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quarta-feira, 3 de março de 2010

Lectio Divina: Arrepender-se para Acreditar - 3º Domingo da Quaresma - Lc 13,1-9

por Pe. Patrick Silva, imc, em www.imconsolata.org.br

Nesse momento, chegaram algumas pessoas trazendo a Jesus notícias a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando o sangue deles com o dos sacrifícios que ofereciam. Ele lhes respondeu: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que qualquer outro galileu, por terem sofrido tal coisa? Digo-vos que não. Mas se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que qualquer outro morador de Jerusalém? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo”. E Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi lá procurar figos e não encontrou. Então disse ao agricultor: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Para que está ocupando inutilmente a terra?’ Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa-a ainda este ano. Vou cavar em volta e pôr adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então a cortarás”. Lucas 13,1-9

1. LECTIO – leitura
Neste evangelho, Jesus usa dois eventos da sua atualidade para ensinar lições importantes. Os dois eventos são bastante diferentes um do outro; um da esfera política, o outro, um desastre. Ambos os casos, muitas pessoas morreram. No primeiro evento, Pilatos tinha assassinado alguns galileus enquanto estes estavam oferecendo os seus sacrifícios a Deus. Suas vidas foram subitamente dizimadas ao mesmo tempo em que realizavam seus atos religiosos, ainda por cima, num lugar sagrado como era o templo. Nós não sabemos o motivo que levou Pilatos a tal atitude. No entanto, as pessoas pensaram que esses galileus deveriam ter realizado algo de muito ruim para serem mortos daquela forma. Muitos especulavam que Deus não tinha “gostado” dos seus sacrifícios e assim permitiu que este sacrilégio acontecesse. Então Jesus considera um segundo evento, desta vez um desastre, quando uma torre desabou matando dezoito pessoas.
Jesus deixa claro que em ambos os casos as pessoas que morreram não eram piores do que os seus ouvintes ou qualquer outra pessoa. Ele insiste na necessidade do arrependimento dos pecados, da mudança de vida, caso contrário, serão julgados e punidos por Deus.
Jesus desenvolve seu ensino, contando uma parábola sobre uma figueira que não dá frutos. A árvore não produziu qualquer figo por três anos e está em perigo de ser derrubada. O jardineiro pede mais um ano para que ele possa dar uma atenção especial aquela figueira, para a ajudar a produzir frutos. Mas se a árvore continuar estéril após todo o cuidado, então será removida. O Antigo Testamento tinha utilizado a imagem da figueira como símbolo de Israel (veja Oseias 9,10), até mesmo como símbolo da falta de resposta à aliança (veja Jeremias 8,13). Deus espera que Israel (a figueira) dê frutos, isto é, aceite converter-se à proposta de salvação que lhe é feita em Jesus; dá-lhe, até, algum tempo (oportunidade), para que essa transformação aconteça. Deus revela, assim, a sua bondade e a sua paciência; no entanto, não está disposto a esperar indefinidamente. Apesar do tom ameaçador, é de notar uma nota de esperança: Jesus confia em que a resposta final de Israel à sua missão seja positiva.
Jesus adverte os seus ouvintes a não serem como a figueira, estéreis. Quem acolhe Jesus e o seu ensinamento deve produzir frutos dessa mudança de vida. A conclusão é a necessidade do arrependimento e do voltar para Deus. Convite lançado desde o primeiro dia da Quaresma, quando o profeta Joel afirmava: “Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração” (Joel 12,2).
O Evangelho contém um convite a uma transformação radical da existência, a uma mudança de mentalidade, a um “re-centrar” a vida de forma que Deus e os seus valores passem a ser a nossa prioridade fundamental. Se isso não acontecer, diz Jesus, a nossa vida será cada vez mais controlada pelo egoísmo que leva à morte.

2. MEDITATIO – meditação
+ O que esta passagem tem a dizer sobre a nossa “mania” de pensar que somos melhores do que outros?
+ Você vê alguma relação entre Jesus e o jardineiro que implorou para que a possibilidade de cuidar da figueira e salvá-la de ser cortada?
+ O que você acha que os figos podem representar nesta parábola?
+ Considere o que a parábola afirma sobre o caráter de Deus - a sua paciência, misericórdia e santidade. Já experimentou isso em sua vida?

3. ORATIO – oração
Use o Salmo 103 para um momento de comunhão e oração com Deus. Lembre-se de seu amor, misericórdia e bondade. Agradeça a Deus pela oferta constante do perdão dos nossos pecados. Pergunte a Deus como sua vida poderia ser mais proveitosa.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
A morte de Jesus na cruz abriu uma porta na presença de Deus (Hebreus 4:14-16). Agora podemos chegar diante do trono de Deus a qualquer momento. Sente-se ou ajoelhe-se na presença de Deus e contemple a santidade deste Deus misericordioso.

5. MISSIO - missão
Enviados por Jesus pelo mundo, a/os missionária/os são instrumentos nas mãos de Deus para dar a conhecer à humanidade este amor misericordioso e paciente deste Deus, que convida a todos a esta mudança de vida, no entanto, a primeira mudança deve acontecer na/o missionária/o. “No tempo da quaresma, que é o tempo oportuno, devemos corresponder, devemos animar-nos, e não engrossar a fila dos que vão para a frente assim, assim...


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