A grosso modo, podemos destacar cinco casos concretos de participação: membros associados, ou seja, a adesão a um instituto por vínculos estáveis e aprovados; partilha temporária de vida, de contemplação e de dedicação apostólica; voluntariado e uma vocação que leva a uma opção por toda a vida.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Lectio Divina do texto de Lucas 5,1-11 - PESCADORES DA HUMANIDADE

Por Patrick Silva - em http://www.imconsolata.org.br/


"Estando Jesus um dia à margem do lago de Genesaré, o povo se comprimia em redor dele para ouvir a palavra de Deus. Vendo duas barcas estacionadas à beira do lago, pois os pescadores haviam descido delas para consertar as redes, subiu a uma das barcas que era de Simão e pediu-lhe que a afastasse um pouco da terra; e sentado, ensinava da barca o povo. Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. Simão respondeu-lhe: Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede. Feito isto, apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia. Acenaram aos companheiros, que estavam na outra barca, para que viessem ajudar. Eles vieram e encheram ambas as barcas, de modo que quase iam ao fundo. Vendo isso, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus e exclamou: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador. É que tanto ele como seus companheiros estavam assombrados por causa da pesca que haviam feito. O mesmo acontecera a Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus companheiros. Então Jesus disse a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram." (Lucas 5,1-11)


1. LECTIO – leitura

Esta é uma história bem conhecida, que poderemos ler e, ainda assim, não chegar ao coração desse evento milagroso. Lucas convida-nos a sermos testemunhas do milagre e do chamado dos três primeiros discípulos ao serviço da missão.

Multidões já estavam seguindo Jesus para ouvi-lo sobre o ensino da palavra de Deus. O que é que terão visto em Jesus - seria um simples pregador? Ou será que reconheceram nele um representante de Deus?

Interessante notar a ousadia de Jesus, querendo “ensinar” ao experiente Simão e seus companheiros como pescar, convidando-os a fazer nova tentativa de pesca, depois de uma noite fracassada. Ousadia que compensou, pois a pesca foi incrível. Quando Simão testemunhou a pesca milagrosa, ele passou a ver Jesus por uma nova luz, uma nova perspectiva. Ele reconheceu Jesus como “Senhor” (versículo 8) e logo sente o peso de seus pecados. Imediatamente cai de joelhos e pede a Jesus para deixá-lo. O profeta Isaías reagiu de forma semelhante, quando experimentou uma visão de Deus (veja Isaías 6). Deus parece dar a ambos missões impossíveis.

Jesus diz a Simão para não ter medo e depois o informa que ele terá um novo emprego - pescador da humanidade, e não mais pescador de peixes! Não são dados mais detalhes nesta fase, mas Lucas sugere que Jesus que vai transformar estes humildes pescadores em "pescadores da humanidade". Simão e os outros discípulos são cativados por Jesus e partem com ele. Implícito nas afirmações de Jesus é a necessidade de os discípulos estarem/acompanharem Jesus o tempo todo, para cumprir a sua vocação. As redes, os barcos, a vida, os lares e as famílias são deixados para trás. Agora, como os discípulos partem com Jesus para uma vida totalmente nova.

O que podemos aprender com este texto? Ser cristão é, em primeiro lugar, estar com Jesus “no mesmo barco”. É desse barco (a comunidade), que a Palavra de Jesus se dirige ao mundo. Ser cristão é, em segundo lugar, escutar a proposta de Jesus, fazer o que Ele diz, cumprir as suas indicações, lançar as redes ao mar. Às vezes, as propostas de Jesus podem parecer ilógicas, incoerentes, ridículas (e quantas vezes o parecem, face aos esquemas e valores do mundo...); mas é preciso confiar incondicionalmente, entregar-se nas mãos d’Ele e cumprir à risca as suas indicações. Ser cristão é, em terceiro lugar, reconhecer Jesus como “o Senhor”: é o que faz Pedro, ao perceber como a proposta de Jesus gera vida e fecundidade para todos. Finalmente, ser cristão é deixar tudo e seguir Jesus.

2. MEDITATIO – meditação

+ O que é que a reação inicial de Simão perante este milagre revela sobre quem ele achava que Jesus era?
+ Alguma vez você já experimentou o fardo/peso do seu pecado? Como acha que Deus quer que lhe responda ao reconhecer seu pecado? O que podemos aprender com a resposta de Simão?
+ Para se tornar pescadores da humanidade Simão, Tiago e João tiveram de passar tempo com Jesus e segui-lo. O que isso significa para nós hoje?
+ O seu caminho é feito no barco de Jesus, ou, às vezes, embarca noutros barcos?

3. ORATIO – oração

Agradeça a Deus por podermos experimentar o perdão dos nossos pecados. A carta 1João 1, 9 nos dá a certeza de que “Se confessarmos os nossos pecados a Deus ... ele vai nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.”
Peça a Deus que o ajude a esquecer as suas fraquezas e dar-lhe a fé e coragem necessárias para seguir Jesus.

4. CONTEMPLATIO – contemplação

Contemple a santidade de Deus. Junte-se aos coros celestes declarando a santidade de Deus e a sua glória.

5. MISSIO - missão

O missionário é o pescador da humanidade! Para ser fiel a essa vocação precisa ser livre de tudo e aceitar as propostas de Jesus, por mais “loucas” que nos possam parecer.

“Não desanimemos, mas confiemos sempre, em toda e qualquer circunstância: confiemos sobretudo depois de cometermos alguma falta, contanto que tenhamos a boa vontade de amar a Deus e de servi-lo com perfeição” (José Allamano, Discípulos em Missão, p.50).
 
OBS: a cada semana há a leitura orante da bíblia (Lectio Divina) do Evangelho dominical no site: www.imconsolata.org.br - não deixe de acompanhar e rezar juntos... Júlio, imc